Canções de Ultramar, Livro 1

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Com a Grinfrost firme em minha mão, avancei determinada. Meus olhos não desviavam do feiticeiro. Eu reconhecia a astúcia de Malakar, um mestre nas artes mágicas. De súbito, um vento gélido varreu o pátio da fortaleza, eriçando meus cabelos. Senti a pulsante energia mágica familiar percorrer a espada conforme eu apertava seu cabo. Antes que pudesse reagir, um estrondo ecoou e o chão estremeceu. Das sombras surgiram figuras sinistras, olhos vermelhos cintilando com malícia. Eram seres não-vivos, esqueletos conjurados pela magia de Malakar, avançando com garras afiadas e dentes à mostra.

Sem hesitar, soltei um grito de guerra e brandi a espada, sua lâmina brilhando intensamente ao cortar os corpos vazios. Uma onda de chamas azuis se propagou da espada, consumindo os primeiros inimigos que se aproximavam. Os não-vivos tombaram, transformando-se em cinzas antes de tocar o solo. Ergui minha mão, pronta para o contra-ataque.

— Eld-Kjold! — recitei o poder para criar um escudo de fogo em volta de mim, então ataquei — Fus-Jötum!

De minha mão irrompeu uma poderosa labaredas de fogo, cujas chamas rugiram ferozmente em direção a Malakar. Este, por sua vez, ergueu as mãos e entoou um encantamento intricado. Raios de energia negra jorraram de seu bastão, dividindo minha magia ao meio e contornando seu corpo sem causar-lhe dano. Pairando alguns centímetros acima do solo, seus olhos brilhavam com uma luz malévola de tonalidade púrpura. Com um simples gesto, ele evocou um círculo rúnico ao seu redor, desencadeando uma onda de sombria energia que me arremessou violentamente contra uma parede do pátio, deixando-me tonta.

Meus lobos avançaram, uma horda de homens investiu contra ele, porém seus golpes foram interceptados pelo bastão de ferro e um a um foram abatidos. Seis deles pereceram pelas artes mágicas, até que Knut ordenou a retirada, posicionando-se diante do feiticeiro. Saltando habilmente para o lado, ele escapou de uma bola de fogo e, aproveitando o momento certo, desferiu seu machado contra as pernas do feiticeiro. Ele tentou aparar o impacto, porém a machado era demasiadamente pesado e o golpe excessivamente forte. Malakar caiu ao solo e rolou para trás a tempo de evitar o segundo ataque de Knut, cujo machado cravou-se no chão levantando lascas de pedras e fagulhas brilhantes.

— Garjzla! — gritou o feiticeiro e uma explosão de luz irrompeu de seu cajado na frente do rosto de Knut que levou as mãos aos olhos

Malakar se levantou e preparou para estocar Knut no peito com a ponta afiada de seu cajado, quando eu me pus de pé novamente.

— Fus-Maidjan! — gritei na língua de poder

De repente, um raio rasgou o céu tempestuoso e atingiu o feiticeiro, explodindo em faíscas que os arremessaram em direções opostas. Após utilizar muito da minha energia no "Rugido do Trovão", cambaleei, ofegante, apoiando-me em um dos joelhos. Reuni minhas forças em Presa de Javali e avancei para o contra-ataque. Com destreza, minha espada cortava o ar num arco radiante, desferindo golpes velozes que o feiticeiro mal conseguia repelir. Seu corpo encontrava-se parcialmente queimado, com a orelha esquerda totalmente carbonizada. Concentrando sua magia no arma de haste, ele atacou combinando poderes arcanos com habilidade de combate. Num momento de precisão, atingiu meu antebraço esquerdo, fraturando-o e forçando-me a recuar devido à intensa dor.

Uma lança foi arremessada com força contra Malakar, ele criou uma barreira de energia que desviou a lança. Então se ajoelhou exaurido de mana.

— Ele está enfraquecendo! — gritou Bjorn — Atacar!

Um grupo de soldados avançou em uma rápida investida. Cercaram o mago, brandindo suas espadas para cima e para baixo. Uma explosão de fogo e vento sacudiu o pátio do castelo, arremessando todos para longe. O feiticeiro permanecia firme, segurando seu cajado alto com uma mão no chão. Seus olhos brilhavam intensamente, emitindo uma ameaça silenciosa. Com um gesto repentino, ergueu as mãos e murmurou palavras num tom profundo e gutural.