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Dois dias depois

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Dois dias depois...

Fechei a água. Dava para acreditar que existia água encanada ali? Negan descobrira que ela vinha do poço, que tinha abastecimento próprio que vinha de algum lado que não sabiamos. Ou seja, tinhamos sempre água.
Coloquei uma toalha em redor do corpo, pegando outra e secando o cabelo. Saí para o quarto, abrindo armários e tirando roupa limpa. Depois deixei as toalhas no chão e vesti a roupa interior, mas olhei no espelho.
Minha borboleta continuava azul, perfeitamente tatuada na minha pele, na zona da cintura. Sorri, tocando com o dedo. Fizera porque me lembrava da minha mãe, no dia em que entrara para a equipe principal da SWAT, no dia que a gripe começara.
Acabei de me vestir e saí, descendo e vendo que Negan já estava na sala. Ele me olhou e voltou a dar atenção ao que estava fazendo.
Passei atrás dele, mas parei, respirando fundo.
- Tomou banho em perfume, foi?
Ele me olhou. - Achei lá em cima. Demais? - Sorriu.
Balancei a cabeça. - Isso importa? - Revirei os olhos e fui na cozinha. - O problema é que eu adoro perfume de homem.
Negan riu. - O quê?
- Nada. - Abri o armário, peguei algo para comer, sem saber bem o que era e saí na sala. - Vamos? - Peguei a mochila. - Os suprimentos não vão surgir sozinhos.
Ele sorriu, pegou a mochila dele e me seguiu para fora da casa. Depois andou do meu lado e indicou o que eu tinha nas mãos.
- Não come isso, essa merda é horrível pra caralho.
Revirei os olhos e abri, tirando um pedaço e colocando na boca. Mordi e puxei o resto para dentro da boca, enquanto Negan me olhava, divertido.
Assenti, mordendo sem vontade. - É horrivel. É realmente horrível. - Terminei de comer o que tinha na boca e joguei o resto fora.
Negan riu alto, me seguindo.

