❛𝗻𝗼𝘁 𝘁𝗵𝗶𝗻𝗸𝗶𝗻' 𝗯𝗼𝘂𝘁 𝘆𝗼𝘂❜

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woodwork

O suspiro derrotado de mamãe interrompe o silêncio desconfortável.

— Para mim isso já é o suficiente por hoje. — ela diz com uma expressão cansada e entristecida.

Papai massageia seus ombros como que na intenção de acalmá-la.

— Sua mãe tem razão, s/n. Acho que já deveríamos ir.

Concordo acenando com a cabeça, cansada demais para usar palavras.

No entanto, a mão de Louis encostando na minha e suavemente entrelaçando nossos dedos, me faz mudar de ideia. Ainda o devo uma explicação.

Uma longa e complicada explicação.

— Na verdade, vocês podem ir na frente. — começo quando meus pais dão os primeiros passos para se afastarem — Eu ainda preciso conversar com Louis, ele pode me deixar em casa mais tarde. Tudo bem se fizermos assim?

Mamãe e Papai se encararam por alguns segundos em silêncio, era perceptível a hesitação no olhar de ambos, assim como era palpável a tensão no ambiente.

— Tudo bem. — Marlee disse com um sorriso cansado. — Nos vemos mais tarde, meu bem.

Antes de saírem, meus pais me deram um abraço apertado e sussuram um "eu te amo" antes de irem embora.

Soltei um suspiro frustrado quando os vi saindo pela porta. Me sinto responsável por ter estragado um dia que poderia ter sido algo bem melhor.

— Vem amor. — Louis começa a nos guiar entre as crianças até alcançarmos as escadas e então finalmente chegarmos no segundo andar, onde tudo está calmo e silencioso. Apenas eu e ele.

Em momento algum, mesmo quando estávamos sozinhos no segundo andar, Louis soltou minha mão. Pelo contrário, eu sentia que a cada segundo seu aperto se tornava mais forte e de alguma forma, mais protetor.

E eu sou grata à isso.

Em questão de segundos já estávamos dentro de seu quarto e não consegui deixar de notar meu reflexo pálido e claramente ferrado, quando passamos por um espelho antes de chegarmos até sua cama.

Que desastre.

Louis ficou em silêncio durante todo esse tempo, sem dizer uma palavra sequer desde que toda a confusão começou. E isso é algo que está me deixando extremamente ansiosa porque não faço ideia do que está se passando em sua cabeça; tenho zero controle da situação e eu odeio isso.

Antes mesmo que perceba, já estou sentada na cama e Louis está de joelhos no chão enquanto delicadamente tira meus sapatos e os coloca de lado, me encarando com os olhos castanhos durante todo o tempo que dura a ação.

Seu olhar é inexpressivo.

Em alguns momentos, nosso silêncio é reconfortante, mas agora, é sufocante.

Ele remove os próprios sapatos antes de subir na cama e se arrastar até a cabeceira, apoiando as costas ali e separando as pernas uma da outra, dando tapinhas no espaço vazio que ficou entre elas.

Solto um sorriso um pouco aliviado apesar de tudo, se ele me quer sentada tão perto de si, provavelmente não está chateado por eu não ter o contado a verdade antes, não é?

Me arrasto pela cama até estar sentada entre suas pernas, com minhas costas contra seu peito e as minhas pernas esticadas junto com as suas.

Seus braços me abraçaram por trás e ele me trouxe o mais perto possível de seu corpo, soltando um suspiro longo quando apoiou seu rosto em meu pescoço.