Medo de mim

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Ian:

Ela estava entregue a mim.
Tão entregue que parecia ser mentira.
O cheiro dos cabelos dela, a maciez de sua pele, o gosto de seus lábios.
Eu e a minha maldita boca.
Eu a fiz correr, com medo de mim.
Agora, até eu estava com medo de mim mesmo.
Ela era pura, e eu tinha um toque maligno.
Era justamente por isso que eu não queria me aproximar dela.
Maya era doce e frágil como uma flor, e eu a faria murchar.
Manter  distância.
Isso que eu precisava fazer.
Manter distância dela.
Eu poderia destruir sua doçura e inocência, e isso não podia ser.

Aquela época do ano estava se aproximando novamente.
Aquele mesmo lugar.
Aquela visita que eu fazia todos os anos.
Pelo menos dessa vez serviria de alguma coisa ir a aquele maldito lugar.
Fiz uma mala pequena e desci escadaria abaixo.
—Senhor, a senhorita Lopez ligou para informar que vai se atrasar alguns minutos!—Penny disse.
—Ligue de volta para ela e cancele nossos compromissos de hoje!—falei—Diga a ela que lhe dei o dia de folga hoje, que ela descanse, estarei de volta em dois dias!
—Sim, senhor!—ela disse obediente.
Sem dizer mais nada abri a porta e deixei minha casa.
Pus a pequena mala no banco de trás e dei partida no carro.
A viagem até Portland foi tranquila.
Eu estava na metade do caminho quando meu celular tocou.
Era ela.
Atendi e coloquei no viva voz.
~Ligação on ~
—Sim Maya!—falei ao atender.
—Senhor, onde está?—ela perguntou preocupada.
—Estou dando um pequeno passeio!—respondi.
—Passeio?—ela perguntou incrédula—Tinha uma reunião importante com os investidores hoje!
—Remarque!—falei.
—Não é tão simples!—ela disse—Sabe como eles são!
—Remarque!—ordenei—Se não aceitarem, que deixem de investir em minha marca, tanto faz!
—Senhor, está pensando racionalmente?—ela questionou.
—Sim, eu sempre penso!—falei—Tenho que desligar, estou dirigindo!
—Senhor, espere, eu ainda...
~Ligação off ~
Desliguei antes que ela concluísse.
—Você fica tanto tempo focada no trabalho, que nem sabe o que fazer quando recebe o dia de folga!—reclamei—Maya, você não tem jeito!

Parei o carro na frente do hotel, desci e entreguei a chave ao manobrista.
Fiz o check-in na recepção e peguei a chave do meu quarto.
Pelo menos dessa vez essa visita anual veio a servir de alguma coisa.
Tomei um banho e fui checar meus e-mails.
Foi quando ouvi batidas na porta.
Me levantei e a abri.
—Você?—questionei surpreso.

Maya:

Loucura.
Tudo aquilo era uma loucura.
Eu sempre fui centrada e pus o trabalho acima de tudo.
Como fui baixar a guarda daquela forma e deixar aquilo acontecer?
Ele era meu chefe.
Isso era um absurdo.
Mas, foi tão bom, e ele é tão gato!
—Maya, volte aos seus sentidos!—me repreendi batendo no meu rosto.
Tentei me convencer ao máximo de como estar loucamente atraída pelo meu chefe era errado.
Mas sempre que eu fechava os olhos eu me lembrava de suas mãos me tocando, dos seus lábios, de como ele me deixava mole e sem resistência.
Eu sempre fui atraída assim por ele?

Seus lábios moveram-se para meu pescoço enquanto suas mãos deslizavam-se pelas minhas coxas até o meu bumbum.
E então senti minha respiração ficar mais acelerada quando ele tocou o tecido da minha calcinha e a afastou lentamente para o lado.
Gemi ao sentir seus dedos tocarem minha intimidade.
Seus lábios se apossaram dos meus enquanto seus dedos massageavam minha intimidade.
Eu sentia que poderia explodir há qualquer momento.
—Você geme tão gostoso!—ele disse no meu ouvido—Nem parece que é virgem ainda!

—Acorde!—falei comigo mesma—Saia dessa!
Eu estava ficando completamente louca, e na manhã seguinte ainda precisaria encontrá-lo.
Me joguei de vez sobre o colchão e cobri meu rosto com o cobertor.

Era por volta das hrs06:30 da manhã quando toquei a campainha.
Penny abriu a porta e me olhou surpresa.
—Senhorita Lopez, o que faz aqui?—ela perguntou.
—Que pergunta é essa Penny?—questionei entrando—Eu trabalho para o seu patrão, esqueceu?
—Oh céus!—ela disse atordoado—Senhorita Lopez, me desculpe, eu me esqueci, me esqueci mesmo.
—Se esqueceu de que?—perguntei confusa.
—O senhor King saiu daqui há quase uma hora, e me pediu para avisá-la para tirar o dia de folga hoje e saiu com uma mala!—ela contou—Me desculpe, eu me esqueci.
—Tirar o dia de folga?—questionei—Ele pirou, tem reuniões importantes com investidores hoje!
—Foi o que ele disse!—Penny falou.
—Tudo bem, Penny!—sorri para ela.
Penny, ainda envergonhada me deixou sozinha na sala.
Peguei o celular e disque seu número.
Ele atendeu no segundo toque.
~Ligação on ~
—Sim Maya!—ele disse ao atender.
—Senhor, onde está?— perguntei preocupada.
—Estou dando um pequeno passeio!—respondeu.
—Passeio?— perguntei incrédula—Tinha uma reunião importante com os investidores hoje!
—Remarque!—ele disse simplesmente.
—Não é tão simples!—indaguei—Sabe como eles são!
—Remarque!—ele ordenou—Se não aceitarem, que deixem de investir em minha marca, tanto faz!
—Senhor, está pensando racionalmente?— questionei.
—Sim, eu sempre penso!—ele disse—Tenho que desligar, estou dirigindo!
—Senhor, espere, eu ainda...
~Ligação off ~
Ele apenas desligou na minha cara.
—Aaaaaaaaaaahhh!—gritei alto—As vezes eu odeio ele!
—Está tudo bem, senhorita Lopez?—Penny perguntou.
—Está sim, Penny!—sorri—Sabe para onde o senhor King pode ter ido?
—Não, senhorita!—ela disse—Mas ele foi de carro e levou uma mala pequena, é provável que não tenha ido longe!
—De carro?—questionei.
Do nada ouvi um estalo em minha cabeça.
—Penny, que dia é hoje mesmo?—questionei.
—Dia 7 de outubro!—ela disse.
—Dia 7?—questionei—Droga, como eu fui me esquecer disso?
—Senhorita?—ela parecia confusa.
—Eu tenho que ir!—falei.
Deixei a casa quase correndo, peguei um táxi e voltei para meu apartamento.
Era quase aquele dia novamente, aquele dia que ele odiava.
Dia 8 de outubro, o aniversário dele.
Eu sabia exatamente para onde Ian King havia ido.
Fiz uma pequena mala e peguei o primeiro vôo para Portland.
Não foi difícil descobrir onde ele estava hospedado.
A mídia já falava sobre sua visita a Portland.
Fiz a reserva no mesmo hotel ainda no aeroporto.
Após me hospedar em um dos quartos bati na porta do quarto dele.
—Você?—ele perguntou confuso—O quê faz aqui Maya?
—Bom dia, senhor King!—sorri—Vou acompanhá-lo em seus negócios em Portland!

Meu chefe irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora