FOREVER | CAZZIE PARTE III - Amor Perfeito

Capítulo 43 - you can't even tell I'm lonely - part2

N/A: Apenas dando uma visão diferente.

Pov Izzie: 

O hospital estava um caos, como sempre. Entre um paciente e outro, Olivia e eu encontrei um minuto para respirar, e ela logo notou que eu estava ainda mais inquieta que o normal.

— O que está acontecendo, Izzie? — ela disse, sem rodeios, enquanto eu passava uma xícara de café.

Suspirei, olhando para o café escuro na xícara, buscando as palavras certas. Mesmo com tudo o que aconteceu, era difícil falar sobre Casey e o vazio que parecia ter se formado entre nós.

— Ontem eu dei um ultimato para Casey — descobri, com a voz falhando um pouco. — Foi horrível, Liv. Ela me comparou à minha mãe.

Essas palavras ainda ecoavam na minha mente, pesadas. Não foi apenas uma crítica qualquer, foi um golpe direto na ferida mais profunda que eu carreguei. Minha mãe sempre foi invasiva, implacável e crítica, e eu cresci determinada a nunca ser como ela. Mas ouvir isso da mulher que eu amava... aquilo me devastou de um jeito que eu não sabia explicar.

Olivia concordou, seus olhos cheios de compreensão.

— Isso foi baixo, Iz. Ainda mais agora, às vésperas do seu aniversário...

Revirei os olhos, deixando escapar um sorriso amargo.

— É, amanhã. Mas não espero nada, sinceramente. Ela nem deve ter se lembrado. — Respirei fundo, tentando controlar a frustração. — Sabe, eu só queria que ela olhasse pra gente, pra nossa família, com o mesmo brilho de antes. Às vezes parece que ela está num mundo à parte, como se tudo o que construímos tivesse ficado em segundo plano.

O silêncio caiu entre nós, e eu senti aquele aperto no peito se intensificar. Não era só pelo meu aniversário ou pelo que Casey disse. Era por essa distância que eu sentia crescer entre nós, essa sensação de que ela se desconectara da gente, das coisas simples que faziam sentido. Era como se o que eu mais desejasse agora fosse impossível.

Depois do trabalho, voltei pra casa com o coração pesado, já esperando o silêncio vazio da nossa sala, mas algo estava diferente. A luz estava baixa, e quando entrei, fui abordada por uma série de luzes iluminando um enorme forte de lençóis e almofadas no meio da sala.

Fiquei parada, sem entender muito bem. Mas antes que eu pudesse analisar, as crianças apareceram correndo, me abraçando, e Casey surgiu logo atrás, com um sorriso que eu não via há muito tempo.

— Surpresa! — ela disse, a voz suave e cheia de uma esperança que fazia tempo que eu não sentia. A calor daquela cena foi me envolvendo aos poucos, e eu senti uma emoção tão inesperada quanto forte. Ela lembrou. Lembrava de tudo — das noites em que passamos acordadas, das risadas no escuro, das histórias que fizemos questão de reviver uma e outra vez.

Durante a noite, nós jogamos, rimos, e por algumas horas eu senti que o peso das últimas semanas se dissipava, dando lugar a algo que parecia muito com felicidade. Eu olhei para Casey, sentado ao meu lado, e pela primeira vez em tanto tempo senti que estávamos em sintonia.

Quando as crianças estavam dormindo, ela voltou para a sala com uma garrafa de vinho e duas taças. Sentamo-nos no tapete, sob as luzinhas do forte, e tomamos o vinho em silêncio, uma quietude confortável entre nós. Então, ela deixou uma pequena caixa e me entregou.

Dentro dela, havia um envelope. Abri, curiosamente, e encontrei o itinerário de uma viagem para a Disney. Só que havia um detalhe: iríamos de carro, atravessando o país como uma família, sem pressa, aproveitando o caminho.

Senti meus olhos marejarem. Aquilo era mais do que um presente de aniversário. Era uma promessa silenciosa, uma prova de que Casey estava disposta a recomeçar ao meu lado, para estar realmente presente. Abracei-a, e naquele momento, senti que ainda havia uma chance para nós.