marihuana

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partridge

Eu fiz merda, e foi das grandes.

Posso ter pisado na bola com Tames, mas eu reconheço meu erro, isso já é um começo, certo?

Errado.

Ela não tinha culpa de porra nenhuma, e por mais que meu orgulho esteja sendo gravemente ferido no momento em que admito isso, eu fui um grande pau no cu.

Meus sentimentos estavam à flor da pele e meu nervos também, tudo por conta da atitude repentina e esquisitona de Finn. Mas que merda, qual outra reação eu poderia ter tido? O meu melhor amigo de desde que me entendo por gente simplesmente começa a me ignorar por nenhum motivo aparente e como se não bastasse, problemas que deveriam ter sidos enterrados voltaram à tona do nada, é como uma avalanche de informações de uma única só vez.

Isso tudo me faz pensar que essa não foi a primeira vez que magoo s/n, e a pior parte é que ambas as vezes o que me incentivou a ter uma atitude tão xula foi exatamente a mesma coisa. A mesma pessoa.

Por mais que eu ache que a melhor coisa a se fazer no momento é falar com Tames antes que ela perceba que eu sou um merda e nunca mais queira falar comigo, sinto que devo resolver o outro problema primeiro, para depois me preocupar com meu melhor amigo e a minha quase-namorada que se eu não concertar as coisas irá virar minha quase-namorada-que-virou-ex-namorada.

A grande questão é que preciso fazer isso rápido, porque essa não é a primeira vez a machuco a minha garota, e apesar de achar que ela escondeu essa memória bem dentro de si, em um lugar tão escuro e intocado que ao menos se lembre, isso não me dá o direito de cometer o mesmo erro mais uma vez. O ditado diz que aprendemos com os erros, não que podemos cometer o mesmo erro incontáveis vezes até aprender onde erramos.

Solto um longo suspiro quando meu celular vibra mais uma vez ao meu lado, já é a milésima vez em um intervalo de vinte minutos e eu simplesmente não quero conversar com ninguém que não seja s/n agora, mas como sei que nenhuma das mensagens é dela, sequer me dou ao trabalho de me mover da minha posição jogado-na-cama-de-qualquer-jeito.

Não fui na aula hoje na intenção de não precisar interagir com ninguém, principalmente com meus amigos, já que sei que eles iriam esfregar o meu erro na minha cara, mas o acontecimento inoportuno da noite anterior só acrescentou motivos para não ir à escola hoje. Não estou com o mínimo de bom humor ou vontade de explicar toda a situação com Tames e responder as inúmeras perguntas relacionadas ao comentário de James Partridge na minha foto do Instagram - a qual estou eu e s/n comendo pizza no final de semana -, o qual eu sei que meus amigos viram, porque além de stalkers, eles também são fofoqueiros e com certeza foram passando a informação um para o outro.

Quando meu celular apita mais uma vez, crio energia o suficiente para esticar meu braço para o lado e pegar o telefone, ainda mantendo meu olhar de tédio no teto branco.

Ok, eu não esperava por isso. Como um simples coração comentado por um pai na foto de um filho causou tanto alvoroço? Quem estou tentando enganar? Se essa fosse uma relação normal entre pai e filho, atitudes como essa certamente seriam normais e nada fora do comum, mas essa não é uma relação normal de pai e filho.

Abro o aplicativo de mensagens vendo que a primeira é uma de Finn, sim, até ele. Na mensagem ele mandou um print dos comentários da minha última publicação do Instagram, onde o incrível comentário está e me mandou a mensagem com a legenda: "mas que porra significa isso?"

Todas as outras mensagens dos meus amigos são exatamente a mesma coisa, apenas com algumas variações diferentes de palavrões nem existentes e mensagens insistentes perguntando por que não fui para a escola e se estou bem, e por que não estou respondendo.

❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜Onde histórias criam vida. Descubra agora