finally

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woodwork

O ginásio estava cheio.

Havia pessoas pra todo lado, todas extremamente elegantes com seus vestidos, smokings e as tão esperadas máscaras que deixavam a maioria das pessoas irreconhecíveis dando visão apenas para seus olhos, a ponta de seus narizes e suas bocas algumas pintadas de vermelho ou outras cores.

Ando até uma das mesas com comida e pego um copo de uma bebida vermelha que acredito ser algum suco.

Noah estava conversando com uma garota loira a qual o mesmo parece estar afim, ele segura minha bolsa porque, segundo ele, ela combina muito com o smoking que ele está usando.

Eu sei, estranho. Mas é o Noah, eu já nem me surpreendo mais.

Bebo um gole da bebida logo confirmando ser suco de morango e uma música lenta e calma toma conta do ambiente.

A maior parte dos alunos se juntaram em pares e foram até o centro do local começando uma dança lenta.

Continuo perto da mesa bebendo meu suquinho até um garoto de smoking e uma máscara preta com detalhes brancos se aproximar de mim.

— Me concede a honra dessa dança? — indaga me estendendo a mão, em uma leve reverência.

Bom, o que eu tenho a perder? Exatamente, eu não tenho nada a perder.

— Claro — pego na sua mão e ele nos guia até o centro do local.

De longe avisto Noah e a loira dançando enquanto ele segura minha bolsa.

O estranho mascarado pede licença antes de levar sua mão até a minha cintura e segurar uma das minhas mãos com a outra.

Levo minha mão livre até seu ombro e começamos a dançar.

— Quem é você? — pergunto baixinho enquanto dançamos seguindo a melodia da música.

— Acho que não teria muita graça se eu dissesse, eu também não sei quem é você  e com essas máscaras, tudo fica com um clima de suspense estranhamente bom.

Continuamos dançando enquanto eu encarava seus olhos que pela má iluminação do local eu não conseguia distinguir a cor, os mesmos tinham um brilho bonito como se demonstrassem que o garoto estava confortável com o momento.

Apesar de não reconhecer ele, sei que essa voz me parece familiar. Ou só seja paranoia minha.

Seus olhos me prendiam fazendo com que eu não conseguisse desviar a atenção e os meus pareciam fazer o mesmo com ele.

Ficamos nessa troca de olhares até outra música calma e lenta começar. Todos continuaram a dançar e nós não fizemos diferente.

Seu aperto na minha cintura aumentou quando ele tirou uma das mão de lá e a levou para o começo das minhas costas, nos aproximando mais.

Nossos rostos estavam próximos e eu conseguia sentir sua respiração quente se misturando com a minha. Essa sensação é inconvenientemente boa.

Seu olhar sai pela primeira vez dos meus olhos e se focam nos meus lábios, por tempo longo, devo dizer. Em um ato instantâneo eu faço o mesmo, focando minha atenção unicamente na sua boca.

Ficamos nessa por tempo demais, prestando atenção apenas um no outro e nada mais.

— Eu posso? — pergunta tão baixo que quase não ouço.

Sem nem pensar direito ou tentar entender ao que ele se refere, eu aceno com a cabeça e logo sinto seus lábios sobre os meus. É como um choque de realidade.

Que porra que eu tô fazendo? Eu literalmente acabei de o conhecer e estou o beijando, mas talvez ele tenha razão, o fato de não sabermos quem somos por debaixo dessa máscara deixa tudo mais intenso.

Por alguma razão, eu continuo o beijo, o aprofundando cada vez mais.
E que beijo viu, meu Deus do céu

Acho que não é uma boa hora pra pensar em Deus, não sei se ele acha certo duas pessoas que nunca se viram estarem trocando saliva.

Quando o beijo termina o garoto me dá um selinho demorado e logo quando abro os olhos o vejo me encarando, o brilho nos olhos mais forte do que nunca.

Quebramos contato quando alguém me puxa fazendo o garoto me soltar e eu ser arrastada para onde quer que seja que essa pessoa vá me levar.

Olho para meu braço e sigo o olhar reconhecendo a pele branca e o cabelo penteado para o lado. Noah.

Mal tendo tempo para raciocinar quando ele desata a falar.

— s/n Marie Tames Woodwork, você não vai acreditar no que aconteceu — do jeito que ele estava parecia que iria explodir de tanta felicidade.

— Fala, tá me deixando preocupada.

— Eu finalmente beijei a Samantha! — acho que nunca vi esse menino tão feliz — cara ela beija tão bem, acha que a zendaya se sentiria traída se soubesse que eu beijei outra?

— Claro que não Noah — eu não prestava muita atenção no que saía da minha boca, ainda estava meio atordoada com aquele beijo.

— Por que sua boca tá vermelha? Aliás, quem era aquele carinha que... Aí meu Deus, você tava beijando aquele cara? — acho que nem um autofalante seria mais alto do que a voz do Noah nesse momento.

— É... talvez?

— Quem era ele? Não vá me dizer que era Louis e que vocês finalmente pararam de cu doce.

— O quê? Claro que não Noah, para com isso — deixo um tapa em seu braço.

— Então quem era?

— Eu não sei. — falo baixo com medo da reação dele.

— É o que? — ele diz com o olhos arregalados mas logo depois muda de expressão quando uma música animada começa a tocar — venha bela dama, vamos dançar! — ele esquece completamente o assunto quando uma de suas músicas favoritas começa a tocar.

— Mas e aí, como foi beijar a Samantha?

Passamos o resto da noite dançando juntos e comendo docinhos enquanto noah não parava de falar sobre finalmente ter beijado Samantha e eu ficava extremamente feliz por ele.

Mas tudo isso, com o maldito beijo em mente.

𖧷

lina;
pelo amor

depois desse capítulo
eu só volto no próximo
século, adiós

❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜Onde histórias criam vida. Descubra agora