Nasce uma amizade?

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Maya:

—Me chamou!—falei ao entrar na sala de designs.
—Sim!—Amanda Scott disse olhando séria para mim—Eu ia chamar o sr.King em pessoa, mas me disseram que tais problemas podiam ser resolvidos ou repassados a ele por você!
Ela queria chamá-lo então.
—De que se trata?—questionei sem demonstrar emoção.
—Estamos com problemas na produção dos frascos para o lançamento da nova linha!—ela disse.
—Material, tempo?—perguntei—Qual o problema?
—Nenhum dos dois!—Amanda negou.
—Então?—perguntei.
—Os operários da fábrica se recusam a terminar os pedidos dos frascos!—ela respondeu.
—Como assim?—perguntei—Não entraram em contato comigo e nem com o senhor King!
—Eu soube apenas hoje!—ela contou—Fui até lá observar o processo, e descobri que eles se recusam a trabalhar!
—Pegue suas coisas!—pedi.
—Onde vamos?—ela perguntou pegando o material.
—Vamos resolver o problema!—respondi.

A fábrica estava um caos completo.
Máquinas paradas, funcionários jogados pelo chão e caixas espalhadas por todos os lados!
—Viu só!—Amanda disse—Eu disse!
—Isso não parece ser uma simples birra dos operários!—falei
—O quê poderia ser então?—ela perguntou.
—Vamos tentar descobrir!—falei.

—Consegui falar com um deles!—ela disse depois de algum tempo—Parece que a fábrica não vai bem, e por isso eles o salário deles está atrasado por meses!
—Que?—perguntei confusa—Eles não parecem mal das pernas!
—É porque não estão!—uma voz masculina sôou próxima, Elliot—Ou estão fingindo ter todo o poder de sempre!
—Elliot, que bom que veio!—falei sorrindo.
—Ah qual é Maya?—ele disse aparentemente frustrado—Por quê me chamou aqui para resolver os problemas da Matriz, se eu trabalho na filial de Londres agora?
—Porque a Matriz e as filiais tem o mesmo dono!—respondi—Portanto, o problema de uma é problema de todas!
—Credo, você está ficando igualzinha a ele!—ele disse.
—Quem é você?—Amanda perguntou.
—Ah, ainda não nos conhecemos!—ele sorriu para ela e estendeu a mãe—Elliot Green!
—Amanda Scott!—ela disse apertando sua mão.
—Uau!—ele disse admirado—Que olhos lindos você tem!
—Obrigada!—ela agradeceu.
Olhei de um para outro, eles simplesmente haviam esquecido que eu estava ali também.
—Já chega!—falei desgrudando suas mãos—Depois vocês conversam, agora vamos resolver o problema!
Eles apenas acenaram com a cabeça, concordando.
Pegamos o elevador em direção a sala da presidência.
Ele deixava a sala quando chegamos.
—Olá Victor!—falei.
—Senhorita Lopez!—ele disse assustado olhando para mim—Não esperava sua visita tão cedo!
—Precisamos conversar!—falei.
—Eu estava de saída!—ele disse.
—Prefere que falemos sobre isso aqui no corredor mesmo?—perguntei.
Ele olhou para mim e suspirou resignado.
—Entrem!—ele disse abrindo a porta.
—Boa escolha!—falei.
—O quê os traz aqui?—ele questionou assim que nos sentamos.
—Achei que já soubesse!—falei séria—Soubemos pela nossa designer que a produção dos frascos da nossa nova coleção havia parado, viemos até aqui e o que vimos? Suas máquinas estavam paradas e o operários se recusavam a trabalhar!
—Isso!—ele sorriu amarelo—É que...
—Achei que conhecesse bem seu cliente!—falei—Será que eu me enganei?
—Eu ia mesmo falar com o sr.King!—ele disse—Explicar nossa condição!
—Que condição?—Amanda questionou.
—É que...—ele abaixou a cabeça—Senhorita Lopez, estamos arruinados, pode interceder por nós para o sr.King?
—Interceder?—sorri—Como você é cara de pau!
—Como?—ele perguntou confuso.
—Se queria forjar uma falência, deveria esbanjar menos na frente de plateias grandes!—Elliot falou finalmente—A imprensa vai massacrá-lo se declarar falência logo após fazer festinhas particulares em hiates!
—Aquilo foi só uma vez!—ele se defendeu—E para apenas alguns amigos!
—Viagens de jato particular para diversos países europeus!—ele continuou—Hospedagem em hotéis de luxo, sem mencionar a ilha no Brasil, sua maus nova aquisição!
—Quem é você para se meter?—Victor perguntou irritado—Eu conheço você?
—Ah, deixe-me apresentá-lo!—falei—Esse é Elliot Green, advogado, responsável pela filial britânica e melhor amigo do senhor King!
—Ah!—ele sorriu sem graça.
—Agora que já foram devidamente apresentados!—falei—Responda Victor, como vai resolver o problema com os seus operários?
—É que...—ele titubeou—Eu já disse que não vamos bem das pernas!
—E nós temos provas concretas de que estão muito bem!—falei—E de que planejam dar o velho golpe da falência!
—Senhorita Lopez!—ele disse com voz chorosa.
—Com os seus funcionários e a sua empresa você resolve como bem entender!—o encarei—Mas, Ian King não é um dos seus operários que são fáceis de serem manipulados, quer mesmo entrar numa briga com ele?
—Não!—Victor negou—Não mesmo, nunca, jamais!
—Então é bom que retorne o quanto antes possível as suas atividades na empresa e certifique-se de cumprir o prazo estipulado pelo senhor King!—ameacei—Caso contrario, você estará em maus lençóis!
—Pode deixar!—ele se apressou em concordar—Jamais quebraria um acordo com o senhor King!
—Excelente!—falei me levantando—É um prazer fazer negócios com você!
Escondi o riso de vitória antes de deixarmos a sala dele.
—Eu retiro o que eu disse sobre você se parecer com o Ian!—Elliot disse do nada—Você é ainda mais assustadora que ele!
Sorri da forma como ele falou.
—Parece que formamos uma boa equipe!—Amanda disse quando deixamos a empresa.
—É, parece que sim!—concordei.
—Bom garotas!—Elliot disse—Foi um prazer vê-las, e espero velas novamente!
—Obrigada pela ajuda, Elliot!—agradeci.
—Por nada!—ele disse.
Elliot sorriu, se despediu e foi embora.
—Vamos?—chamei.
—Claro!—Amanda concordou.
Pegamos um táxi em frente a empresa e fomos embora juntas.
Apesar de oferecida, Amanda Scott até que não era tão mal. Era rápida e eficiente.

Era por volta das hrs 06:00 da manhã, quando deixei minha casa rumo a mansão King.
O dia estava frio e calmo, porém eu tinha a estranha sensação de estar sendo observada.
Olhei para trás e não vi nada.
Segui meu caminho.
Devia ser coisa da minha cabeça.
Mas a sensação estranha continuou.
Desta vez, quando olhei para trás, dois homens mal encarados me seguiam.
Corri o mais rápido que pude, mas eles começaram a correr também.
Eles eram dois, eram rápidos e fortes.
Eu estava condenada?
Seria aquele o meu fim?

Meu chefe irresistível Onde histórias criam vida. Descubra agora