40

222 19 13
                                    

- Eu ainda acho que deveríamos ir embora.
Abri a porta do banheiro, secando o cabelo com uma toalha, e entrei no quarto.
- Essa é minha casa, minha comunidade. Estou com esse grupo muito antes da Maggie aparecer. É minha família! E você é parte dela, agora. Se ela quer ir embora, vá. - Dei de ombros.
- Ora, você se importa com ela.
Joguei a toalha na cadeira.
- É, mas ela tem de aceitar você.
Negan sorriu. - Você não me aceitava.
Me aproximei dele, que estava sentado na beira da cama, e me coloquei entre as pernas dele, segurando o seu rosto e o fazendo me olhar.
- Mas agora aceito.
Beijei ele, devagar, mas depois com mais urgência, mas Negan colocou as mãos na minha cintura e me afastou.
- Neela...
Revirei os olhos e me afastei, rodeando a cama e deitando atrás dele, virando as costas para ele.
Ajeitei o travesseiro e fiquei olhando a noite pela janela.
Senti Negan se mexendo atrás de mim e depois se colar em mim, me abraçando.
Respirei fundo.
- Deixa. Dorme. - Falei.
- Qual é, Romênia? - Ele riu. - Só estou cuidando de você.
Rodei ficando de frente para ele.
- Eu pedi? Olha, eu acho muito legal que se preocupe comigo, mas eu estou bem.
Negan passou a ponta do dedo pela queimadura do meu braço.
- Eu... Eu fazia isso com as pessoas, no Santuário. Eu queimava elas. Olhando você, imagino o quão horrível deve ter sido para eles. - Ele fechou os olhos. - Eu fazia isso por diversão.
Mordi o lábio.
- Negan. - Ele abriu os olhos. - Beta viu quando você atirou da última vez, com o arco. Foi você que incendiou a parte do muro onde eu estava.
Negan ficou me olhando, completamente imóvel, e depois franziu o cenho.
- Fui eu?
Assenti. - Mas eu estou bem.
- Nossa. - Ele passou a mão pelo rosto.
Segurei ele e fiz com que ele me olhasse.
- Eu estou bem.
- Neela...
- Eu estou bem, acredita em mim. Eu não sou uma princesa! Eu não vou virar fumaça se você me tocar. Não passam de cicatrizes, já.
Negan ficou me olhando e depois me beijou, me pegando de surpresa.
Beijei ele de volta, e senti a mão dele na minha anca, apertando, e a outra no fundo das minhas costas, puxando para si.
Sua boca deixou a minha e desceu no meu pescoço, me fazendo fechar os olhos e morder o lábio.
Eu esperava um Negan diferente, alguém que fosse um pouco agressivo, que me puxasse para si com urgência, mas ele era o contrário. Negan estava sendo bastante gentil, feroz ainda assim, mas gentil.
Quando ele tirou a camisa que eu usava, sem nada por baixo, vi que ele ficou me olhando.
Toquei no seu rosto.
- Eu estou bem.
Ele sorriu. - Você é linda pra caralho.
Eu ri e ele me beijou de volta, tirando a roupa e se colocando no meio das minhas pernas.

No dia seguinte, acordei sozinha.
Levantei da cama, coloquei uma roupa, prendi o cabelo, e desci, colocando as facas e a arma no coldre.
Negan estava sentado na frente da mesa da cozinha, na sua frente, estava Daryl e Connie.
Sorri e me aproximei do meu irmão, abrindo os braços.
Daryl me abraçou e eu puxei seu rosto para baixo, para poder beijar sua testa.
Ele me sorriu e depois olhei Connie, cumprimentando.
- Reunião familiar? - Perguntei, pegando café, mas assim que coloquei na boca, fiz uma careta e olhei Negan. - Credo, foi você que fez, não foi?
Ele riu. - É...
Derramei tudo na pia. - Misericórdia.
Peguei uma maçã.
- Maggie quer que o Negan vá embora.
Olhei Daryl e franzi o cenho.
- Se ele for, eu vou junto.
Daryl assentiu. - Eu falei isso para ela. Todos nós iriamos. A gente - Indicou a gente com a mão. - O Tyler e a Lydia.
Respirei fundo.
- Qual é o problema dela? Eu que deveria odiar ele, porque ele me torturou e matou a minha irmã, não ela! Ele tirou de mim a última familia de sangue que restava.
- Neela.
Olhei Negan. - Não! Nem vem com a história de que ela tem razão! Ela perdoou o Alden! A Laura! O DJ! E ela fez o quê? Foi embora! Eu fiquei tomando conta de você por meses! Eu que foi obrigada a viver debaixo do mesmo teto que você! E eu odiava!
Daryl tocou no meu ombro. - Calma.
- Que calma o quê?
- Daryl!
Olhámos a porta e corremos para a rua.
No meio da avenida, Tyler e Hershel, estavam gritando, enquanto se empurravam e socavam um ao outro.
Glenn correu para o filho, enquanto Daryl corria para Tyler, agarrando ele e afastando do Hershel.
Negan se aproximou do meu ouvido.
- Ele é mesmo filho do Dixon. Até lutam da mesma forma.
Olhei ele. - Cala a boca. - Mas sorri.
- Mas o que deu em vocês?! - Perguntou Daryl.
Tyler olhou o outro. - Ele falou coisas horríveis sobre a tia Neela e o Negan.
Franzi o cenho e Glenn e Maggie, me olharam.
- O quê? - Maggie olhou o filho. - É verdade?
Hershel olhou a mãe. - Ele matou a sua amiga, certo? Matou um monte de gente e agora todos são amigos dele?
Glenn suspirou. - Hershel, isso não é um problema seu.
Daryl olhou Maggie. - Você contou?
Maggie deu de ombros. - Eu contei tudo, desde o inicio.
Respirei fundo e me aproximei de Daryl, colocando uma mão no ombro de Tyler. Senti o menino respirar fundo, como se se sentisse seguro.
Encarei Maggie.
- Seu problema é comigo, não envolve as crianças.
- Não envolvi. Só acho que devem saber.
Assenti. - E devem. Jude sabe, Tyler, RJ... Mas eles não ficam se pegando, querendo matar uns aos outros.
- Herhsel não...
Estreitei os olhos. - Mantém seus assuntos contra mim, apenas na minha direção.
Maggie ficou me olhando. - O único problema é ele, não você. - Indicou Negan.
- Ele está comigo. Aceita que dói menos.
Me afastei, com Daryl e Tyler.
Daryl me olhou. - "Aceita que dói menos"?
Sorri. - Foi o que saiu.
Rimos e fomos até casa do Dixon.
Olhei Tyler. - Chega de bater no Hershel.
Tyler sentou no sofá. - Ele mereceu. Disse coisas...
- Tyler. - Daryl olhou ele.
Connie se aproximou do garoto. - "Vai esfriar a cabeça, vai."
Ele suspirou mas levantou. - Tá bom, mãe.
Franzi o cenho e olhei Daryl.
- Mãe?
Connie sorriu, levantou e colocou um braço em redor da cintura de Daryl, e me sorriu.
- "Oi, cunhhada". - Deu de ombros.
Sorri. Pelo menos, uma boa notícia.
Abracei ela, que soltou Daryl e depois olhei ele e bati no seu peito.
- Mandou bem.
Daryl me empurrou, devagar, sorrindo.
- Cala a boca. - Olhou Connie. - Eu falei que ela ia ficar impossível.
Nós duas rimos alto.

Heart By HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora