Definitely

No, I never did like tequila

Yoongi

— Eu não sei porque você tá triste assim, mas eu sei que minha família não se aproxima de quem não é bom, então você é bom Titio que eu não lembro o nome — Hyun-ah sussurrou em meu ouvido como se fosse um segredo só nosso e de fato é, abracei forte esse pacotinho de amor que tem o sorriso mais lindo do universo e fiquei ali por um tempo aproveitando aquele abraço, ela é tão parecida com o pai, que apenas olhá la me encheu de saudades dele.

Sai dali para tomar um ar depois do que aconteceu, não aguentava mais o ar frio daquele quarto impessoal, não aguentava mais imaginar que Jimin está num quarto ainda pior, com inúmeros aparelhos conectados a ele e Taehyung, Taehy sequer sabemos como está.

Se me dissessem há dois dias atrás que eu estaria sofrendo como um louco por conta dos atores que acabei de conhecer no laboratório da série que eles irão estrelar eu riria da cara da pessoa, diria que ela é louca e que não tem mais o que fazer da vida, mas aqui estou eu, com meu coração em pedaços, só de imaginar perder pessoas que sequer possuo, já está bem claro pra mim que não é qualquer um que se aproxima deles, não é qualquer pessoa que consegue adentrar a família que eles mesmos escolheram como deles.

Notei isso até pelo espanto do segurança quando Jin avisou que eu, Hobi e Jungkook estávamos com carta branca para estar com qualquer um deles, ele nos encarou e analisou minuciosamente  então assentiu, mas sua cara de surpresa não passou batido por mim.

Já longe de toda essa ansiedade e dor parece que posso respirar, mas é só obra da minha ilusão, porque por dentro tudo dói, tudo é caco, tudo é caos.

Não posso explicar o que sinto nesse momento, na realidade sequer consigo imaginar essa explicação, não sei nem como usar uma analogia para tentar faze-lo entender o que sinto, é um sentimento que nunca tive na vida.

Então assim, totalmente perdido, continuo caminhando sem destino pelos corredores, no caminho não sei para onde encontro Jungkook que parece tão perdido quanto eu, ele encara uma porta qualquer como se dali fosse sair todas as respostas que precisamos, penso se vou até ele ou não, queria ficar sozinho, mas gosto da presença dele, me acalma, me pacífica.

Vou até ele e faço uma difícil pergunta, talvez a mais difícil no momento em que ele se encontra, não sei o que me moveu a fazê-la, sei que ele está num momento difícil e não tenho a intenção de o ferir ainda mais, mas eu sei que ele precisa falar, não sei como sei disso, apenas sei e creio que acertei na pergunta, pois ele desanda a falar, ele me responde sem nem pensar muito e sua resposta me surpreende.

— Está doendo muito ? — foi o que perguntei a ele.

— Tanto quanto se estivessem enfiando um punhal lentamente em meu coração e eu não posso sequer reagir, porque reagir significa seguir em frente faltando um pedaço meu.

Ah, era essa exatamente a analogia que me faltava para a descrição do que sinto, mas como posso pensar assim se eu nunca tive de fato ele como meu?

Essa realmente seria a explicação para a sensação que tenho? Realmente, é como se estivessem arrancando a força algo de dentro de mim e o pior é que na minha situação, quem faz questão de segurar meu coração fincado na ponta desta adaga é aquela que passei anos junto.

Ela fez questão de fazer isso sem piedade alguma e me deixou lá desamparado, sangrando, faltando aquele pedaço que eu nem sabia que me pertencia.

Como pude ter sido tão cego a ponto de não ver que eu estava debaixo do mesmo teto que uma louca, como pude não notar algo assim ? Como pude não perceber a psicopata que ela se tornou? Se eu tivesse notado nada disso teria acontecido.