Sr.Paciente

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Ian:

Ela estava chorando por minha causa.
Sorri por saber que ela se importava comigo.
Após passar a noite do meu lado no hospital, Maya retornou para casa quando eu ainda dormia, apenas para pegar algumas roupas e voltou novamente para o hospital pouco mais de uma hora depois de sair.
—Bom dia sr.King!—ela me cumprimentou ao passar pela porta.
—Onde estava?—perguntei ansioso.
—Fui em casa trocar de roupas e passei na farmácia e supermercado para comprar algumas coisas que achei que o senhor fosse precisar!—ela disse pondo a sacola sobre a mesa no canto do quarto—Eu trouxe seu celular.
Maya abriu a bolsa e pegou o celular, após entregá-lo a mim ela ainda parecia incomodada e apreensiva com algo.
—O quê houve?—perguntei
—Me desculpe senhor!—ela disse—Eu falhei no meu trabalho!
—Do que está falando?—perguntei confuso.
—Já está em todos os sites!—Maya me mostrou a tela do tablet.

"IAN KING, O PERFUMISTA GÊNIO FOI ESFAQUEADO POR UM FÃ MALUCO DE SUA EX, MÔNICA JENKINS:
POR VOLTA DAS HRS07:30 DA MANHÃ QUANDO CHEGAVA A SUA EMPRESA, IAN KING FOI ABORDADO PELO HOMEM E ESFAQUEADO EM SEGUIDA, NÃO HÁ NOTICIAS AINDA SOBRE SEU ESTADO.

—Há novas matérias revelando seu estado atual!—Maya disse—Me desculpe senhor, fiquei tão preocupada que não me importei em olhar se haviam postado algo sobre isso, pode me demitir se quiser!
—Venha aqui Maya, sim!—chamei me sentando no leito.
Maya abaixou a cabeça e veio até meu leito temendo a repreensão.
—Se aproxime!—pedi.
Maya se curvou sobre o leito e uniu as mãos uma a outra apreensiva.
Sorri do seu comportamento infantil e tolo. Toquei seus cabelos e a puxei suavemente para mim, dei um beijo calmo e lento em seu pescoço, depois olhei em seus olhos.
—Nem uma secretária perfeita como você conseguiria parar essa notícia!—falei—Não se preocupe com isso!
—Mas...
—Sabe o que me deixa feliz e aliviado?—questionei.
—O quê senhor?—ela perguntou.
—Saber que não viu as notícias se espalharem porque estava ao meu lado!—falei acariciando seus cabelos—Preocupada comigo!
—Isso não é nada...—ela tentou se afastar—É só o meu...
Antes que ela terminasse a frase me apostei de seus lábios e a beijei.
—Trabalho?—terminei a frase.
—Sr.King!—ela se afastou rapidamente de mim—Por quê fez isso? Esse lugar não é apropriado para esse tipo de coisa!
—Então, qual o lugar é apropriado?—questionei—Minha casa? Sua casa?
—Não foi o que eu quis dizer!—ela disse ficando vermelha.
Sorri da expressão dela.
O médico e a enfermeira entraram no quarto.
—Como está o paciente hoje?—o médico questionou.
—Bem, vou muito bem!—respondi—Quando receberei alta?
—Em uma semana!—ele disse—Talvez cinco dias!
—Tudo isso?—questionei incrédulo.
—O sr.King é viciado em trabalho!—Maya disse.
—Se continuar cuidado bem do seu namorado como cuidou na noite passada, talvez ele se recupere mais rápido!—o médico disse.
—Eu não sou...
—Exatamente!—a cortei—Então, deveriam me dar alta para que ela possa cuidar de mim em casa!
—Sr.King, aqui o senhor é só o sr.paciente!—o médico disse—Acalme-se, poderá receber os cuidados carinhosos da sua namorada quando tiver alta!
Maya sorriu apreensiva e pegou o jarro de água ao lado do meu leito.
—Eu vou buscar mais água!—ela disse e saiu quase correndo do quarto.
—O senhor tem sorte por namorar uma garota tão boa!—a enfermeira falou—Ela não saiu do seu lado um só minuto durante a noite, e eu a vi chorar várias vezes!
—Ela chorou várias vezes?—questionei.
—Sim!—a enfermeira sorriu—Deve gostar muito do senhor!
—É o que parece!—sorri.
—Venha, vamos deixar o paciente descansar!—o médico a levou para fora.
E logo em seguida Maya entrou com o jarro de água nas mãos.
—O quê é isso?—ela questionou pondo o jarro ao meu lado.
—Isso o que?—perguntei.
—Esse sorriso no seu rosto!—ela disse.
—A enfermeira me contou uma piada muito boa!—falei—Quer ouvir também?
—Não senhor, obrigada!—ela se negou séria—Precisamos conversar!
—Sobre o quê?—perguntei.
—Sobre seu comportamento senhor!—ela disse.
—Meu comportamento?—me fiz de bobo.
—Sim, senhor!—ela disse mais séria ainda—Não pode sair por aí agarrando as pessoas sem o consentimento delas!
—Quer dizer, você?—falei e vi suas bochechas se avermelharem—Se me lembro bem, você consentiu!
—Que?—ela perguntou confusa.—Não consenti não!
—Mas pareceu consentir, já que retribuiu o beijo, ou melhor—sorri—os beijos!
—Bom, isso não vem ao caso!—ela ficou ainda mais vermelha—O quê quero dizer é que não pode fazer isso!
—Tudo bem!—concordei.
—Como?—ela ficou ainda mais confusa.
—Tudo bem!—repeti—Não vou mais fazer isso, até que você me peça!
—Eu, não pedirei isso!—ela disse.
—Ok!—sorri da cara que ela fez—Mas você não vai se esquecer de como foi me beijar, isso eu te garanto!
Ela corou instantaneamente.
—Deve dar uma coletiva no salão do hospital às duas da tarde!—ela falou—Tranquilizando as pessoas sobre seu real estado!
—Eles não querem saber meu estado por preocupação!—falei—Só querem saber para fofocar, e terem manchetes!
—Esse é o preço por ser famoso!—ela disse—Já convoquei os repórteres!
—Ok!—falei—Nem hospitalizado eles me deixam em paz mesmo!
—Seja gentil senhor!—ela me aconselhou—E procure não culpar a senhorita Jenkins por isso!
—Nem poderia!—sorri—Ela pode ser uma cobra, mas não tem culpa por ter fãs malucos!
Mas, de certa forma ela bem tinha um pouco de culpa mesmo,  para início de conversa, se ela não tivesse começado com essa mentira sobre gravidez, nada disso teria acontecido.
Mas, mesmo ela merecendo uma lição, eu não ia mais me meter com ela.
Eu estava farto de todo e qualquer assunto que me ligasse a Mônica Jenkins.
Então, apenas fui a coletiva no salão do hospital e pedi que a deixassem fora dessa e que não a culpassem por isso, o único culpado da tentativa de homicídio já estava pagando por isso.
Ao fim da coletiva de imprensa, retornei para o quarto.
Eu só queria receber alta logo e ir para casa, mas aquela maldita semana em que fiquei hospitalizado parecia não querer passar mais.
Eu estava irritado e com tédio.
A única coisa boa disso tudo era que Maya estava 85% do tempo comigo, por isso talvez eu até fosse um pouco grato por estar naquele maldito hospital.

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