Controlando meus instintos

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Ian:

—Bom dia, senhor King!—ela disse sorrindo—Vou acompanhá-lo em seus negócios em Portland!
—Eu lhe dei o dia de folga, Maya!—falei—Por quê veio atrás de mim?
—Porque sou sua secretária particular!—ela falou—Esse é o meu trabalho!
—Não, não é!—falei irritado—É a minha vida pessoal!
—Ah, é verdade!—ela sorriu—Caso tenha se esquecido, sua vida pessoal também é o meu trabalho!
—Maya, eu não aceito que...
—Com licença!—ela disse entrando—Tenho trabalho a fazer!
—Mas que abusada!—falei fechando a porta—Nem parece a mesma Maya que fugiu com medo de mim ontem!
—São coisas distintas!—ela se sentou na mesa com o notebook—A Maya de ontem era apenas uma mulher assustada, a de hoje é a sua secretária pessoal!
—É mesmo?—questionei me sentando também—E o que faria se o meu compromisso pessoal incluísse uma mulher? Se ela estivesse comigo agora?
—Senhor, acho que se esqueceu que os seus casos de 2 semanas ou 2 meses também são responsabilidade minha!—ela disse séria—E que é o meu trabalho fazer com que o senhor seja visto como o grande perfumista que é e não como um Dom Juan de quinta!
—Aí!—pus a mão no peito—Essa doeu!
—Sinto muito senhor!—ela disse.
—Já que veio atrás de mim, mesmo eu tendo saído de perto de você, permita-me dizer como está linda hoje!—elogiei.
Ela olhou para mim.
—Ha!—ela sorriu sem graça e sem vontade—Vamos trabalhar, primeiro sua agenda!
—Fria igual gelo!—resmunguei baixinho—Nem parece a Maya quente da noite passada!
—Desculpe, o que disse?—ela perguntou confusa.
—Ok, vamos trabalhar!—falei.
Eu sabia exatamente porque ela estava ali comigo.
Eu sempre soube.
Por mais que ela nunca dissesse eu sabia.
Ela nunca me deixava sozinho naquela data do ano.
Ela sabia o quanto meu aniversário era cheio de lembranças ruins para mim.
Por isso ela sempre estava ali comigo.
E eu aceitava de bom grado a companhia dela.
Maya era uma pessoa extraordinária.
Ela havia sofrido tanto ou mais do que eu, por isso, entre todas as pessoas do mundo ela era a única a me entender.

—Tudo bem, Maya!—a acordei—Vá se deitar agora!
—Não, eu...—ela bocejou—Estou bem, temos pendências a resolver!
—Maya, em 2 dias estaremos embarcando para o Canadá!—falei—Preciso de você totalmente focada, você precisa descançar agora!
—Eu realmente estou bem!—ela insistiu.
—Ok!—respirei fundo e comecei a abrir os botões da camisa.
—O quê está fazendo?—ela perguntou assustada.
—Se vai ficar, vai para a cama comigo!—falei terminando de tirar a camisa—E eu te garanto que não vai dormir!
—Que?—ela estava ainda mais assustada—Senhor King, isso é assédio!
—Assédio?—sorri me aproximando dela—Eu vou te dizer o que é realmente assédio—toquei seus cabelos—Você impondo sua presença perturbadora perto de mim, sua voz macia, sua pele e esse seu cheiro maravilhoso, você é quem me assedia e me provoca todos os dias e fica cada vez mais difícil me controlar, por isso eu sugiro que deivocê é quem me assedia e me provoca todos os dias e fica cada vez mais difícil me controlar, por isso eu sugiro que deixe esse quarto e retorne ao seu, caso contrário eu vou trancar aquela porta e vou te levar para cama e não deixá-la sair, mesmo que eu queime no fogo do inferno por um diabo desejando um anjo, eu juro que vou fazê-la gemer tanto que vai se esquecer de como se fala, então...
—Desculpe, senhor!—ela recolheu o notebook apressada—Tenha uma boa noite!
Então ela deixou o quarto correndo amedrontada.
—É melhor lhe causar medo, do que repulsa!—falei sozinho.

