shower

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woodwork

Assim que coloquei os pés dentro da casa, o cheiro familiar de jasmin – as pequenas flores em um vaso sobre a mesa da sala – se fez presente enchendo minhas narinas enquanto nós adentravamos a casa.

O caminho de carro até aqui fora tranquilo e silencioso, passei a maior parte do tempo me contendo para não arrancar meu útero fora com as minhas próprias unhas a cada pontada de dor.

Louis trancou a porta de entrada entes de se virar com o rosto tranquilo, caminhando até o enorme sofá da sala e jogando nossas mochilas sobre o mesmo.

Analisei o ambiente com um ar melancólico. As lembranças da última vez que estive aqui não são as melhores. Um arrepio correu pela minha barriga apenas por pensar sobre.

— Bom, vamos subir para você poder tomar um banho quente e vestir uma roupa limpa. — diz se virando para mim com a expressão pacífica. — Segundo o Google, banhos quentes podem ajudar a suavizar a dor.

O respondo apenas com um pequeno sorriso, apreciando a ideia de tê-lo prezando pelo meu bem estar.

No entanto, o sorriso se esvaneceu no instante em que olhei para a escadaria que nos levaria até o segundo andar. Por mais que esteja me mordendo de curiosidade para explorar o quarto de Louis pela primeira vez, a dor em meu ventre é maior do que qualquer outra emoção que eu possa sentir no momento.

— Ah não, eu não vou subir isso tudo não. — me virei para ele balançando a cabeça, a expressão desanimada e preguiçosa.

— Não é uma opção. Minha casa ainda não possui um sistema de elevadores os escadas rolantes. — um sorriso irônico expandiu-se pelo seu rosto quando soltei um suspiro frustrado, mais parecida a uma criança fazendo birra.

Me aproximei de Louis em passos lentos e preguiçosos, estendendo meus braços para cima assim que parei na sua frente.

Seus olhos rolaram para trás, mas ele não foi capaz de esconder o pequeno sorriso de canto que apareceu em seus lábios.

— Você é impossível. — falou passando os braços pela minha cintura e me puxando para cima, me fazendo circular sua cintura com as minhas pernas quando ele abraçou a parte inferior das minhas coxas.

— Eu sei, você fala isso sempre. Impossível, insuportável... Mas isso não muda o fato de que você está perdidamente apaixonado por mim. — o respondi sorrindo e enlaçando seu pescoço enquanto tombava meu rosto na curvatura de seu pescoço.

Um riso de escárnio balançou seu corpo quando ele começou a andar em passadas curtas até a escada.

— Vou deixar você se iludir porque não tenho o costume de partir o coração das garotas que se apaixonam por mim. Mas está bem claro que a besta apaixonada aqui é você, não o contrário.

Eu teria inúmeros argumentos para essa conversa, porém, apenas murmurei um uhum e me concentrei em apreciar o aroma de seu perfume.

Senti quando ele começou a subir os degraus da escada, o abracei com mais força e fechei os olhos apenas sentindo o movimento de nossos corpos, ignorando por alguns segundos, o mundo ao nosso redor e a dor excruciante chamada cólica.

Ouvi uma porta se abrindo quando ele soltou uma das minhas pernas e supus ser a porta de seu quarto.

Inesperadamente, fui deitada em uma cama e antes mesmo que tivesse a oportunidade de raciocinar, o corpo de Louis cobriu o meu ao se deitar sobre mim.

Seus lábios vieram de encontro aos meus sem nenhuma explicação ou desculpa, afinal, ele é meu e pode fazer isso na hora em que lhe der vontade. Retribui o beijo sem hesitação, aproveitando o gosto doce da bala de cereja que ele sempre carrega consigo. O sabor doce com o final ácido me deixando embriagada como álcool.

❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜Onde histórias criam vida. Descubra agora