capitulo 06

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Katherine

Eu conhecia Rômulo o suficiente para saber que Sophia estava em perigo. Ele tinha um controle obsessivo sobre mim, e isso se estendeu à minha amizade com Sophia. Desde o início, Rômulo demonstrou um comportamento possessivo, e eu só consegui entender a extensão disso quando ele começou a monitorar tudo ao meu redor, inclusive minhas amizades. A revelação de que ele havia ultrapassado todos os limites ao me vigiar foi devastadora. Ele se apresentava como o partido ideal para meus pais, mas ninguém sabia a crueldade que ele escondia.

Quando meu pai me disse que o casamento com Rômulo era inevitável, eu aceitei sem entender a gravidade da situação. Achei que era apenas um acordo comercial. Mas Rômulo começou a transformar o que parecia ser um simples arranjo em um pesadelo. Sua obsessão cresceu, e ele exigia um relacionamento “real” de mim. Eu tentei, na esperança de aprender a gostar dele, mas sua obsessão doentia e seu ciúmes insuportáveis apenas me afastaram. A pior parte foi quando ele me drogou, um segredo que eu carrego sozinha. Essa experiência me deixou marcada, uma dor que não consigo compartilhar com ninguém.

Agora, ao ver Rômulo se aproximar de Sophia, uma onda de pânico me atinge. Ela, apesar de ser uma pessoa forte, não está em condições de enfrentar o que ele pode fazer. Eu a ajudo a se apoiar em mim, sentindo o peso de sua fragilidade.

Aceno para um dos seguranças, minha voz tremendo, mas firme.

— Não quero tumulto. Leve-a para o meu quarto sem que ninguém perceba. É urgente.

O segurança, com um olhar de compreensão, segue minhas instruções rapidamente, sabendo da gravidade da situação.

Sophia

Acordo com um flash de luz que parece cortar minha cabeça ao meio. Minha mente está turva, e a dor é insuportável. Abro os olhos e percebo que não estou no meu quarto. Um retrato de Catherine sobre uma mesinha me dá um leve alívio, sinal de que estou em um lugar seguro, mas minha mente está em frangalhos. Tentei entender como cheguei aqui, mas tudo parece um borrão.

A porta se abre e uma senhora entra com uma bandeja. Seu olhar é preocupado e gentil.

— Que bom que você acordou. Achei que você estivesse desmaiada ou pior.

Sua voz é suave, mas a dor na minha cabeça faz com que cada palavra soe abafada.

— Que horas são?

Pergunto, tentando soar calma apesar da dor. A mulher consulta o relógio com um gesto automático e sorri com um toque de alívio.

— É uma e meia da tarde.

Sinto uma onda de vergonha e frustração. Eu deveria ter acordado há muito tempo.

— Não posso acreditar que dormi tanto.

A vergonha é palpável na minha voz.

— Não se preocupe. Jovens precisam descansar. É normal.

Sua resposta é reconfortante, mas a sensação de estar perdendo o controle da situação persiste.

— E Catherine?

Pergunto enquanto pego um copo de suco e um sanduíche. A mulher sorri, aliviada por ver que estou começando a me recuperar.

— Ela está na piscina, tomando sol. Depois de comer, você pode encontrá-la lá.

Sorrio, um pouco aliviada por saber que Catherine está bem.

— Vou para lá assim que terminar.

Depois de comer, sigo para fora e me dirijo à piscina. Catherine está deitada em uma espreguiçadeira, usando óculos escuros e um biquíni rosa, perdida em seus próprios pensamentos. Seu semblante relaxado contrasta com minha ansiedade. Para não assustá-la, chamo-a suavemente.

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora