prom?

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Baumann

Já se passaram algumas semanas desde que os Woodwork nos convidaram para um jantar pacífico.

Dizer que foi um jantar super confortável e alegre, seria uma das maiores mentiras que já contei, e olha que eu costumo mentir com frequência.

A ocasião foi no mínimo constrangedora. Todos passamos os primeiros vinte minutos em completo silêncio enquanto nos encaravamos, até Ryan cortar o silêncio perguntando se o gato havia comido a nossa língua.

Depois disso a situação ficou um pouco menos pior, mas não menos desconfortável. No meio do jantar houveram brigas, dedos na cara, palavrões enquanto eu tampava os ouvidos de Ryan, ameaças, entre outros. Ao fim, os adultos chegaram a uma trégua, a qual foi motivada inteiramente para que eu, Ryan e s/n possamos interagir uns com os outros e nos conhecermos melhor.

Muita coisa mudou nas últimas semanas, muita coisa. Além das partes boas, onde eu tenho passado mais tempo com a minha irmã – irmã –, essa parte também inclui seu grupo de amigos me incluindo em todas as programações que fazem juntos; também temos a parte estranha, onde meus pais estão mais quietos.

Isso não é grande coisa quando se trata do meu pai, acredito que se não soubesse que ele mora na mesma casa que eu, eu nem repararia. Quase nunca trocamos alguma palavra, só quando é estritamente necessário.

Não porque ele é um péssimo pai e não se importa comigo e com Ryan, pelo contrário, ele até tem proferido um "oi" toda vez que acaba trombando com Tames, o que, vindo dele, é muita coisa. Acredito que ele só tem muito medo de errar novamente, de nos ferir do mesmo jeito que feriu Tames. E sua forma de demonstrar que se importa, é ficando quieto, impedindo a si mesmo de falar qualquer coisa errada.

Sobre Elara... Ela marcou um psiquiatra pra mim.

Ela não fez muita cerimônia para me contar, apenas me mandou uma mensagem de texto com as informações da consulta com o psiquiatra e com uma nutricionista. Em baixo, dizia "pode não ser a melhor forma de começar a pedir desculpas, e eu sei que nenhum pedido de desculpas ou nada que eu faça poderá reverter todo o mal que te fiz, mas vou dar o meu melhor para não cometer os mesmos erros que cometi com s/n, receio já tê-los cometido, mas eu vou tentar melhorar mesmo assim."

Bizarro? Muito. Mas esse é o jeito da minha mãe demonstrar que está tentando mudar, talvez ela não esteja fazendo certo, talvez ela não seja a melhor mãe do mundo. Mas ela é a minha mãe, e eu sei que ela está tentando.

E depois de tudo, isso já é um progresso e tanto.

Aos pouquinhos, as coisas estão começando a se encaixar em seus devidos lugares, talvez não se encaixem perfeitamente, mas ao menos chegarão próximas a isso.

𖧷

— Anda logo Rachel, para de ser cagona! — Louis me empurra pelo ombro, indicando a garota com os olhos enquanto ri da minha desgraça.

O lanço um olhar mortífero e seu sorriso morre tão rápido quanto surgiu.

— Se é tão simples assim, garanhão, por que não foi convidar a Tames ainda? — alfineto de volta, gargalhando quando seus ombros caem e seus lábios se contorcem em um beicinho.

— Isso é um assunto delicado, você não precisa jogar na minha cara assim. — Louis revira os olhos e cruza os braços. — Não tá saindo barato pagar o pessoal pra me ajudar.

Arregalo os olhos quando percebo que ele não falou isso na ironia.

— Larga de ser pão duro Louis, você tem mais de milhões na conta e fica aí com miséria de pagar cem pila pra cada um.

❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜Onde histórias criam vida. Descubra agora