partridge
Estou sentado na sala de segurança do shopping enquanto levo uma bronca dos seguranças por ter batido em um cliente até que seu nariz saísse do lugar.
— Se serve de consolo, eu não me arrependo. — falo cruzando os braços sujos de sangue sobre o peito e me esparramando na cadeira em que estou sentado.
O homem a minha frente parece incrédulo.
— Moleque, qual é a porra do seu problema? Você literalmente socou aquele garoto até o rosto dele quase ficar irreconhecível, ele precisou ir para um hospital. Você tem noção da gravidade disso? Entende que se os ferimentos não fossem só superficiais e você não fosse a porra de um privilegiado riquinho poderia ser preso? Eu entendo que os hormônios na adolescência ficam a flor da pele, mas isso não quer dizer que você pode sair por aí batendo em quem lhe der vontade, compre um saco de porrada ou o caralho a quatro, mas esse shopping não é um ringue de luta não— ele é interrompido de continuar seu sermão quando uma batida é ouvida na porta atrás de mim.
Um outro segurança do shopping coloca sua cabeça para dentro da sala antes de engolir em seco e começar a falar.
— Acho melhor liberar o moleque, o pai dele está aqui.
Arregalo meus olhos com a revelação inesperada e me viro tão rápido na direção da porta que a cadeira em que estou sentado chega a cambalear.
Meu pai? Aqui? Jesus me leva.
Meu coração começa a bater em uma velocidade tão rápida que tenho medo de ele acabar rasgando meu peito. O medo se espalha pelo meu corpo como veneno.
Me viro novamente para frente quando o homem que estava brigando comigo pigarreia.
— Vai lá garoto. E saiba que dá próxima, não vou me importar se seu sobrenome é Partridge ou que é dono de uma das joalherias mais renomadas do estado.
E com isso, me levanto e ando em direção à porta, preferindo mil vezes que eles tivessem chamado a polícia, qualquer coisa menos ter que encarar meu pai depois de tantos anos fazendo de tudo para o evitar.
E então, em um simples deslize, boom! Todo o meu esforço para o superar ou apenas ignorar, vai por água abaixo.
Mas para a minha enorme surpresa, o homem que me espera ao lado de fora não tem nada a ver com James, na verdade, é o total oposto.
Charles me encarava com uma expressão tão séria que eu consigo ver as veias demarcando seu rosto, e se não o conhecesse a tanto tempo, não conseguiria ver e dizer que ele está se segurando para não rir.
— Pode deixar que eu assumo daqui. Peço desculpas pelo transtorno. — Charles fala para os homens atrás de mim, pegando meu braço e me puxando para fora da área de segurança.
Tento fazer o meu máximo para não rir antes de sairmos da vista dos seguranças.
— Então agora você é o pai responsável que tira o filho mimado de encrencas? — questiono em meio a risos assim que entramos no elevador.
Charles tenta manter a postura séria com braços cruzados atrás do corpo de terno preto por dois segundos antes de começar a rir junto a mim.
Passamos os próximos minutos assim, até nos recuperarmos e respirarmos fundo.
— Cala a boca Louis, tem sorte de que eu fiquei sabendo disso antes da sua mãe, caso contrário, teriam que chamar uma ambulância de novo e dessa vez seria pra você. — fala me dando um empurrão no ombro antes de de sairmos do elevador e caminharmos novamente para a joalheria.
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❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜
Fiksi Penggemar(🪴) 𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂 ❪Louis❫ 𝗼𝗻𝗱𝗲 Louis e s/n mantêm um ódio banal um pelo outro desde o maternal. Obra inteiramente escrita por mim. Não permito adaptações. | 𝘄𝗿𝗶𝘁𝘁𝗲𝗻 𝗯𝘆 -ibeaver | 𝗮 𝗹𝗼𝘂𝗶𝘀 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗿𝗶𝗱𝗴...