rachel

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partridge

— então nosso pequeno Louis admite que está apaixonado? — Finn pergunta jogado em um dos sofás da grande sala de piano.

Faço uma careta e continuo tocando notas aleatórias no piano.

Finn estranho meu silêncio e desvia por poucos segundos, o olhar do videogame, para me encarar.

— eu não disse que estou apaixonado, eu disse que talvez, só talvez, eu sinta uma pequena atração por ela — concluo me levantando e me jogando no carpete macio, afundando meu rosto em algumas almofadas que estavam jogadas pelo chão.

— e isso não é a mesma coisa? — Finn pergunta focado no jogo de corrida. — quer dizer, eu achei que você ficaria confuso ou algo do tipo agora que a plastificada, digo, Rachel, voltou

Não e não

— Claro que não, você melhor do que ninguém sabe que eu nunca senti algo realmente forte por ela. Foi um romancenzinho de verão, e só porque ela insistiu nisso e saiu me apresentando para todo mundo como namorado dela — justifico com a voz abafada, ainda com o rosto enfiado nas almofadas

Me levanto e me sento no sofá ao seu lado, focando minha atenção no jogo acontecendo na televisão.

— de qualquer forma, já se inscreveu para alguma faculdade? — questina me olhando rapidamente.

Aí está o assunto do qual venho fugindo todo vez que mamãe menciona.

— não, não tenho ideia do que quero fazer — dou uma desculpa qualquer desviando o olhar

Pelo canto do olho vejo Finn me encarar desacreditado

— Claro que sabe, você ama atuação e leva jeito pra coisa. Agora o motivo real, anda

Bufo sabendo que não vou conseguir esconder nada dele, Finn me conhece a tempo demais para isso

— meu pai. Você sabe, ele sempre quis que eu fizesse direito e sinto que deveria fazer isso — trago à tona o assunto quase nunca falado

Finn desliga o videogame mesmo a partida não tendo acabado e se vira para mim, a expressão mais séria do que nunca

— ele que escolheu ir embora Louis, isso não é responsabilidade sua. A opinião dele ou o que ele quer e deixa de querer parou de importar no momento em que ele saiu por aquela porta. É o seu futuro, ele fez o dele, e cá entre nós, as decisões dele foram péssimas — ele fala baixinho a última parte, como se fosse um segredo, conseguindo me arrancar uma risada baixa

— mas ele está morto Wolfhard, eu sinto que o devo isso — tento justificar, mantendo o olhar em qualquer coisa que não seja Finn

— ele está morto porque foi um merda, Louis. Ele fez as péssimas escolhas que o levaram a ter esse fim. As únicas escolhas que importam agora são as suas. Ele foi um péssimo marido, um péssimo pai, um péssimo ser humano. A única coisa boa que ele fez foi ajudar a fazer com que você e suas irmãs existissem — ele faz uma pausa e analisa meu rosto. — eu sei que é difícil, mas você não precisa dele. Você tem a mim, a suas irmãs, a sua mãe e todos os nossos amigos! Não esquecendo também da sua paixãozinha, por mais que ela te odeie, eu sei que no fundo ela sente algo por você e também concordaria com tudo o que eu disse.

Sinto meu peito esquentar com tudo o que ele disse. Finn é um dos únicos te sabe sobre tudo o que aconteceu com meu pai e sempre me apoiou em relação a isso. Ele sempre esteve aqui para me ajudar.

Dou um abraço nele e ele me abraça forte de volta, sussurrando um "tá tudo bem"

— chega de boiolagem — Finn se separa do abraço e com uma careta  finge se limpar — agora vamos ao que realmente importa. Qual o nome daquele filme que assistimos com a pequena millie, no outro dia? — questiona ligando a televisão pronto para procurar pelo filme

Franzo o cenho em confusão

— Barbie escola de princesas? — pergunto e o vejo achar o filme no catálogo de filmes da tv

Finn abre um sorriso de orelha a orelha

— Esse mesmo! Vá pegar a pipoca antes que eu dê o play. Eu pego os refrigerantes!

𖧷

Depois de algum tempo, abro os olhos e percebo que estou sozinho no sofá.

Me viro para a janela e vejo que já é noite, acabei dormindo durante o filme. Estranhando o fato de Finn não estar mais aqui, passo meu olhar pelo cômodo e avisto um pequeno post-it amarelo preso ao lado da porta.

Levanto e ando até lá, vendo a caligrafia confusa de Finn.

Tive que ir embora, minha mãe precisa da minha ajuda. Não te acordei porque você estava babando abraçado a uma almofada. Abra sua conversa comigo e veja a linda foto que tirei.

Amasso o pequeno papel e tiro meu celular do bolso, indo nas conversas com Finn e vendo uma foto minha abraçado com uma almofada enquanto durmo.

Reviro os olhos e saio do cômodo. Passo pelo quarto de millie, vendo a pequena sorridente na frente da tv, brincando com uma boneca, e continuo meu caminho até a cozinha.

Vejo a bolsa da minha mãe em cima do balcão e posso ouvir o volume alto da televisão vindo de seu quarto.
Quando iria me perguntar onde está issie, me lembro que ela já voltou para a faculdade.

Depois de pegar a linda caneca que s/n me deu, começo a me servir um pouco de chá, mas sou interrompido por um barulho vindo do meu celular.

ei gatinho

a mensagem vinda de um número desconhecido brilha na tela.

Confuso, continuo esperando enquanto a pessoa digita algo.

é a Rachel, quer sair amanhã depois da escola? 🤩

Meu estômago revira. Senhor amado, quando terei um segundo de paz?

Existem duas coisas que aprendi sobre Rachel no verão em que ela me obrigou a ser seu "namorado"
Primeira: quando ela quer algo, ela consegue ou morre tentando. O que significa que não vou conseguir me livrar dela tão cedo, mesmo deixando claro que não quero nada com ela.
Segunda coisa: ela consegue ser extremamente insuportável e insistente. O que significa que eu estou completamente sem saída.

respondo sua mensagem falando que não vai dar porque amanhã amanhã trabalho, e ela me responde de volta com um emoji triste

Alguém me salva

𖧷

lina;
pior capítulo que eu
escrevi, sim ou claro? 😟

❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜Onde histórias criam vida. Descubra agora