capítulo 28

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Sophia

Como um beijo pode fazer isso comigo? Como alguém pode me tirar da realidade por uns minutos e deixar minha cabeça rodando, meus sentidos confusos? Agora, mais do que nunca, sinto que preciso de algo que vai além de mim, como se o controle do meu corpo não fosse mais meu. Eu provei o gosto de um, e agora... o desejo por outro cresce em mim, como uma fome insaciável. Não é certo, isso é errado .

Antes que eu pudesse reconsiderar, já estou andando até o quarto de Enrico. Minhas mãos estão trêmulas quando bato na porta, uma parte de mim torcendo para que ele não abra, para que eu possa fugir dessa necessidade que parece me consumir por dentro. Mas então... ele aparece. Só de calça jeans. Meu coração quase para. Como ele consegue ser tão... perfeito? Cada detalhe dele grita tentação, desde os músculos definidos até aquela linha de pelos que desce no abdômen. Meu corpo reage antes que eu tenha tempo de processar, um arrepio quente subindo pela espinha.

Meu olhar segue automaticamente aquele caminho de pelos, e pensamentos inapropriados começam a se formar na minha mente. É errado... tão errado. Eu sei disso. Mas, ao mesmo tempo, não consigo evitar. A memória do outro e do beijo ainda está fresca, mas... o desejo por Enrico é diferente. Ele me puxa de volta ao presente com sua voz:

- Sophia, o que faz aqui?

A pergunta me sacode, e eu mal consigo disfarçar a culpa nos meus olhos. Será que ele percebeu? O sorriso dele me diz que sim. Aquele sorriso... não é só malícia, é puro domínio. Ele sabe o que está fazendo comigo, sabe o que estou pensando. E, ainda assim, não consigo me controlar.

- Eu... eu... queria saber que horas vamos sair. - A mentira sai aos tropeços, minha voz falhando como se meu corpo denunciasse o que eu realmente queria.

Ele não responde de imediato, apenas me encara com aquele olhar que faz minhas pernas fraquejarem, abrindo a porta como um convite silencioso. O ar ao redor de nós parece mais pesado, carregado de tensão, e tudo em mim grita que não devo entrar. Não depois de tudo. Não quando minha mente está dividida entre ele e... Vicente. Mas meu corpo já tomou sua decisão. Há algo em Enrico, algo que eu não posso explicar, que me faz sentir viva de uma maneira que nunca senti antes.

Enquanto hesito, vejo o brilho de algo nos olhos de Enrico. Um reconhecimento. Ele sabe que estou lutando, e ele gosta disso. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele segura minha mão com firmeza, mas sem pressa, e me puxa para dentro do quarto. O toque dele é como eletricidade correndo por mim, e cada parte do meu corpo desperta com o contato.

De repente, estou colada ao corpo dele, sentindo o calor que emana de sua pele, a força contida nos músculos. É como se todo o meu sistema nervoso estivesse em alerta máximo, consciente de cada centímetro que nos separa - ou melhor, que nos une.

Enrico fecha a porta atrás de nós, e antes que eu perceba, estou prensada contra a madeira. Seu corpo se move contra o meu, lentamente, quase imperceptível, mas o suficiente para fazer com que uma onda de desejo me atravesse. Estou ciente de cada músculo, cada movimento, e meu corpo reage de maneira involuntária, se curvando em direção a ele, querendo mais, precisando de mais.

- Você queria saber a hora, não é? - ele sussurra contra meu ouvido, sua respiração quente fazendo minha pele se arrepiar, os lábios quase tocando meu pescoço.

Meu coração dispara, e minha mente está um caos. Tudo o que posso pensar é no quanto eu quero me perder nesse momento, esquecer de tudo e de todos, e apenas ceder ao desejo. Mas uma pequena parte de mim ainda luta, lembrando-me de Vicente, de como estou dividida.

Mas, enquanto Enrico continua pressionando seu corpo contra o meu, sinto que essa luta está escapando pelos meus dedos. Minha mente pode gritar "pare", mas meu corpo só quer mais. E, naquele momento, percebo que estou completamente à mercê do que está por vir. E, de alguma forma, estou bem com isso."

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora