capitulo 05

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**Vicente**

Olho para Angelo com uma mistura de incredulidade e preocupação.

- Você sabe que, se o filho for seu, terá que assumir a responsabilidade, certo? - minha voz é firme, buscando transmitir a seriedade da situação.

Angelo passa as mãos pelos cabelos de maneira agitada, e seu nervosismo é palpável. Ele começa a andar de um lado para o outro, o que só aumenta a tensão no ambiente.

- Eu não queria um filho tão jovem. Deve haver algum jeito de impedir isso antes que ela comece a mostrar a barriga. O pai dela vai me matar se souber que a engravidei, e ele é um maldito delegado. Estou realmente encrencado, Vicente.

- Você não está considerando forçar um aborto, está? - pergunto, mesmo sabendo a resposta. A ideia me deixa inquieto.

- Eu espero que o pai dela corte suas bolas e as jogue para os jacarés - Angelo responde com uma expressão horrorizada, o que me faz soltar uma risada inesperada.

- Isso não tem graça, Vicente - ele diz, seu tom é um misto de irritação e desespero.

Balanço a cabeça em concordância.

- É, meu amigo, você está certo. Não tem graça nenhuma, especialmente se você está pensando em abortar um possível filho seu e ainda colocar a vida da Vitória em perigo. Mas eu te garanto que, se você agir como um homem de verdade, a situação pode se tornar muito mais manejável.

Meu tom é grave e encorajador, tentando oferecer algum tipo de consolo e direção.

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**Sophia**

Finalmente chegou o dia da festa, e minha ansiedade é palpável. Sempre fui uma pessoa tímida, e minha natureza reservada se acentuou ainda mais depois de tudo o que passei. Meu isolamento social se agravou com o tempo, e a ideia de socializar me causa um desconforto profundo. Felizmente, nunca deixei que a depressão tomasse conta de mim, apesar de muitos momentos em que me senti à beira de sucumbir.

Recebo uma mensagem no celular e meu coração acelera ao ler:

"Oi, bolsista! Meu motorista vai te buscar às 18:30. Se arrume e fique deslumbrante. Meus primos também virão, e eles são bem interessantes."

Olho para o meu guarda-roupa e suspiro. Reviro todas as peças espalhadas sobre a cama, sem saber o que vestir. É tão complicado ser mulher e lidar com essas expectativas sociais. Olho para o relógio e vejo que o tempo está se esgotando. Pego um vestido azul de renda, com mangas longas, que Catherine me garantiu que ficaria perfeito, e uma sandália prateada que ela insistiu para eu usar, mesmo que tenha custado uma fortuna. Agradeço mentalmente que o custo não saiu do meu bolso. Honestamente, eu não teria condições de gastar tanto em algo assim. Será que é errado pensar dessa forma?

Agora vem a parte que realmente não domino: a maquiagem. Nunca fui de usar maquiagem, mas decido tentar. Me olho no espelho e, considerando minha falta de habilidade, até que o resultado não ficou tão ruim. Ouço batidas na porta do meu apartamento e corro para atender. Olho pelo olho mágico e vejo que é o motorista da Catherine.

- Já estou abrindo - falo, enquanto destravo a porta e tiro a correntinha com um misto de nervosismo e antecipação.

O motorista sorri gentilmente.

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora