Meu chefe irresistível

Acertando contas com o passado

Maya:

-Maya!-Ian disse quando chegamos em sua casa-Precisamos conversar!
-Sobre o quê?-perguntei despreocupada.
-Por quê não me disse que o cretino do Julian Lopez foi te procurar na empresa?-ele questionou.
Senti meu sangue gelar com a pergunta dele.
-Quem te disse isso?-perguntei.
-Essa não é a resposta que eu quero!-ele disse exaltado-Como eu fiquei sabendo, quem me contou é o de menos. Eu quero saber por que escondeu isso de mim?
-Porque não era importante!-respondi em um tom mais baixo.
-Não era importante?-ele perguntou furioso-Maya, aquele desgraçado espancava você, e estava vijiando seus passos, como não é importante? Você é tudo o que eu tenho!
-Desculpe!-pedi envergonhada-Eu não queria que você se preocupasse!
-Você me preocupa muito mais vendo aquele cretino sozinha e escondendo isso de mim!-ele disse em um tom mais brando-Percebe o perigo que você correu?-ele me puxou contra seu corpo e me abraçou-Eu não tenho mais ninguém além de você, o que eu faço se eu perder você também?
-Você nunca vai me perder!-o abracei de volta-Eu vou estar do seu lado para sempre, até a velhice!
—Você prometeu, ok?—ele disse.
Segurei no colarinho de sua camisa e o puxei para um beijo rápido.
—A propósito!—toquei seus cabelos—Ele me disse uma coisa bem estranha!
—O quê ele disse?—Ian questionou.
—Ele disse que tem um aliado muito próximo de nós, que além de muito mais perigoso que ele, está disposto a tudo para ver as suas ruínas!—contei.
Ian se afastou de mim e ficou pensativo por alguns segundos.
—Ele te disse isso mesmo?—ele perguntou.
—Sim!—afirmei—Algo ou alguém vem a sua cabeça?
—Não!—ele negou imediatamente—Só parece algo estranho de se dizer!
—Você tem bastante inimigos não é?—questionei.
—Não tenho certeza!—a resposta dele foi vaga demais.—Vou tomar um banho!—ele disse e me deu um beijo no rosto.
Sem dizer mais nada ele me deixou sozinha na sala e subiu para o segundo andar.
Ian King estava fugindo de responder. Ele estava me escondendo alguma coisa.
Respirei desanimada e fui até a cozinha beber um pouco de água.
—Boa noite senhorita Lopez!—Penny me cumprimentou assim que entrei na cozinha.
—Olá Penny!—falei desanimada.
—Está tudo bem?—ela questionou—A senhorita parece muito pálida!
—Está sim!—abri a geladeira e me servi de um copo de água—Só não tenho muito ânimo ultimamente!
—É por causa do sr. King não é?—ela perguntou com um sorrisinho atrevido—Parece que ele não deixa a senhorita dormir muito bem!
—Penny, isso é coisa que se fale?—questionei constrangida.
—Desculpe senhorita!—ela disse—Mas vocês sempre voltam tarde, só reparei que a senhorita tem trabalhado bastante ultimamente!
—Trabalhar?—sorri sem graça—Era disso que estava falando?
—Claro, de que mais seria?—ela questionou—Peça um pouco de folga ao sr. King, já que é a namorada dele, merece um pouco mais de descanso, além do mais, desde que comecei a trabalhar para o sr. King que noto o quanto a senhorita é esforçada e parece dormir muito pouco!
—Obrigada Penny, mas não é o trabalho!—neguei.
—Então o que está deixandoasenhorita assim?—ela questionou confusa.
—Recentemente eu soube que a minha mãe faleceu!—contei— Ela não era uma boa mãe mas, era a única que eu tinha!
—Eu sinto muito senhorita!—ela disse—Sei como deve estar se sentindo, também perdi a minha quando eu era criança, foi muito doloroso!
—Eu não sabia Penny!—falei pondo a mão no seu ombro—Eu sinto muito!
—Tudo bem, eu só sinto saudades agora!—ela sorriu—Bom, sempre que eu posso visito minha mãe, a senhorita poderia fazer o mesmo!
—Tem razão Penny!—sorri para ela—Vou subir e tomar um banho!
—Sim, senhorita!—ela sorriu de volta.
Revirei o cabo de água na boca e subi escadaria acima.
Entrei no quarto, tirei os sapatos e me sentei na cama.
Ian deixou o banheiro com uma toalha em volta da sua cintura e a outra secando os cabelos. Ele era uma visão do paraíso.
—Você parece abatida!—ele disse—Está tudo bem?
—Ian, tem mais uma coisa que meu pai disse!—falei e ele se sentou ao meu lado.
—O quê?—ele questionou.
—Que a minha mãe morreu há um mês!—contei.
—Maya, eu sinto muito!—ele disse me abraçando.
—Eu odiava a minha mãe, por ser tão obediente a ele, e por nunca me defender quando ele me batia!—contei me soltando de seu abraço—Mas agora que ela se foi, eu me sinto mal por isso, eu devia ter ajudado ela!
—Hey, a culpa não é sua!—ele disse—Não se culpe por ter pais tão ruins!
—Amanhã é sábado!—falei—Eu gostaria de ir vê-la!
—Tudo bem!—ele concordou—Eu levo você!
—Não precisa!—falei.
—Eu estou com você nos maus momentos também!—ele disse acariciando meu braço—Estou do seu lado!
—Acho que eu amo você!—soltei do nada.
—Você acha?—ele questionou sorrindo debochado—Não é só porque eu faço você ficar molinha?
—Também—o abracei—Mas eu realmente amo você!
—Boba!—ele me deu um beijo—Eu sei disso, vem, vou te mostrar como eu também te amo!
O enlacei pelo pescoço e ele começou a abrir os botões da minha blusa.