Maya:

Droga.
O que estava havendo comigo?
Por quê meu coração estava batendo rápido?
—Banho!—falei—Um banho vai me acalmar!
Me despi e fui para o banheiro.
Após uma ducha gelada, me vesti e me deitei.
Eu estava cansada, o sono não demorou a chegar.

"Eu vou arder no fogo do inferno"
"Vou fazê-la gemer tanto, que vai se esquecer de como se fala"
"Eu vou trancar aquela porta e vou te levar para cama e não deixá-la sair"
"Você é quem me assedia e me provoca todos os dias e fica cada vez mais difícil me controlar."

Maya, fique comigo!—ele tocou me rosto—Durma comigo!
Seus lábios se apossaram dos meus e suas mãos apertaram meu corpo contra o dele.
—Seja minha!—ele disse.
Suas mãos acariciaram minhas coxas e subiram lentamente para cima.
—Diga que também quer...
—Eu quero!—acordei falando.
Meu corpo estava todo suado e eu estava em êxtase total.
—Eu quero!—sorri—Vamos arder no inferno juntos!

Ian:

Não eram nem sete da manhã quando fui acordado por batidas na porta.
Me levantei ainda de olhos fechados e abri a porta.
—Sim?—falei sem o menor interesse.
—Bom dia, senhor King!—Maya disse.
Abri os olhos e olhei para ela.
—Temos um longo dia, então, se apresse!—ela disse.
Não era para ela mal estar olhando na minha cara?
Por quê ela estava me encarando olho no olho e sendo tão calma e direta?
—Quer que eu mande trazer seu café no quarto ou vai descer?—ela questionou.
—Que?—perguntei confuso.
—No quarto!—ela sorriu—Se apresse e tome banho logo.
Sem dizer mais nada ela saiu.
Após tomar banho, tomei o café no quarto e desci.
Maya me esperava no saguão do hotel.
Pegamos o carro no estacionamento e fomos até o cemitério.
Descemos e eu apenas olhei para ela.
Há cinco anos que ela me acompanhava a Portland naquela data do ano, mas nunca me questionava sobre nada.
Era melhor assim.
—Vou esperá-lo aqui, senhor!—ela disse.
Apenas ascenei com a cabeça e entrei no cemitério.
Caminhei até aquele túmulo.
Não haviam flores nem velas em minhas mãos, apenas dor, remorso e raiva em minha alma.
Olhei bem para aquele túmulo.
—É bom aí onde está, mãe?—perguntei—Eu só vim aqui pelo mesmo motivo que venho todos os anos, para me lembrar do tipo de pessoa que eu não quero ser, eu nunca vou perdoá-la por me deixar naquele orfanato de forma tão cruel e leviana, por isso, eu desejo que cada segundo da sua eternidadea faça lembrar como foi uma pessoa ruim.

Retornei ao carro e ela continuava no mesmo lugar, parada e ao mesmo tempo trabalhando a todo vapor.
Quando me viu ela fechou o notebook  e sorriu e abriu a bolsa.
—Feliz aniversário, senhor King!—ela disse me entregando um presente.
Sorri da cara que ela fez e abri o presente.
Era um relógio.
—Obrigada, Maya!—agradeci—Mas, por que me dar algo tão caro quando pode me dar algo ainda mais valioso sem gastar nada!
—O quê por exemplo senhor?—ela perguntou.
—Você!—falei.
Ela ficou muda e estática olhando para mim.
—Relaxa!—sorri e caminhei até a porta do carro—Era só uma...
—Você tem isso também!—ela disse.
—Como?—perguntei confuso.
Ela caminhou até mim, me segurou pelo colarinho da camisa, ergueu os calcanhares e me beijou.
—Você me tem também!—ela disse entre o beijo.

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