MAJUQuando fomos liberados do hospital no dia seguinte descemos em direção a garagem. A mãe dele foi ontem pra nossa casa e ficou de tirar as coisas do bebê de lá, não fazia sentido guardar nada tendo tantas pessoas precisando.
No elevador fiquei em dúvidas sobre o carro que deveria ter ficado destruído.
- E o carro? - perguntei baixo
- Meu pai tá resolvendo com o seguro, eu tô com o dele e ele com o da minha mãe - ele disse - Quando ele chegar quero trocar, o que acha?
- Seria legal, um carro sem tantas memórias ...
Fomos caminhando devagar pq além das dores do acidente que me renderam belos hematomas e um nariz remendado, também havia a cirurgia que deixava meu corpo mais lento.
Ele me ajudou a entrar no carro e quando já íamos sair ele me surpreendeu com um carinho na perna, assim como ele sempre fez.
- Eu te amo tá?
- Eu também te amo Lennin.
Encostamos os lábios bem de vagar (eu acho que ele não queria me machucar) e lentamente fomos nos entregando num beijo calmo e carinhoso.
Logo depois ele deu um sorriso mínimo e saímos com o carro. Seguimos um caminho bem tranquilo até a entrada da nossa casa.
Assim que entramos tinha um monte de gente, todos já tinham arrumado tudo e estavam apenas esperando a gente chegar.
Ver aquele povo todo me olhando com cara de pena ao invés de me ajudar só me deixava mais apreensiva. Cada um veio em um abraço com palavras sem nexo, alguns com lágrimas me deixava mais desconfortável.
Eu só queria o silêncio da minha casa vazia, deitar na minha cama de pijama com a Netflix ligada, não queria ter que explicar se tava com dor, ou com fome.
- Desculpa se eu parecer indelicada... - olhei o Lennon que também não estava com a melhor cara - Mas eu e o Lennon precisamos ficar sozinhos, eu vou subir, desculpa.
Sai andando devagar enquanto as pessoas iam saindo um pouco sem jeito.
Ao chegar no meu quarto apenas sentei na cama esperando ele voltar.