Capítulo Dez: Tarde de domingo

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Entretanto, apesar de ter um povo viscoso, que gosta de julgar e diz que a história do clipe não reflete minha vida (óbvio, como se o Leonardo Di Caprio tivesse mesmo afundado no Titanic), há uma galera que curtia muito. Do nada aumentei meus seguidores no Twitter, tem gente pedindo para me adicionar no Facebook e seguindo meu Instagram! Isso que é evolução.

- Você está famosa. – Pedro comentou passando a mão no meu rosto. Estamos sentados no sofá da casa dele, assistindo um filme qualquer, esperando a mãe dele terminar o almoço. O pai dele saiu com os dois meninos pequenos. Parecem que foram visitar algum parente. A mãe dele preferiu ir depois que garantisse o nosso almoço.

- Besteira. – eu insistia em dizer que era besteira. Porque era de fato algo ridículo. Isso não significava nada. Não era algo legal...

- Espero que não fique metida com a fama! – ele me provocou.

Eu ia retrucar, porém a mãe dele nos chamou para almoçar. Acabamos indo lavar a mão no banheiro, eram ordens de dona Márcia e depois sentamos os três para comer. Era bom estar ali, eu me sentia acolhida, sem ter o que temer, era confortável, fácil, lembrava as tardes de domingo com minha mãe... Eu não precisava sofrer. Era tão gostoso.

- Bom apetite! – a mãe dele disse nos servindo. Havia feito lasanha. O cheiro impregnou o ar e eu fiquei muito feliz.

- Obrigada! – disse com muita sinceridade. Eu não conseguia entender como ainda havia na terra pessoas boas. Márcia era um anjo, ela me tratava como se eu fosse da família ou a namorada oficial. Mesmo que eu soubesse claramente que ela era o tipo de mãe que apoia o filho em cada estripulia e que tinha muito mais a ver com ela apoiar cada ficada do filho, do que me ver como a nora maravilhosa.

Depois de comer a lasanha deliciosa, ela nos serviu de frutas e bolo. E só então, se despediu da gente para encontrar com o marido e os filhos menores. Fiquei pensando que mãe abandona o filho aos dezenove anos com a ficante na sala... Será que eu estava ficando conservadora demais? Ou não? Ou talvez o fato de meu quarto ainda estar enfestado de flores esteja mexendo com uma parte do meu cérebro?

Aliás, eu não sabia o que fazer com aquele monte de flores... Eu não conseguia me livrar delas...

Os lábios de Pedro encontraram os meus, assim que a porta da sala fechou. Eu até pensei em me afastar, mas dei de ombros. Porque a verdade era que minha consciência doía, era fato, mas não o suficiente para não deixar com que ele me sugasse por completo. Quando vi, estava eu mais um vez, assim, parecendo uma adolescente que aproveita os raros momentos de folga para esticar as pernas com o namoradinho da escola. Estávamos ambos tão foguentos para uma tarde preguiçosa de domingo. E eu ainda me espantava como Pedro Henrique podia aparentar uma moleza persistente e ser tão fogoso e quente num instante. Os seus olhos escuros vire e mexe encaravam os meus e seus dedos procuraram o meu sutiã, sem nem me pedir! Não se fazem mais adolescentes como antigamente.

Em segundos, ele estava sobre mim, pesando em cada centímetro do meu corpo. Eu confesso que queria mais. – Pedro... – murmurei.

Santíssimo, eu não podia fazer isso, era um bebezinho ali comigo, que sabia beijar, morder e lamber, é verdade, mas ainda assim... Era um be... não consegui terminar o raciocínio. Ele parecia saber que meu quarto estava cheio de flores porque hoje estava mais violento do que nunca. Uma verdadeira máquina do beijo!

Quando as mãos dele invadiram o meu quadril, tocando a minha pele, e eu soltei um gemido bem fraquinho, meu celular começou a tocar. Primeiro eu quis ignorar. Mas, ele não parava de tocar. Tentei alcançar, mas Pedro segurou meus dedos e o jeito que me olhou dizia: Cacete, esperei todo esse tempo para ficarmos a sós e você está tentando atender a merda desse telefone. Era um olhar bem preguiçoso e expressivo.

A Herdeira - Quebrando as regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora