A Herdeira - Quebrando as regras

Capítulo trinta e oito: Segredo de Família

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Pessoal, esse capítulo demorou um pouco mais, pois estava uma loucura no trabalho.

Finalmente, saiu! 

Além disso, tenho uma novidade ❤ 

Criei um instagram para postar quotes dos livros, artes, histórias, previews dos próximos capítulos, é só seguir: acaixadepalavras!

------------- Agora sem mais delongas, Boa Leitura! -------------

Acabamos comendo o jantar na mesa que ficava no jardim a luz do luar. Os ânimos pareciam mais acalmados. Não houve nenhum outro momento tenso depois da interrupção de Cacau, a cachorrinha de minha cunhada. Era até engraçado chamar Jacqueline de cunhada. Minha sogra não parecia feliz com a união que estava se fazendo ali. Mas, evitou se pronunciar depois das palavras de meu avô. No fim, Minako desistiu de tirar foto da refeição. Só pediu para nos aproximarmos próximos da piscina e tirarmos uma foto em família. Essa mesma foto iria estampar um site de fofoca no dia seguinte. Não que fossemos uma família imensamente influente no país, mas uma vez ou outra saíamos na TV, em sites, revistas e jornais. Meu avô havia sido assessorado para manter a família em alta. Significava atrair olhares, atrair hóspedes e consequentemente atrair dinheiro e renda. Ele não era bobo.

Minako não era apenas uma jornalista contratada, ela cuidava da imagem de todos. Aquela foto em família era uma resposta para todos. Sim, temos as nossas diferenças, mas acima de todos somos uma família unida. As nossas brigas são da casa para dentro. Para fora dessa casa, ninguém mexe conosco. Era o recado.

Agora dentro de casa não dava para dizer que os ânimos não estavam exasperados (falei até bonito, não falei?). Quando todos se despediam depois da foto, eu vi Belle puxar Leon para o canto. Jacqueline afagava sua cadelinha, mostrando-a para Minako e Vera. Meu avô conversava animadamente com Menezes. Margot se aproximou de mim. Eu deveria saber que era um presságio. Margot não era de meia palavras. Ela era direta e reta.

- Que noite bonita. – ela comentou sem expressar muito ânimo. Ela passou a mão pelos cabelos curtos. – Dia cansativo. – começou.

Margot era uma incógnita para mim. Advogada da família, cuidava de toda a papelada. Era ainda mais bocuda do que eu. Alisei o meu vestido pérola e troquei os pesos do pé, enquanto meus olhos observavam mãe e filho conversarem aos sussurros o mais longe possível de mim. Não dava para ler os lábios, falavam em francês, eu tinha certeza, também não dava para ler as expressões. Leon estava com a sua cara séria de sempre e a mãe de costas para mim.

- Curiosa?

Meus olhos se voltaram para Margot. Era o que ela queria. Hoje, ela estava de calças pretas e uma blusa social azul-marinho quase preta. Saltos peep toe vermelhos para contrastar. Margot gostava de provocar.

- Você não estaria? – eu retruquei de volta.

- Eu já estou, eu já estou... – ela puxou um pacote de cigarros do bolso da calça. – Quer um?

- Não, obrigada. Eu realmente não fumo. Até fumei quando era adolescente, mas eu não era tão fã e parei. – comentei. Os meus olhos voltaram a ficar fixos na mãe e no filho.

- Sabia que seus pais moraram juntos antes do seu pai falecer? – Margot falou isso como se estivesse me oferecendo cigarros novamente.

- Como assim? – a pergunta retórica me perguntou desprevenida. O que Margot queria falando isso?

- O seu avô havia expulsado a sua mãe de casa. Ela saiu carregando apenas vocês nos braços. Por isso, que o seu pai brigou com o seu avô. Digo, no dia do acidente. – ela tragou o cigarro. – Sabe, eu não ia comentar nada, até achei que vocês não iam muito longe. Mas, casar é algo sério. Casar significa viver a vida em conjunto. Isso inclui saber de todos os problemas que você carrega ao se unir com a outra pessoa. – falou de forma reflexiva. – Enfim, você deve saber que James bateu na Belle até ela quase morrer no mesmo dia. Ele havia descoberto sobre Jacques.