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- Dragomir! - Ezekiel fez uma vénia, sorrindo

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- Dragomir! - Ezekiel fez uma vénia, sorrindo.
Saí da moto e imitei o gesto dele, ganhando um olhar de Daryl que indicava claramente que ele me achava doida.
- Sua majestade. - Eu disse.
Jerry riu e o Rei se aproximou, me abraçando. Depois olhou Jerry e me indicou com o dedo.
- Já falei que gosto dela?
Jerry assentiu.
Sorri e Daryl saiu da moto.
- Desculpem atrapalhar o treatro, mas temos de falar.
Ezekiel olhou ele e assentiu. - É grave?
Daryl negou com a cabeça. - Não. Ainda tem aquele papel enorme das comunidades?
Ezekiel sorriu, um sorriso enorme, como eu nunca vira.

Enquanto o Rei tratava de coisas relacionadas com as comunidades, com o Daryl, eu estava sentada na frente de uma mesa, com o cotovelo apoiado em cima dela. Na minha frente, segurando minha mão, estava um dos cavaleiros do Reino, Daniel, medindo forças comigo.
Olhei nos seus olhos e sorri, enquanto ele fazia força, tentando derrubar meu braço.
Algumas pessoas, á nossa volta, gritavam incentivando.
Daniel fez uma careta e eu suspirei.
- Quer desistir, Dany? - Perguntei.
- Cala a boca, Dragomir. - Ele sorriu.
Dei de ombros e fiz força, mais do que já estava fazendo, fazendo o braço dele ceder um pouco.
Daniel me olhou, zangado, e fez mais força, sua mão apertando a minha.
Percebi Daryl e o Rei se aproximando e pararem junto da gente.
Ezekiel riu. - Você vai perder, Daniel.
- Vou nada. - Falou o outro, em esforço.
Daryl assentiu. - Ela pertencia á SWAT, você vai sim.
Sorri e fiz força uma última vez, derrubando o braço dele sobre a mesa.
Soltei ele e encostei na cadeira, todo mundo fazendo a maior gritaria, e sorri para o Daniel. Ele balançou a cabeça.
- Tá... Você é boa.
Assenti. - Eu sei, mas obrigada.
Levantei, dançando, e todo mundo riu.

No dia seguinte, já em Alexandria, acordei bem cedo, cantando e dançando pelo meu quarto. Peguei roupas limpas e prendi o cabelo em una trança elaborada.
Olhei uma das facas da minha irmã, que eu guardava na minha penteadeira, toquei nela e sorri.
Levantei, coloquei minhas botas e saí do quarto.
Daryl estava no cimo das escadas, se preparando para descer e franziu o cenho.
- Que animação.
Sorri, rodei junto dele e desci, indo na cozinha.
- Onde vai tão cedo? - Perguntou Daryl entrando.
Bebi o resto do meu café e olhei ele. - Ver o idiota.
- Neela...
Beijei a sua cabeça. - Não vai me impedir.
Saí de casa, desci a rua e fui até á porta da cave, onde Gabriel já estava parado, segurando um prato de comida.
Estiquei o braço e ele suspirou.
- Chega, Neela. - Ele parecia querer ser gentil.
Encarei ele. - Eu que digo quando chega. Me dá.
Ele colocou o prato de comida na minha mão e eu desci, abrindo a porta e entrando. Desci as escadas e parei junto da porta da cela.
Negan, deitado na sua cama, olhou para o lado, sorrindo quando me viu. Devagar, sentou e apoiou os cotovelos nos joelhos.
- Bom dia, Neela. Saudades?
Ergui o queixo. - Tinha esperança de que já tivesse morrido.
Ele sorriu. - Seria um sonho.
Assenti. - Seria mesmo. - Puxei a cadeira e sentei. - Sabe? Você está um farrapo.
Negan estreitou os olhos. - Você também, aí dentro. - Indicou o meu peito.
Senti vontade de socar ele, mas me mantive apenas ali, olhando ele.
- Graças a você. - Sorri.
Ele suspirou e depois passou a mão pelo rosto. - Quer saber? Chega dessa merda. Estou cansado disso tudo, preferia morrer. Veio me matar? Porque se veio anda logo, está atrasada seis anos.
- E porque você iria querer morrer?
- Porquê?! Já olhou bem para mim? Estou preso aqui, não posso sair, não posso morrer, não... De que vale a pena estar vivo? A cada dia que passa só quero morrer, pelo menos assim iria para junto da minha Lucille.
Fiquei olhando ele e depois levantei.
- Sabe? Eu queria matar você, sempre quis, mas acabei de perceber uma coisa.
Ele ergueu a cabeça. - O que percebeu?
- Que você já está sendo castigado e que ficar aí, assim, é muito pior do que morrer. - Assenti. - Isso é o bastante para mim.
Dei as costas mas ele gritou.
- Roménia! Volta aqui! Acaba com isso! Por favor.
Parei e depois girei, me aproximando da cela de novo, olhando bem nos olhos dele.
- Eu te odeio, não vou fazer esse favor para você. Você matou minha irmã, deixou ela virar e se orgulhou disso e fez questão de me ver sofrendo. Agora é a minha vez.
- Você não é assim. - Ele disse.
Sorri. - Você não sabe nada sobre mim, Negan. Nada. E pára de me chamar de Roménia! Meu nome é Neela!
Dei as costas, mas depois parei e girei de novo, colocando o prato no chão.
Negan me olhou. - Eu não consigo pegar.
Sorri. - Não queria morrer?
Saí da cave, trancando a porta.
Subi as escadas e vi que Gabriel continuava ali e ergueu uma sobrancelha.
Ergui as mãos. - Ele continua vivo, não se preocupa.
- Neela...
- Nem vem. - Me afastei.
Avancei pela avenida e entrei em casa de novo. Dei dois passos e depois deixei que meus joelhos batessem no chão.
Senti as lágrimas caindo pelo meu rosto.
Eu perdera a minha irmã, a única familia que restara. Eu vira ela morrer, depois virar e tentar me matar... tudo isso nas mãos do Negan. Tudo isso porque tentei salvá-la do Santuário e ele ficou ofendido. Foi a forma que Negan achara para me torturar. E o pior era que ele tinha conseguido.
Até hoje, seis anos depois, eu tinha pesadelos com isso. Até hoje eu ficara traumatizada.
Eu o odiava com todas as minhas forças. Ele tirara tudo de mim.
Soluçando, ergui a cabeça e limpei as lágrimas. Eu tinha de ser forte. Eu era forte.
Levantei e respirei fundo. Eu era Neela Dragomir, uma antiga agente da SWAT, eu era uma sobrevivente, e eu tinha uma família enorme e amigos. Eu estava viva. E Negan não tinha qualquer poder sobre mim.

Heart By HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora