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Neela:

- Vamos, mais uma vez.

Bufei de raiva, querendo gritar e mandar o Siddiq ir para um lugar que ele não iria gostar, mas me controlei. Eu era uma Dragomir, e a gente ia até o fim!

Me concentrei, sentada naquela cama, já que ainda não podia sair. Fiz força, ordenei ao meu braço que se movesse, mas sem sucesso.

Depois que eu acordara, vimos que eu não conseguia movê-lo, simplesmente não respondia aos meus comandos. Siddiq disse que poderia ser normal, já que fiquei ferida com uma certa gravidade e aquele poder ser um contratempo resultante dessa queda. Mas que com trabalho, a gente ia conseguir fazer ele se mover.

Mas até agora, nada.

Suspirei. - Siddiq, vamos parar. Não adianta.

- Sempre adianta. Vamos lá, não vou deixar você desistir, não depois de tanto tempo.

Olhei o canto da enfermaria, onde Daryl estava sentado, de braços cruzados, me olhando. Ele assentiu uma vez e eu olhei minha mão.

Respirei fundo e tentei mais uma vez, querendo mexer, nem que fosse um dedo.

Mas continuava exatamente igual a antes.

Com a mão boa, peguei a pequena bola que Siddiq colocara na palma da minha mão e joguei para longe.

- Chega! Vamos aceitar que isso não vai resultar!

Daryl levantou e se aproximou de mim.

- Vai desistir? - Indicou a porta. - É isso que vai falar para o Negan quando ele regressar? Porque ele não desistiu de você.

Fechei os olhos. - Não dá, Daryl.

- Eu falei o mesmo quando trouxeram o Tyler.

Abri os olhos e olhei ele.

- Tá. - Olhei o médico. - Mas posso fazer uma pausa?

Ele sorriu e assentiu. - Aproveito e vou ver a Rosita e minha filha. Volto logo.

Encostei a cabeça para trás, na almofada, e fechei os olhos.

- Pensei que você nunca desitia.

Abri um olho, vendo Daryl, e depois abri o outro. - Qual é...

Nesse momento, a porta abriu e Tyler entrou, correndo e se jogando na minha cama. Abracei ele com o braço bom, e beijei o topo da sua cabeça.

- E aí, moleque?

Ele me olhou. - Quando vai sair daí?

Suspirei. - Espero que em breve.

- Ótimo, estou cansado de aturar meu pai sozinho.

- Hey! - Disse Daryl.

O menino deu de ombros. - A Connie ajuda, mas...

Daryl esticou o braço e bateu na cabeça dele, devagar. - Vai dormir com o Dog, hoje.

Tyler riu. - O Dog dorme comigo todas as noites. Qual a novidade?

Eu ri. - Esse é o meu garoto.

O menino me olhou e sorriu torto. - Sabe o que eu fiz?

Neguei, mas vi Daryl revirando os olhos, sorrindo, e olhei Tyler de novo.

- Usei a besta do papai, ontem, na floresta. Ele deixou. - Ele mexeu as mãos, como se fosse bastante óbvio. - Atirei na cabeça de um zumbi e sabe o que aconteceu?

- Hum?

- Matei dois.

Eu ri. - O quê?

- Sério. Eram dois andarilhos, um atrás do outro, tão próximos que a flecha acertou os dois.

- E desde aí ficou se achando. - Disse Daryl, rindo.

Tyler revirou os olhos. - Já fez melhor?

- Ele já matou um grupinho de zumbis só com uma corrente. - Falei.

Tyler olhou o pai, de boca aberta. - Fala sério? Porque eu não sei dessa história?

Daryl bagunçou o cabelo dele. - Porque não era para saber. Obrigado, Neela.

- Sempre que precisar.

Nesse momento, a porta abriu e Negan entrou, olhando a gente e sorrindo.

- Olha só, família Dixon reunida.

Daryl tocou no ombro de Tyler. - Vamos  temos coisas a fazer. Vou sair, quer vir junto?

Ele assentiu, despediu de mim e seguiu o pai, que beijou o topo da minha cabeça e saiu.

Negan ocupou o lugar habitual, depois de me beijar, e me sorriu.

- Falei com o Siddiq.

Soltei um som abafado, ergui a sobrancelhas por dois minutos, e olhei as mãos, assentindo.

- Nada de novo.

Negan suspirou. - Vamos conseguir, tenho certeza.

Olhei ele. - Sério? Porque eu não. Isso não vai voltar ao normal. Estou tentando á dias!

- Recuperações levam tempo.

- Minha paciência é curta.

Ele riu. - Eu sei. - Sua mão tocou na minha, na que estava normal. - Estarei com você, com ou sem braço. Porque eu te amo.

Sorri. - Eu também.

Ele respirou fundo. - Maggie deu umas tréguas. Aliás, ela saiu. Dois dias, já. O rebento ficou aqui com o chinês.

Eu ri. - É coreano! Mas... Você falou com ela?

Ele assentiu. - Não foi muito legal mas, sim. Ela entendeu.

Siddiq entrou e eu revirei os olhos.

- Qual é, médico de uma figa?! De novo?

Siddiq riu. - Quer ficar boa ou não?

Estreitei os olhos. - Nenorocitul.

Negan riu, pois ele sabia o significado daquela palavra, eu chamara ele assim vezes sem conta, no passado.

Siddiq me olhou. - O que é isso que você falou?

Respirei fundo, ergui a mão boa, fazendo sinal para que ele me entregasse a bola.

- Um dia te conto.

N.A: AMORES, ESPERO QUE ESTEJAM BEM. PASSANDO PARA DIZER QUE ESTAMOS NOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DA FIC. ESPERO QUE TENHAM GOSTADO ATÉ AQUI. BJXX!

Heart By HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora