XXIII

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  "M"...

  Seria Maggie? Ela sabe sobre a morte do meu pai. Ela pode me ajudar a entender sobre tudo o que aconteceu. A minha foto estar lá no escritório faria mais sentido, ainda mais pelo fato do pai dela ter uma foto junto com o meu pai.

—O que isso significa? —Jack pergunta.

—Esse não é o gato da Maggie? —Diz Arthur.

  Olho para eles, sem saber quem responder primeiro. Olho para o bilhete sem saber como reagir. Vou em silêncio até o banco de trás do carro e me sento com os pés para fora. Jack se aproxima lentamente, e se agacha para poder olhar para o meu rosto abaixado.

—A morte do meu pai me... marcou muito. Durante todo esse tempo, nunca perdi a esperança de ao menos sua morte ser determinada. Ele foi a minha única familia depois que minha mãe... —Falo com voz desanimada, ainda olhando para o chão.

—Vic. Victoria, eu sinto muito por isso. Eu nem sei o que dizer. —Jack diz.

—Não precisa dizer nada, está tudo bem. —Dou um sorriso educado. —A propósito, você tem o número da Maggie?

—Provável que Arthur tenha. —Jack vai em direção à Arthur.

  Me aconchego no banco de trás, fecho a porta e espero que eles façam o mesmo. Arthur entra primeiro, parecendo não gostar do que Jack disse a ele.

—Eu não quero mais contato com ela, eu apaguei o número. Nos tínhamos combinado que iriamos pra casa e não iamos voltar nesse assun.. —Jack faz sinal para que ele parasse de falar.

—Para casa? —Olho assustada para ambos.

—Não essa casa. Não consideramos aquela casa como nossa. Espera, você não tinha contado para ela, Jack? —Arthur pergunta.

—Você não me contou Jack... Você não ia me contar? —Espero sua resposta.

—Não era importante falar para onde iriamos de fato, além do mais, não acho que tenha problema nisso, só estamos indo pra qualquer lugar sem rumo. —Jack diz.

—Mas se vamos para sua casa, tem um "rumo". —Falo olhando em seus olhos.

—Porra Victoria, para de mimimi, ele só não contou. Isso vai mudar o que? Agora você já sabe, pronto. Agora vamos. —Arthur diz se ajeitando no banco. olhando para frente.

Jack olha para mim e eu faço o mesmo. Ele liga o carro. Balanço a cabeça negativamente, e saio do carro quando ele começa a andar. Jack freia no susto ao me ver saindo.

  Vou para o outro lado da rua, que da para uma floresta com pinheiros altos. Me encosto na primeira árvore que encontro e desmorono. Não consigo conter o choro. Parece que alguem amarrou firme toda a tristeza com uma corda e está puxando com toda força para fora de meu corpo. Eu só consigo me encolher para poupar minhas forças, mas o esforço da corda imaginária faz meu corpo doer por dentro. Meu coração dói...

  Sinto um toque. Uma mão quente. Olho devagar para a pessoa. Jack...

—Você está chateada por eu não ter te falado para onde estávamos indo? —Jack pergunta falando cada palavra detalhada, tentando não soar grosseiro.

  Olho para ele, sem saber o que responder.

—Não é esse o ponto Jack. Eu passei por MUITA coisa, você sabe bem disso. Eu não quero mais estar conectada a vocês. Vocês me fizeram muito mal, e eu nem sei porque estou com vocês até agora. Você não ter contado para onde iriamos, so me fez ver como vocês se importam. Me senti... presa... de novo. Eu não quero reviver isso. Então eu vou assumir daqui agora. Vou até a casa de Maggie para saber o que ela tem a dizer sobre meu pai. —Me levanto enxugando as lágrimas, e vou indo na direção oposta de onde estávamos indo.

Presa por um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora