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- Vai ficar aí o dia todo?Tirei meu phone de ouvido e abaixei o livro

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- Vai ficar aí o dia todo?
Tirei meu phone de ouvido e abaixei o livro.
- E se ficar?
Michonne revirou os olhos e se aproximou, sentando na minha cama, do meu lado.
- Vamos em Hilltop.
Franzi o cenho. - Ah, é... Esqueci. A comunidade da Maggie.
- Não precisa fazer isso. Ainda é cedo.
Olhei ela e dei de ombros, levantando e colocando o ipod, que Eugene achara e concertara para mim, num dos milhares de bolsos do meu colete.
- Ela não vai voltar, Mich, ela morreu. Então eu tenho de continuar vivendo, né?
Michonne sorriu e levantou.
- Você poderia viver lá na nossa casa.
Eu ri. - Não, eu estou bem com o Dixon, não se preocupa.
Saí de casa com Michonne, falando sobre a viagem que iríamos fazer.
Fora em Hilltop poucas vezes, umas duas ou três, e fora durante a guerra contra o Negan.
Daryl, junto da moto, me olhou e acenou com a cabeça. Era assim entre nós, a gente nem precisava falar nada para saber o que o outro estava dizendo. Ele era como um irmão. Aliás, fora o Dixon que me achara, no tempo da pedreira, e me levara com ele... A mim e á minha irmã...
No início, Daryl era muito distante e fechado, falando palavras curtas e se afastando tanto de mim quanto possível. Mas isso mudou depois que saímos da pedreira, rumo ao CDC.
Me aproximei.
- Como você está? - Perguntou.
- Credo, porque todo o mundo me pergunta a mesma coisa? Estou bem.
- Ninguém perde uma irmã e fica bem.
Assenti, fazendo careta e verificando minha arma e colocando de volta no cinto. Ergui o olhar e dei de ombros.
- Eu fico. Quer dizer, já estou bem. - Sentei na moto e olhei ele, fechando um olho por causa do sol. Cocei o nariz. - Vai ficar aí?
Daryl negou com a cabeça, soltou um "pfffff" e sentou na minha frente.
Abracei sua cintura e encostei minha cabeça nas suas costas, fechando os olhos.
- O que você está fazendo? - Perguntou.
- Já falaram que você é muito sexy?
- Deus do céu. Já falaram que você é insuportável?
- Já, você, várias vezes.
Eu ri, enquanto ele dava a partida.
Iriamos na frente, Michonne e Rick atrás, a cavalo, e outros Alexandrinos numa carroça.
Respirei fundo, sentindo o vento no meu rosto. Aquilo me fazia bem, era como se tudo estivesse normal ainda...
Abri os olhos. Não, nada estava normal.
Negan continuava vivo, preso na cave, depois de eu quase ter arrancado a cabeça do desgraçado com as minhas próprias mãos, e tendo sido impedida por Rick, que quis fazer dele um exemplo. Eu queria aquele homem morto. Morto da forma mais cruel que poderia existir.
Daryl andou devagar, ficando do lado da carroça, enquanto falava com DJ, um antigo Salvador que se rendera e agora iria ficar em Hilltop, e eu olhei Judith. Mostrei a lingua a ela e a menina riu e imitou o meu gesto. Fiz careta, entortando os olhos, olhando a ponta do nariz, e ela riu. Sorri, estiquei a mão e ela bateu.
Michonne me olhou, do outro lado, sorrindo e assentiu uma vez.
Assenti de volta e olhei em frente, essas pequenas coisas eram o que me fazia querer continuar viva.
Chegámos em Hilltop e logo os portões abriram. Daryl parou a moto mais na frente e eu saí.
Maggie e Glenn se aproximaram da gente, sorrindo e cumprimentando todo o mundo. Depois o coreano ergueu a mão para mim.
- Oi, Drácula.
Revirei os olhos e abracei ele. - Oi Chinesinho.
- Não sou chinês. - Falou enquanto eu me afastava.
- E eu não sou o Drácula.
Ele riu. - Mas veio do mesmo lugar e seu sobrenome é parecido.
- Idiota. - Falei.
- Dragomir!
Olhámos para o lado, vendo Jesus se aproximando. Olhei Glenn e ergui a mão, indicando Jesus.
- Viu só? Ele acertou. - Ergui os braços, esperando ele. - Rovia!
Glenn riu e eu abracei Jesus, que me apertou forte, me erguendo um pouco.
- E aí, como você está?
Bufei. - Cansada dessa pergunta.
Ele ergueu as mãos. - Foi mal.
Bati no seu ombro. - Tudo bem, eu estou ótima.
Ajudei a tirar as coisas que traziamos para deixar em Hilltop, juntamente com DJ, enquanto Rick e os outros reuniam na casa grande. Eu não fazia parte do conselho, e nem queria, já tinha demasiados problemas.
Assim que terminámos, sentei na carroça, com as pernas balançando e olhando a comunidade. Tinha umas garotas ali, de Oceanside, e uma delas ergueu a mão, acenando. Acenei de volta e depois abaixei o olhar, pensando.
- Neela.
Ergui a cabeça e vi o médico se aproximando, sorridente. Sorri.
- Oi doutor.
- Veio para ficar?
Neguei com a cabeça. - Não, apesar de eu gostar daqui, minha casa é Alexandria.
Ele assentiu. - Que pena, seria legal ter alguém como você aqui. Você é uma ótima lutadora.
- Obrigada.
- E agora que Maggie e Glenn vão passar um tempo fora daqui...
Franzi o cenho, interrompendo ele. - O quê? Vão para onde?
- Oceanside.
Olhei as garotas, depois a casa grande e por fim, para o médico.
- Porquê?
- Maggie quer se afastar um pouco, por causa do que houve com o Negan. Acho que todos queriamos, né? - Fiquei olhando ele, e o médico deve ter percebido que falara demais e ergueu as mãos. - Foi mal, Neela, desculpa. Eu não queria...
Ergui uma mão. - Tudo bem, não se preocupa.
- Roménia!
Olhei para trás, vendo DJ erguendo a mão, me chamando. Pulei da carroça, me despedi do médico e segui na direção deles.
DJ indicou um dos homens de Hilltop, falando algo sobre ele estar tendo problemas com a arma dele.
Estiquei a mão e o homem me entregou ela. Peguei, destravei e tentei atirar, mirando o chão, mas ela não atirou.
Franzi o cenho, tranquei de novo e abri, olhando o interior. Depois percebio erro e olhei o homem.
- Você limpa ela?
- Eu... É... não.
Assenti. - Experimenta limpar e depois vai ver que ela atira normalmente. - Entreguei a arma a ele.
O homem me olhou. - Só isso?
Dei de ombros. - É, só isso.
Ele assentiu e se afastou.
Olhei para o DJ e ele me sorriu. Sorri de volta, ele até que era um cara legal.
- O seu gémeo está vindo. - Disse ele, olhando um ponto atrás de mim.
Girei e vi Daryl se aproximando e parar na minha frente.
- Vamos no Reino. - Falou. - Eu e você.
- Porquê?
- Temos um recado para o Ezekiel. Vem.
Segui ele até á moto e subi. - Porque não usamos o rádio?
Daryl deu a partida. - Porque Eugene está concertando ainda, lembra?
- Esqueci.
- Já é habitual. - Disse Daryl.
Ergui a mão e bati na sua cabeça, recebendo um "ficou doida?!" em resposta.
Ri e coloquei as mãos na cintura dele.

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