Peguei várias latas e coloquei na mochila, andando pelos corredores e vendo o que tinha por ali.
Vi um chocolate e peguei, abrindo. Dei de ombros e comi um pedaço.
Olhei para o lado, vendo Negan junto das garrafas de água. Balancei a cabeça e segui, dando a volta e passando junto dele.
- Aqui já deu.
Ele me seguiu. Peguei uma chiclete e abri.
- Chocolate? De novo? - Negan indicou o pacote vazio na minha mão.
Dei de ombros. - E daí? Foi você que pagou?
Ele riu.
Coloquei a chiclete na boca. - Idiot, nenorocit.
Negan franziu o cenho. - O quê?
- Vamos.
Sorri. Sempre que eu falava em romeno, Negan não entendia nada e isso era ótimo.
Andámos pela cidade, mas parei após uns minutos, segurando o braço de Negan e indicando algo na nossa frente. Tinha um grupo de zumbis ali.
Coloquei um dedo sobre os lábios e puxei Negan para trás, devagar, sem fazer barulho.
Mas enquanto andávamos para trás, algo me segurou, fazendo aquele som horrível.
Pensei que iria morrer. Ali, sob as mãos de um morto.
Tirei a mochila e deixei ela cair no chão, rodando e segurando o zumbi pelo pescoço, enquanto ele batia os dentes na direção do meu rosto.
- Você não faz o meu tipo, querido. - Falei, tentando afastar ele.
- Abaixa!
Escutei Negan gritar e abaixei a cabeça, sentindo algo passar junto de mim e bater no zumbi. Ele me soltou e eu ergui a cabeça.
Negan achara um pedaço de um ferro e batia no zumbi, como fazia quando tinha a Lucille.
- Nossa, você fez o que eu disse. - Negan sorriu.
Suspirei e peguei a mochila, olhando para trás. O grupo grande se aproximava.
- Merda. - Coloquei a mochila no ombro, agarrei a jaqueta do Negan e puxei. - Vem!
Ele correu do meu lado, enquanto eu olhava para todos os lados, pensando. Tinhamos de achar um lugar para nos escondermos, eu não queria levar aqueles nojentos para casa.
- Ali! - Gritei.
Corremos em direção de um bar e entrámos, fechando a porta.
Olhei, procurando algo que pudesse ser usado para manter a porta fechada e depois vi.
Tirei a mochila e toquei no ombro do Negan. - Me ajuda.
Negan me ajudou a levar um armário enorme para a frente da porta. Assim que terminámos, fechei os olhos e encostei na parede, respirando fundo.
- Você está bem?
Abri os olhos e assenti. Verifiquei o colete, onde o morto tinha me puxado, e vi que ainda estava tudo bem. Sorri, de alívio.
Negan indicou ele. - É especial, não é?
Olhei ele. - Foi um presente, do meu pai, no dia em que entrei para a equipe principal da SWAT. - Me afastei e espreitei pela janela. - Vamos ter de esperar.
Negan assentiu e sentou junto do balcão, colocando a mochila e o ferro em cima.
Andei até as garrafas e olhei elas, pegando duas cervejas e sentando na frente de Negan, entregando uma para ele.
- Valeu. - Falei.
Ele deu de ombros. - Não ia deixar morrer, Daryl acabava comigo.
Sorri, sentia falta dele, e bebi um pouco.
Fiquei ali, olhando minha garrafa, escutando os mortos do lado de fora. Depois levantei e fiquei andando pelo bar.
Era um daqueles lugares onde tem fotos nas paredes, uma jukebox no canto...
Suspirei e sentei em cima de uma mesa.
Fiquei olhando o pedaço de ferro que Negan achara e franzi o cenho, pensando.
Ele poderia ter me matado, mas não, ele matara o zumbi. Ele me salvara. De novo.
Mordi o lábio e olhei para baixo. O assassino da minha irmã tinha salvo minha vida.
- Romênia.
Olhei ele e vi Negan indicando a janela.
Algo chamara a atenção dos zumbis, e eles estavam se afastando.
Pulei da mesa e me aproximei, olhando a rua. Não tinha nada ali, mas eles estavam se afastando.
Dei de ombros, peguei a mochila e olhei Negan. - A pausa acabou.
Ele pegou suas coisas e me seguiu.
Saímos pela porta das traseiras, olhando em redor. Seguimos pela rua, nos afastando dali tanto quanto possível.
Depois vimos um ônibus de uma prisão e Negan tocou no meu braço, indicando ele. - Vou dar uma olhada.
Eu ri. - Deve estar vazio.
Ele sorriu. - Posso dar uma olhada? Se achar alguma arma, prometo que entrego para você.
Fiquei vendo ele se afastar e depois me aproximei, olhando o vidro. Subi numa caixa que tinha no chão e abri a boca, deixando que o ar quente que saía dela tocasse no vidro. Depois, com a ponta do dedo, desenhei dois olhos e uma boca sorridente.
Mas assim que olhei com mais atenção, vi Negan do outro lado, me olhando.
Balancei a cabeça, desci da caixa e esperei que ele saísse.
Negan saiu minutos depois, negando com a cabeça. - Nada.
Dei de ombros. - Eu avisei.
Ergueu o dedo, indicando o ônibus. - Parecia criança.
Revirei os olhos, me afastando.
- Hey! - Gritou Negan, me seguindo. - Eu estava brincando. Espera!

Negan:

Nessa noite, os dois estavam sentados na sala, Negan junto da fogueira e Neela no sofá.
Ele percebeu ela olhando aquele colete dela, de novo. Sorriu discretamente, Neela até que era legal.
- Iremos sair de novo? Amanhã? - Perguntou, chamando a atenção dela.
A garota assentiu. - Vamos sim. - Ela levantou. - Vou subir.
Negan assentiu, mas percebeu que ela o olhava.
- Mas não precisa ficar me salvando. Eu sei cuidar de mim.
Negan olhou ela. - Ele ia matar você.
Neela assentiu. - Eu sei me virar, não quero nada de você.
Neela subiu as escadas e Negan fechou os olhos, suspirando. Quando abriu, jogou a garrafa que tinha na mão, contra a parede.

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