A Herdeira - Quebrando as regras

Capítulo Especial: Alma Gêmea

Nota da Autora: Oi, pessoal, como vão? Espero que estejam bem! Afinal, os últimos dias estão a maior loucura com a pandemia de Covid-19! por favor, cuidem-se bastante, como puderem, lavando as mãos, cuidado ao tossir, usem álcool em gel, ajudem os idosos se puderem e tomem cuidado com a saúde. Contem para mim como estão enfrentando esse momento tão difícil. 

Sobre esse capítulo... Há um tempo eu escrevi esse capítulo especial sobre a história de Aline e Perla. É um conto pequeno que conta como elas acabaram juntas. Bem, eu sei que vocês querem saber mais sobre a Cacau e em abril irei postar o próximo capítulo, já nos primeiros dias. Mas, finalmente tomei coragem e trouxe esse capítulo para que vocês matem um pouco a saudade da história. Como sabem as duas são um casal lésbico. Por isso, se você se ofende com esse tipo de conteúdo, não precisa ler. Mas, tentei escrever de jeito que fosse fofo e carinhoso. Espero que gostem!

Quero muito conseguir trazer outros capítulos especiais de outros personagens. Existe algum personagem que vocês queriam saber mais sobre?! Temos uma lista imensa de personagens rs. Espero conseguir um dia fazer a lista completa. Pensem um pouco e me contem qual personagem vocês iam querer uma história especial <3

Saudades de vocês! 

Abraços,

------------------------------------------------------------------------Boa Leitura!

Vamos falar de escolhas. Escolher é quando existe pelo menos duas opções em que você pode determinar qual é a melhor para você. Seja porque naquele momento é o que faz mais sentido (indiferente do motivo) ou seja por mera preferência. Mas, existem coisas que não se tem escolhas. A minha preferência sexual era uma dessas coisas. Eu não queria ter nascido assim se houvesse uma escolha. Eu queria poder determinar que aquilo não me satisfazia. Por isso, eu fingia que estava tudo bem. Nunca conseguia ir muito fundo em nenhuma relação que eu tentava ter. Porque não era o que eu queria. Eu achava que tinha escolha, porém não tinha. Queria poder escolher e não ser a escolhida. A sorteada a nascer com isso! Era algo que eu já sabia desde menina. Mesmo fingindo não saber. Isso me fez carregar muita dor, angústia e um amor platônico pela minha melhor amiga desde os doze anos de idade. Mas, eu justificava meus atos na amizade eterna. Cada carinho, aperto e sorriso eram justificados por um amor sem fim. Uma amizade que viveria para sempre. Até o dia que virou algo doentio. Ela me disse que estava namorando. Foi um soco no estômago.

-Esse é Cadu. Ele é meu namorado. – ela disse de um jeito doce e animado. Não fazia a mínima ideia de que eu estava morrendo por dentro. – Pela, queria tanto que vocês se conhecessem! – ela disse apertando o braço dele com carinho. O homem deu um sorriso e disse um olá com um timbre grave.

Morri naquele mesmo minuto que a frase dela terminou. Era para ser uma semana boa. Eu ia começar um novo emprego e estava animada. Havíamos saído para beber na sexta-feira anterior a segunda que iniciaria meu emprego. De repente, havia aparecido um homem entre nós. Ele era bonito. Mas, não era para mim. Eu já havia entendido. Não me atraia. Não adiantava eu forçar a natureza.

Dei um sorriso torto. - Q-que legal! - balbuciei meio sem jeito e sem saber muito o que fazer. – M-muito prazer! – e estiquei a mão para o cumprimentar. Percebi o que era um amor platônico. Um amor que você não consegue realizar. Era o que eu sentia. Se ela não se interessava por mim. Se as nossas preferências não eram a mesma. Não ia adiantar. A gente não força a natureza.

Os dois se encararam e riram em sincronia. Eram um casal bonito de ver. Mas, como doía. É dolorido demais gostar de alguém que não gosta igual de você. Ali naquele momento foi como se tivessem desenhado uma linha da amizade. Eles ficavam de um lado e eu do outro. Eu estava na friendzone. Era terrível! Finge que estava tudo bem, até dei risada e foi bom como amigos. Mas, quando voltei para casa, eu deitei na minha cama e chorei até molhar o travesseiro. Passei o final de semana vendo séries e filmes. Sem forças para fazer nada. Foi muito triste.