woodwork
Sorri alegre e orgulhosa para o papel em cima da mesa. Tentei usar o máximo de cores de giz de cera no meu desenho para que ele ficasse bem colorido, e acho que concluí minha missão com mérito.
O campo de flores ficou lindo! Exatamente igual ao que eu havia imaginado, um pouco melhor, na verdade.
— Ei apple pie, o que você está fazendo? — Louis me perguntou com um sorriso bonitinho.
Deslizei sobre a cadeira em que estava sentada, dando espaço para que ele se juntasse a mim, depois de retribuir ao seu sorriso.
— Estou terminando de desenhar o meu campo de flores, você também desenhou alguma coisa? — questiono para o garotinho ao meu lado. Ele apoiou o cotovelo na mesa e está sustentando sua cabeça com a mão enquanto me olha de um jeito estranho. — Lolo? — o chamo de novo esperando por uma resposta depois de Louis passar segundos demais em silêncio apenas me encarando desse jeito.
Parecendo acordar de um sono profundo com sonhos felizes, Louis finalmente se recompõe, quase caindo da cadeira com o ato.
Solto uma risadinha e deixo um beijinho em sua bochecha.
— Está tudo bem? — pergunto quando suas bochechas começam a receber um tom profundo de vermelho, bem parecido ao vermelho do giz de cera que usei no meu desenho.
— Ah sim, claro. Eu desenhei uma torta de maçã.
Olho atentamente Louis levando a mão até o bolso traseiro de sua calça e tirando um papel dobrado de lá. Ele faz tudo com calma e cuidado, se concentrando em cada ação que seus pequenos dedos fazem para desdobrar o papel sem o amassar ou rasgar.
Quando termina, ele me estende o papel com um sorriso muito orgulhoso.
Pego delicadamente o papel de sua mão e observo o desenho bem feito de uma torta – provavelmente recheada com maçã – colorida com lápis de cor. Na parte debaixo da folha, quase chegando ao seu limite, está escrito alguma coisa que não sei ler, com vários coraçãozinhos vermelhos ao redor.
Somos interrompidos por um barulho alto e irritante.
O sinal toca indicando a hora do intervalo e impedindo que eu possa falar qualquer coisa a mais.
Louis desce da cadeira antes de mim e estende sua mão para mim, me ajudando a ficar de pé ao seu lado.
A senhorita Ferrars nos ajuda a pegar nossas lancheiras antes de outra funcionária da escola guiar todas as crianças para fora da sala.
Sem soltar nossas mãos, Louis nos leva até o pátio da escola, onde inúmeras crianças da nossa idade correm de um lado para o outro.
Resumidamente, um bando de selvagens.
Ando calmamente até a pequena mesa próxima ao jardim, sendo seguida por Louis. Todos os dias – sem exceção alguma – eu passo o intervalo nessa mesa e na maioria das vezes, Louis está aqui para me fazer companhia.
— Apple pie —, Louis começa depois de se ajeitar no banco a minha frente. — Qual é o gosto de um beijo? — ele pergunta casualmente, mantendo seu olhar focado em suas mãos esvaziando a lancheira e organizando os alimentos sobre a mesa.
Franzo o cenho confusa. Eu nunca parei para pensar nisso. Qual é o gosto de um beijo?
— Hm, eu não sei, na verdade. Nunca tinha pensado nisso antes. Por que quer saber o gosto de um beijo, Lolo? — pergunto realmente tentando entender sua curiosidade repentina por algo tão... aleatório?
Louis parou de organizar seu lanche e olhou fixamente para um ponto aleatório, suspirando e encolhendo minimamente os ombros.
— É que, bem, normalmente os adultos sempre se beijam, como se o beijo fosse uma espécie de presente muito gostoso e especial que se dá para alguém muito importante para você, e além do mais, meus pais também se beijam frequentemente; principalmente depois de brigas, sempre que eles brigam e a mamãe fica triste o meu papai dá um beijo nela e pede desculpas. Mas não acho que sejam desculpas realmente sinceras, sabe apple pie? Quero dizer, só pedimos desculpas quando estamos arrependidos de algo, certo? Certo. E se meu papai estivesse arrependido de deixar minha mamãe triste, por que ele faria de novo?
Passo alguns segundos encarando Louis com meus olhos arregalados tentando absorver a enorme quantidade de palavras que ele despejou no ar. Isso é uma das características marcantes do Lolo; muitas vezes, ele emenda um assunto no outro e quando percebe já não está falando mais coisas com um real sentido.
— Eu não sei te explicar isso Lolo, acho que é coisa de gente grande, adultos são complicados, sabe? Mas não me lembro de alguma vez em que meu papai deixou minha mamãe triste. Sinto muito por seu papai fazer isso. — solto um suspiro triste e me sento ao lado do garotinho de ombros caídos e semblante entristecido, o abraçando de lado e deitando meu rosto em seu ombro. — Vai ficar tudo bem Lolo, sempre fica.
*apple pie: torta de maçã.
𖧷
lina;
NOSSA QUE SAUDADE
mil desculpas por toda essa demora, de vdd
eu me mudei recentemente e ainda estava tentando me adaptar à escola nova e tudo mais, mas agora que as coisas estão se encaixando em seus devidos lugares, eu voltei!!!😩🥳
caso não tenham entendido, esse capítulo foi meio que uma lembrança da infância da tames e do louis, eu sei que muitas vezes foi dito que eles sempre se odiaram, mas vcs vão entender 🤫🤕
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❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜
Fanfiction(🪴) 𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂 ❪Louis❫ 𝗼𝗻𝗱𝗲 Louis e s/n mantêm um ódio banal um pelo outro desde o maternal. Obra inteiramente escrita por mim. Não permito adaptações. | 𝘄𝗿𝗶𝘁𝘁𝗲𝗻 𝗯𝘆 -ibeaver | 𝗮 𝗹𝗼𝘂𝗶𝘀 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗿𝗶𝗱𝗴...