Capítulo Um: Primeiro dia

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            Quando ele entrou, eu me levantei com alívio, apesar dos pesares. Não sabia se agradecia ou se o xingava pela audácia de vir. Mas, ele só me fitou com os aqueles olhos azuis que eu havia rejeitado no último mês.

            - Paguei sua fiança, - ele disse rindo. — podemos ir.

            - Ok.

            - Não vai me agradecer.

            Eu o encarei sem falar nada.

            - Vamos no meu carro.  — ele disse de forma presunçosa.

            - Prefiro ir de ônibus.

            - Melhor não. — ele disse sem espaço para dar margem a discussão. Acho que era o tom que usou porque eu não consegui negar. Entrei no carro.

            Depois de entrar no banco do motorista e ligar o carro. Leon me encarou. — Afinal, o que houve?

            E foi como um grande flashback. Algo maluco. Eu contei tudo. Eu estava tão feliz que finalmente ia começar a faculdade. Era meu primeiro dia como a mais nova estudante de hotelaria e turismo. Imagina eu ia poder fazer tantas coisas quando terminasse a faculdade. Meu avô ia continuar me considerando bastante e eu ia conhecer gente nova. Talvez, até mesmo arranjar um namorado novo incrível.

            Mas, ninguém me avisou que os trotes ainda eram feitos e comemorados. Ninguém me disse que naquela instituição eu teria que passar pelo o que passei. Foi divertido. Inesquecível. Mas, por que tudo o que eu faço acaba da forma mais trágica possível?

            Quando cheguei na faculdade e fui para a sala, totalmente perdida e alheia. Eu achei que já ia conhecer meus professores e colegas. Já até havia imaginado o tipo de gente que eu ia me envolver. Afinal, é a tal faculdade... A melhor época da vida das pessoas... De memórias incríveis. E mesmo que eu esteja entrando um pouco mais tarde do que a geral, ainda era mágico.

            Isso porque eu nem queria fazer faculdade. Não que eu estivesse pensando nas horas que eu ia estudar... Muito pelo contrário, eu nem havia pensado nisso. Mas, ainda assim era para ser totalmente incrível.

            Quando um professor xis dizia algo sobre o temido TCC, veteranos bateram na porta e fizeram todos os calouros saírem. Era a hora de brincarmos. Pelo menos era o que parecia. Fomos todos para o pátio da faculdade. Lá eles começaram um discurso maluco sobre a vida e sobre as festas. Falaram das competições também. Convidaram os seres inteligentes a fazerem parte dos clubes dos inteligentes, que eram alguns. Competições de língua e matemática.

            Enquanto, uma outra parte era chamada para fazer parte como atleta e entre outras atividades. Achei bastante interessante.

            - Agora é a hora do show! — um veterano berrou. Ele vestia uma camiseta roxa com o nome da atlética em amarelo. Aliás, roxo era a cor da faculdade. Todo mundo estava de roxo. Era meio estranho.

            Então, os veteranos tacaram tinta e farinha em nós. Um minuto estávamos ouvindo um discurso tedioso e no outro estávamos sendo atacados por tinta e farinha. Foi divertido. Depois, fomos orientados a sair pela rua em busca de moedas. Éramos pedintes. Em cada farol. Eu fazia bico, implorava e ria.

            Enquanto atravessávamos a rua, passando por todos os carros em busca de algumas moedas... Uma menina que eu desconheço o nome... Hoje sei que chama Bruna... Ela viu a minha foto na revista que estava numa banca de jornal que ficava perto da faculdade. Nem imaginei que isso seria o começo de algo muito maior...

A Herdeira - Quebrando as regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora