"Estávamos a um passo de mudar nossas vidas completamente. Ver Casey de pé me esperando com lágrimas nos olhos do outro lado desse corredor repleto de flores e convidados me dava a importante certeza de que eu tinha feito a escolha certa."
Muitas c...
Eu já havia acordado e dormido algumas vezes no avião, a viagem estava mais longa agora que me lembrei que estava sozinha. Deixar meus filhos e Izzie pra trás era sempre difícil. E eu odiava a sensação de sair de casa, deixando eles.
De alguma forma, me acostumei com essa vida. Eu sempre sonhei em viver coisas que julgava ser maiores, festas, leilões, coisas luxuosas, e em algum momento eu até vivi, mas nunca me afundei nessa vida por que tinha Izzie. Izzie era meu porto seguro, quem sempre me segurava quando eu ameaçava cair. Eu sempre voltava pra ela. Por conforto da nossa vida, do nosso encontro, e principalmente do nosso amor.
A vida com ela era leve, e eu sei que já disse e pensei nisso algumas vezes, mas nunca poderia me esquecer de como tive sorte. Izzie foi essencial no desenvolvimento da minha carreira, do meu amadurecimento, ter ela sempre perto me deixava com a certeza de que não precisava de mais nada.
Annie e Ethan eram tudo pra mim, eu vivia por eles, dava a vida por eles. E cá estou, num avião a não sei quantos pés de altura, embarcando em outro continente pra continuar aquilo que eu sempre sonhei. Viver do esporte.
- Casey, temos algumas coisas pra fechar antes de juntarmos a equipe! - O técnico geral dizia. Eu tinha formado uma equipe pra trabalhar com as meninas que eu escolhi a dedo com Izzie para competir, e precisávamos nos preparar. Estar fora de casa nos dava uma desvantagem, mas eu só sairia daqui com o ouro.
- Certo, vamos descer e teremos uns dois dias até as meninas se encaixarem no fuso horário e na temperatura, e então começamos! - Eu respondi.
Estava vendo um filme que costumava ver com Izzie em casa, não é a mesma coisa sem ela. E definitivamente não é como se eu pudesse me sentir em casa com essa cadeira extremamente desconfortável e esses fones de ouvido com ruídos.
Depois de desembarcar a primeira coisa que fiz foi ligar pra Izz, avisá-la que cheguei e falar com as crianças. Era sempre uma animação sem fim. Annie estava tão grande, muito mais inteligente que Ethan, claro. E estou torcendo por Izz não ouvir isso, por que ela diz que não podemos dizer essas coisas sobre nossos filhos e que cada um tem suas competências. Eu concordo, mas eles não precisam saber.
Ethan era como eu, exatamente, e ele estava cada vez mais parecido fisicamente com Sam. O jeitinho do Tio Sam era incomum pra ele, mas ele amava ficar com Sam sempre que podia. Enquanto Annie sugava Josh, Noah e Lily o quanto pudesse. É coisa de olhos puxados.
Uma vez Ethan perguntou por que não tinha olhos puxados como os de Annie e de Izz, e quando eu disse que os filhos podem nascer parecidos com ambos os pais ou ter característica deles, ele pareceu um pouco chateado de se parecer comigo. Não sei exatamente, mas senti vontade de deixá-lo de castigo. Izzie disse que não podia, obviamente.
Qual era o problema de se parecer comigo? Ok que eu não tenho a inteligência de Izzie, nem o corpo, nem aquela pele bronzeada incrível, mas eu podia ser pop também. Não sei.
Eu me peguei sorrindo sozinha no taxi indo em direção ao hotel onde ficaríamos.
Rolei minhas fotos até achar meus filhos. Como faziam falta. Estar sem barulho por mais de 12 horas consecutivas era algo quase impossível.
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