pink castle

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woodwork

— O que aconteceu com o Louis? Parece que ele foi atropelado por um caminhão cinquenta vezes. — Chloe fala assim que se junta a nós na mesa do refeitório.

Gaten lhe dá uma cotovelada nada discreta e ela o olha feio.

Louis continua quieto na dele, o sorriso de hoje mais cedo desapareceu completamente.

— Ele está uma merda. — Noah susurra ao meu lado.

Olho novamente para Louis e o vejo observando Finn do outro lado do refeitório, o qual pegou sua bandeja de comida e está indo para o corredor das salas.

Preciso fazer o que quer que seja, mas preciso dar um jeito de animá-lo novamente. Ver ele assim dói mais do que já imaginei ser possível doer psicologicamente.

— Ei, hm... O que acha daquela ideia de ir assistir aquele filme na sua casa? Ainda está de pé? — pergunto me arrastando para mais perto de seu corpo, abraçando sua cintura enquanto ele continua apoiando o rosto nas mãos.

— Pode ser. — fala sem se importar muito, a voz baixa e sem expressão.

Solto um suspiro baixo deitando minha cabeça em seu ombro, não tendo ideia do que fazer para o animar.

𖧷

— Qual é a profissão da sua mãe? — pergunto dessa vez realmente por curiosidade, não por tentar criar um diálogo, já que todas as minhas outras tentativas de puxar conversa foram falhas.

Louis continua fechado, dando curtas respostas para tudo que digo, por isso estamos calados há tempo demais. Entendo que ele esteja magoado e confuso com a atitude de seu melhor amigo, mas não vou me humilhar para tentar o animar quando ele mesmo já deixou claro que não irá fazer o mínimo de esforço para tal ato.

— Ela é médica, vai passar o dia inteiro no hospital hoje porque tem plantão.

Assim que passamos pela porta de entrada, analiso rapidamente a sala de estar. A decoração é simples mas não mal feita. As paredes são ocupadas por porta-retratos com fotos do Louis, Issie, Millie e Liz, nada demonstra que o pai de Louis um dia morou aqui.

— Tem algum filme em mente? — questiono quando ele joga mochila no chão e se esparrama no sofá.

— Não s/n, não tenho porra nenhuma de filme em mente. Caralho, será que você não pode fazer um simples escolha sozinha? — ele fala sem paciência, aumentando minimamente, mas consideravelmente, o tom de voz.

Estou parada estática no chão, não sei como reagir. Meus pés grudaram no lugar e meus olhos piscam mais do que o necessário.

Que porra foi essa?

— Como é que é?

Ele bufa passando as mãos no cabelo e se levanta, ficando na minha frente.

Me remexo desconfortável com a intensidade em que seus olhos me encaram, não é o tipo de intensidade que o de costume. Seus olhos estão escuros, furiosos, e acima de tudo, sei que a culpa disso não é minha.

— O que foi? Além de não saber decidir nada sozinha, também não consegue ouvir?

— Qual é a porra do seu problema, Partridge?! Eu sei que você está mal com o que aconteceu com o Finn e o caralho a quatro, mas caso não tenha percebido, eu não sou o Wolfhard.

Ele olha para cima e solta uma risada sem nem um pingo de humor.

— Mal? Você acha que eu estou mal com toda essa merda? O meu melhor amigo de infância literalmente me ignorou o dia inteiro sem nenhum motivo em especial e você acha que eu estou mal?

E agora é a minha vez de rir.

— Olha Louis, eu não sei se você é tão burro que não conseguiu entender o ponto até agora, então eu vou deixar bem claro; eu não tenho nada a ver com isso, eu não te ignorei o dia inteiro e parei de conversar com você sem nenhum motivo em específico, pelo contrário, eu fui a pessoa que tentou te animar o dia inteiro, quem te perguntou se você queria conversar sobre o assunto e tentou te dar um tempo para processar tudo isso. Agora, se vc não entende isso, o problema não é meu. — digo o olhando com os olhos fulminantes.

Louis se vira de costas para mim, passando novamente as mãos no cabelo, percebi que isso é algo que ele faz muito quando está nervoso.

— Isso é ridículo. — fala baixo, mais para ele do que para mim — Sequer estamos brigando por um motivo plausível, quando foi que pensamos que isso daria certo? Você nem ao menos se esforça para entender o meu lado, você continua sendo aquela garota mimada e inconveniente, a qual não se importa com ninguém além de si mesma, nada além do seu próprio nariz. Na sua cabeça, o mundo é um perfeito canto de fadas e a sua casa é um castelo cor de rosa.

É como um soco na boca do estômago. Um balde água fria. Um choque de uma realidade que eu pensei não ser mais real.

Engulo a vontade de chorar e reprimo todos os sentimentos que me mandam correr até Louis, o abraçar e dizer que está tudo bem, que ele só está confuso, mas nem eu mesma tenho tanta certeza disso. E se ele não estiver só confuso?  E se ele tiver certeza de que isso não é o que ele quer? E mesmo se ele estiver apenas confuso, eu não posso me rebaixar a esse ponto, não posso me humilhar assim. Eu gosto muito, muito de Louis, meus sentimentos por ele são mais fortes do que jamais poderei explicar, mas eu não posso me colocar em segundo plano.

— Você tem razão. Está coberto de razões.  Isso tudo aqui — abro os braços e o encaro profundamente, proferindo as seguintes palavras lentamente, mas sentindo meu peito sendo rasgado tão lento quanto — é uma grande idiotice, uma enorme perda de tempo. Nós somos uma grande perca de tempo, você é infantil demais para qualquer relacionamento que envolva outro alguém, você é imaturo demais, ou melhor, nós dois somos. Somos por termos pensado que em algum momento isso iria funcionar. Eu fui imatura ao pensar que compartilhávamos da mesma intensidade de sentimentos. E eu sou uma mimadinha de merda que cresceu em uma família perfeita, em um castelo cor de rosa cheio de glitter igualzinho ao que você disse. — falo tudo isso como se não me afetasse, como se não me importasse nem um pouco, quando na verdade, a realidade é bem diferente.

Louis também está estático, o rosto não expressa nenhum sentimento. Completamente impossível de ser lido, a não ser pelo seu peito subindo e descendo com mais velocidade, deixando claro sua respiração ofegante.

— Parabéns Partridge, parece que você é o dono da razão, o sempre certo. Meus parabéns, você venceu essa também. — por fim, me canso de segurar as lágrimas e uma acaba escapando e escorrendo pela minha bochecha enquanto um sorriso amargo ocupa meu rosto.

E sem nem mais um pio, eu me viro e saio pela porta da sala.

𖧷

lina;
KKKeita rapazes

só dedo no cu e gritaria

tchau tchau

❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜Onde histórias criam vida. Descubra agora