Capítulo 7 - "i just want to be your pretty girl when you want it"

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*ALERTA GATILHO* - Tópico violência, agressão, violência infantil.

Pov Izzie:

Eu tinha escolhido a medicina por vários motivos, mas o principal deles era poder dar segundas chances a pequenos seres que nem tinham esperança pra isso. Sempre foi a medicina pediátrica que me encantou, não sei se pelo relacionamento com meus irmãos e as inúmeras dificuldades que tínhamos principalmente quando alguém ficava doente, e a falta de plano de saúde fazia com que eu ficasse horas pesquisando remédios caseiros, ou até remédios que não precisavam de receita na farmácia sempre que um deles adoecia.

Isso sempre me incomodou demais. De qualquer forma, não que hoje eu faça um trabalho 100% voluntário, mas alguns dias eu dedico a atender aqueles casos onde os pais não podem dar esse suporte, ou crianças que vivem a margem da sociedade.

Hoje não era um desses dias, era um dia comum de plantão no hospital, em que eu chegava dava assistência, ensinava a alguns residentes e logo depois entrava em cirurgias. Tinha dias que dava pra fazer até 3 partos, ou atender coisas simples, como retirada de objetos estranhos que algumas crianças ingeriam, ou consertava alguns dedos quebrados ou até braços engessados. Mas alguma coisa virou a chave desse dia.


Quando cheguei ao hospital depois de tomar café com Casey e estar super animada pro que poderia ser nossa nova vida, e ver a empolgação dela com tudo isso, saber que ela poderá descansar uns dias em casa, e que realmente eu casei com minha melhor amiga e que ela estaria do meu lado pra tudo, me fez retornar ao plantão com certa felicidade que foi sugada por Olivia no momento em que pus meus pés na ala pediátrica.

Olivia estava pálida, e como a via nesse estado poucas vezes, imediatamente me preocupei com essa reação.

- O que houve? - eu perguntava a acompanhando as dependências da ala cirúrgica.

- Fraturas múltiplas, braço e pernas quebrados, trauma cerebral, paciente desacordada - Olivia dizia. Eu fiquei em choque, obviamente, ela estava falando de uma criança. Algo aconteceu.

Ao entrar na sala, depois de me paramentar para a cirurgia, o que vi detonou uma granada no meu peito. Era apenas uma criança que havia sofrido todo tipo possível de agressão física.

Houve polícia, gritos, mídia, e burburinhos por todo o hospital.

Hoje definitivamente não era um dia comum.

Depois de tratá-la, não havia muito mais que podíamos fazer. A Dra. Clain e Dr. Breadd que entraram comigo na sala de cirurgia, se encarregaram de cuidar dos membros quebrados e de seu trauma, respectivamente.

Eu estava exausta, foram horas em pé. Foi um choque, foi uma dor imensa que senti. Lembrei de Lily, de Josh e Noah e dos... meus filhos... digo, meus futuros filhos. Eu não saberia o que fazer.

O plantão acabou pela manhã, no outro dia, e assim que cheguei em casa, Casey estava na cozinha preparando algo pro almoço. Seus pais chegariam essa noite, tínhamos que organizar nossos tempos pra irmos buscá-los no aeroporto. Assim que cruzei a porta, e tive a visão de Casey cortando algo na bancada da cozinha, em seu top esportivo, por que certamente acabou de correr, seu cabelo bagunçado metade preso metade solto em um rabo pequeno. Os grandes olhos piscando lentamente.

Ela me fitou enquanto eu entrava, e seu longo sorriso foi substituído por um olhar de preocupação.

- Hey baby, o que houve? - ela dizia largando tudo na cozinha e vindo até mim, jogando minha bolsa no chão e me conduzindo até o sofá na sala se sentando do meu lado. E só então eu vi que ela estava vestida em seus shorts de correr de Clayton, que Deus sabe como aquilo ainda cabia nela. Seus pés descalços, e eu nem sei dizer o por que meus olhos captaram tantos detalhes em Casey.

FOREVER | CAZZIE PARTE III - Amor PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora