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Descendo pela estrada de terra batida, que serpenteava entre os bosques e os campos verdejantes, encontrava-se um vale de beleza incomparável, protegido por um dos lados, pelas altivas montanhas conhecidas como os Dedos da Névoa

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Descendo pela estrada de terra batida, que serpenteava entre os bosques e os campos verdejantes, encontrava-se um vale de beleza incomparável, protegido por um dos lados, pelas altivas montanhas conhecidas como os Dedos da Névoa. Do outro lado, as colinas ondulantes adornadas por pinheiros robustos se estendiam até onde a visão alcançava, como sentinelas silenciosas vigiando o segredo do vale. No âmago deste recanto paradisíaco, um riacho largo fluía com a graça de uma serpente prateada sobre as pedras polidas pelo tempo, refletindo os raios dourados do sol em sua superfície cristalina. Era como se as águas cantassem uma canção antiga, harmonizando-se com a suave melodia dos ventos que sussurravam entre os pinheiros. Tal lugar parecia deslocado do mundo real, como se tivesse sido extraído de um sonho ou de uma pintura meticulosamente criada por mãos hábeis de um artista. A tranquilidade reinava ali, imponente e serena, como se o tempo tivesse estagnado para preservar aquele paraíso intocado pelo tumulto do mundo exterior.

No centro do vale, erguia-se uma colina solitária, como uma sentinela fiel guardando os segredos da terra. Nela repousava uma fortaleza circular, imponente e majestosa, erguida sobre o morro natural que a acolhia. Uma espessa paliçada de troncos de pinheiro envolvia a construção, abraçando-a como os braços protetores de um guerreiro experiente. Sob esta paliçada, erguia-se uma parede de terra coberta de musgo, enraizada na própria natureza, alta o suficiente para desafiar qualquer intruso, com a altura de uns três homens. O riacho, em sua generosidade, alimentava um fosso alagado que circundava a fortaleza, adicionando uma camada adicional de proteção às muralhas erguidas pelos homens.

— Chegamos ao Forte Terra-Queimada! — disse Beowulf na sela, atrás de mim — Meu lar.

Parte do fervor que ele expressava acabou por contagiar-me, ainda que o temor em relação ao meu próprio destino continuasse a pesar sobre meus ombros, mantendo-me em constante vigilância. Conforme avançávamos pela estrada de terra batida, a visão que se descortinava à nossa frente só fazia aumentar a expectativa que se agitava em meu peito. No topo do monte, destacando-se contra o céu azul, erguia-se majestoso um grande salão de madeira, recentemente construído, suas paredes exibindo o frescor do trabalho dos artesãos Ultras. O teto de palha, iluminado pelo sol, brilhava como ouro polido, conferindo à estrutura uma aura de grandiosidade e calor acolhedor.

O único acesso àquela fortaleza era guardado por um arco de pedra maciça, imponente e resistente, sustentado por torres de madeira que pareciam desafiar qualquer invasor que ousasse se aproximar. Sob aquele portão, podia-se vislumbrar o movimento constante de sentinelas vigilantes, prontas para proteger seu lar de quaisquer ameaças que se avizinhassem. À frente da cidadela, estendiam-se vastos campos agrícolas, pintados em tons de verde e dourado, onde se cultivavam milho, aveia, centeio e cevada. Gado era arrebanhado por homens a cavalo no norte. O trabalho árduo dos camponeses podia ser observado enquanto eles seguiam pela estrada, carregando feixes de palha recém-colhidos em direção a um moinho distante, cuja roda d'água girava impulsionada pelo fluxo cristalino do rio.

Canções de Ultramar, Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora