XXVIII

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O posto mais próximo estava há duas horas. Então chegamos. É um posto de gasolina antigo, chamado "Nascer do Sol", o que é muita coincidência, pois o sol está nascendo nesse exato momento. Em sua logo está um grande sol alaranjado com o nome no meio, dentro dele. Logo quando paramos perto da bomba de gasolina chega um senhor de cabelos brancos. Ele chega devagar, usando óculos tão grossos por conta do seu grau alto que o fazem ficar com olhos minúsculos.

—Bom dia! No que posso ajudar? —O senhor diz se aproximando do carro.

Olhando seu crachá, vejo que seu nome é Raul Lobato.

Arthur pede para que todos mostrem quanto dinheiro ainda temos.

—Só um momento, Raul. —Falo e logo em seguida ele vai até o carro que está na bomba ao lado.

—Eu tenho 15, você tem.. 36 e Jack tem 24 reais e 15 centavos. —Arthur pega todo o dinheiro e tenta ajeitar de alguma forma em sua mão. —Temos 75 reais e 15 centavos. Não vamos poder colocar muita gasolina, porque não vai sobrar para comprar algo para comer.

—Você tem algum problema? —Escutamos um homem começar a gritar.

—Acalme-se! Acho que eu devo ter marcado errado. Mas não fique nervoso, eu posso te dar um desconto de 10 reais. —Raul tenta conversar com o motorista ao lado.

O motorista nervoso parece ter aceitado e vai até o caixa pagar. Ignoramos tudo isso. Precisamos dividir certo para cada coisa que precisamos.

—Aqui, compre algo para comer naquela loja e depois nos encontre aqui. —Jack pega o dinheiro e vai em direção da lojinha do posto de gasolina onde também se encontra o caixa.

—O dia está bem corrido aqui, desculpe a demora. Vocês vão querer algo? —Raul diz com um sorriso largo.

—Coloque 30 reais de gasolina, por favor. —Digo entregando a chave do carro.

—Somente isso? Vocês podem comprar algo na loja se quiserem ou usar o banheiro por 1 real cada pessoa. —Raul diz pegando a chave do carro.

Mexo a cabeça negativamente e esperamos ele encher o tanque.

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Jack pega salgadinhos e refrigerantes na promoção, logo em seguida vai até o caixa. O motorista que estava gritando anteriormente está em minha frente no caixa. Vejo que está nervoso, mas tenta manter a postura.

—Eu falei palavra por palavra, não tem como ele ter entendido errado. Mas não há problema. —Ele joga duas notas de cinquenta e uma de cem que cai no chão. Posteriormente ele sai do estabelecimento.

A senhora do caixa com o crachá dizendo Jacira Lobato diz "próximo". A nota de cem está no chão, Jack olha para ela e olha para a nota.

—Algum problema? —A senhora pega as duas notas de cinquenta que foram jogadas no balcão e olha sem entender para Jack.

—Hã, não. Nenhum problema. —Jack da um passo a frente pisando na nota de cem reais.

Ela passa os salgadinhos e refrigerantes que Jack havia pegado. Ele paga, mas não sabe se pega o dinheiro ou vai embora sem ele.

—Mais alguma coisa? —Ela entrega o troco em moedas e espera que Jack diga algo ou vá embora.

Ele da um sorriso de nervoso e olha para as balas que estão penduradas na parede atrás dela no caixa. Jack aponta para uma com desenho de morango. Jack nunca esteve tão nervoso com uma situação quanto agora. Ele só precisa pegar o dinheiro do chão e ir embora. Tem chaveiros logo ao seu lado. Então o plano dele é derrubar algum chaveiro e enquanto ela pega a bala, ele pega rapidamente o dinheiro do chão e vai embora. O que seria mais simples se ele só a pegar do chão, mas Jack está nervoso.

Presa por um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora