FOREVER | CAZZIE PARTE III - Amor Perfeito

Capítulo 34 - "You've gone too far to be bored"

Pov Casey:

Eu.. eu não sabia o que fazer. Eu errei com Izzie, não havia como refuta-la. Não havia forma de fazê-la acreditar.

Me peguei dirigindo quase sem rumo, quando finalmente vi algo que me fez lembrar quem eu costumava ser.

- Vou querer um de framboesa e um de algodão-doce! - eu pedia 2 slurpees a garçonete. Eu nem sei por que pedi dois mas não quis voltar atrás e continuei o pedido.

Estava quente em NYC, os dias estavam ensolarados, e neste momento era fácil imaginar onde estaria. O Central Park era o lugar favorito das crianças e de Izzie que aos sábados de manhã fazia todos acordarem e irem jogar freesbee ou montava um piquenique no gramado vendo outras famílias e casais brincando e se divertindo por lá. Meu estômago embrulhou só de pensar na dor que eu enfrentaria daqui pra frente.

Eu estava certa de que era o fim. Eu nunca teria coragem de trair Izzie, eu nunca poderia, mas a sensação de flertar com outra pessoa, me causou estranheza. Me levou a pensar, por que Izzie e eu já não tínhamos esse hábito.

A resposta era óbvia, anos e anos de convívio, dois filhos, casa, carreira, contas... Inúmeras coisas que nos tornam uma família hoje,  não duas adolescentes flertando pra entrar nas calças uma da outra no fim do dia.

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Sophia Lakers era... apenas alguém que conheci indo algumas vezes conferir papelada em New York University. Ela havia me notado algumas vezes antes. Tinha a idade de Izzie, sem filhos, sem compromisso e claramente estava flertando comigo.

Comecei a perceber quando ela elogiou meu perfume depois de ter me cumprimentado e quando ela tocou minha mão enquanto separava a papelada de algumas alunas pra me entregar.

Sophia era meiga, simpática, era bom me abrir com ela. Ela me ouvia, me dava tempo de contar as coisas. A maioria delas sobre meus filhos e minha esposa incrível. Mas alguma coisa nela mudou, e ela começou a ser mais impulsiva, se aproximando rapidamente por trás da minha nuca, me levando a cafés dentro do campus, até bebendo comigo no fim do expediente.

Eu estava fragilizada. Ver Evan e meu pai naquela situação me causou medo. Medo de perder tudo o que tenho, o que conquistei. Doeu demais quando pensei que perderia Izzie da primeira vez e que junto com ela, meus filhos simplesmente nunca teriam nascido. Como imaginar a vida sem eles? Sem todos eles?
Sem Izzie? E se de uma hora pra outra eu perdesse todos?
Não seria justo.

Então eu comecei a passar mais tempo no escritório, procurando alguém pro meu lugar. Estava cansativo, e Sophia estava tornando tolerável, era uma busca quase infinita. Comecei a ter medo de voltar pra casa, por que sempre que estava com eles, parecia que ia acabar, parecia que uma hora isso ia ter fim, e eu não queria. Tive medo, e me afastei. Eu sei, é louco como a dor toma a gente. Eu já tinha me sentido sufocada antes, e não por Izzie, mas pela pressão do topo, do trabalho, das pistas. Eu já tinha me sentido assim antes, e isso me fez perder Izzie.

Eu não poderia arriscar perder todos dessa vez.

Mas não soube lidar, confesso. Acho que isso fez eu me afastar ainda mais, e Izzie por estar tão focada na nossa família, nas crianças, na carreira, acabou não percebendo.

Sophia foi uma porta de saída que me levava a lugares tranquilos quando eu apenas precisava sair do escritorio pra respirar. Coinscidentemente ela sempre estava lá, na sala ao lado. Sempre solícita a tudo, sempre empenhada em me ajudar no que fosse.

Eu a deixei passar pela linha do limite. Um dia ela me contou por que passava tanto tempo ali.

Ela tinha um namorado que estava se mudando pra outro estado, e bem, ela não estava disposta a ir com ele. Acho que era mais fácil passar mais tempo trabalhando, isso a faria não sentir tanta dor quando ele de fato fosse embora, pois certamente eles terminariam.