Pus o buquê de rosas brancas sobre o túmulo e olhei para seu nome escrito na lápide.
Rita Mendes, esposa amada, mãe amada
🌟15/06/1975
✝️20/11/2022

—Esposa amada!—sorri sem vontade—Que irônia!
Ian me abraçou pela cintura e beijou meu ombro.
—Quer ficar a sós com ela?—ele perguntou.
—Sim, alguns minutos!—respondi.
Ele ascenou com a cabeça e se afastou de mim alguns metros até o portão do cemitério
—Oi mãe!—falei—Deve ser estranho me ver aqui, já que eu fugi sem dizer nada, eu só queria dizer que essa é a primeira e última vez que venho até você, mas eu te perdôo por sempre fechar os olhos para as maldades do meu pai, te perdôo por escolher apoiar a ele e não a mim, pode descançar agora, eu não te odeio mais.—sorri—Agora eu tenho um homem bom do meu lado, que me ama na mesma intensidadeque eu o amo, não vou mais culpar você por não me amar, tenho todo amor que necessito com ele!
Pus o óculos nos olhos e deixei o cemitério de cabeça erguida.
—Vamos?—Ian disse.
Segurei sua mão e sorri para ele.
—Vamos!—concordei.
Entramos no carro e deixamos aquela cidade.
Eu havia acabado de acertar as contas com meu passado em Des Moines. Virei aquela página totalmente.
—Eu estava pensando!—ele disse ainda segurando minha mão—Deveríamos fazer planos a longo prazo!
—Como assim?—perguntei confusa.
—Deveríamos começar a planejar um relacionamento a três!—ele disse—Cabe mais uma pessoa entre nós!
—Que?—perguntei espantada—Que merda tá falando, eu nunca faria...
—Nunca?—ele me olhou sério—Nunca teremos um filho?
—Ahn?—falei confusa—Como assim?
—Deveríamos ter alguém que nos amasse incondicionalmente!—ele disse—Eu adoraria ter uma garotinha parecida com você, ou um menino tão charmoso quanto eu!
Sorri da forma como ele falou.
—Planos a longo prazo?—questionei—Casamento não deveria vir primeiro?
—Com certeza sim!—ele disse beijando minha mão e voltando a olhar para o asfalto.