XVIII

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  Estamos na estrada há algumas horas. Arthur pegou no sono, Jack continua acordado, porém o silêncio permanecia. De vez em quando olho pelo espelho retrovisor e vejo que está criando coragem para falar algo.
  Então, enfim consegue quebrar o silêncio.

—V-Victoria. —Olho para ele através do espelho, assentindo que ele poderia continuar.

—Eu peço perdão pelas coisas que lhe disse mais cedo. —Ele diz sem graça, mas suas palavras foram sinceras.

  Aceno confirmando com a cabeça, em seguida volto a prestar atenção na estrada.

—Estou falando sério! Sei que não foi sua culpa... e você também sabe. Te levar para lá foi um grande erro, eu achava que sabia o que estava fazendo.

—Tudo bem Jack, águas passadas. —Falo tentando acabar com esse assunto.

  Arthur acorda repentinamente. —Ali! Vire à direita.

  Chegamos em um hotel de estrada barato. Arthur abre o porta-luvas em busca de algo. Pega dois envelopes, me entregando um, cujo atrás está escrito "salário Victoria Firshaeld".

—Acho que isso é seu. Fique com isso é só gaste com o que for necessário. Vou ficar com esse. —Mostra o outro envelope escrito "Dinheiro para reparos na loja", para eu e Jack.

  Entrando lá, na recepção está uma jovem moça sentada com os pés em cima do balcão. Ela masca um chiclete folheando uma revista de moda qualquer.

—Olá... —Arthur tenta chamar sua atenção.

  Ela somente levanta os olhos para que Arthur continuasse a falar. Ela enrola seu dedo indicador no chiclete, fazendo com que esticasse a goma com a ajuda de seus dentes.

  Enquanto Arthur conversava com a recepcionista, olho ao meu redor. Até que acho uma máquina de refrigerante. Vou até ela e compro uma garrafinha do primeiro refrigerante que vi. Estou com fome e sede, isso  chegou em uma boa hora.

—Não temos um quarto com três camas de solteiro, apenas uma de casal e uma de solteiro. —A moça fala com um tom de voz arrogante, fazendo uma bolha de chiclete quando termina de falar.

  Dou mais um gole. —Eu fico com a de solteiro.

  O quarto de numeração 241. Não é o melhor quarto de hotel do mundo, mas é a única opção que temos no momento.

  Meus únicos pertencentes ficaram na casa de Brandon, então não tenho bagagens para arrumar. Aliás, não sei quanto tempo vamos ficar aqui.

—Acho que vi uma lojinha lá na entrada. —Jack diz. Em seguida todos nós vamos até lá.

  Essa é definitivamente a pior loja que já estive. Tem de tudo um pouco, só que em péssimas condições. Parece que está próxima à falência.

  Jack vai em direção à uma prateleira com salgadinhos, Arthur vai em direção a um lugar qualquer, enquanto eu vou em busca de roupas. O que mais preciso no momento é de um banho caprichado e em seguida uma noite bem dormida.

  A roupa mais "usável" que achei foi um vestido azul marinho, e a melhor coisa é que ele estava na promoção, em que você compra um vestido e ganha uma camiseta da loja.

—Ok. —Pego as duas peças e mais uma roupa íntima em seguida.

  Vou até o caixa. O homem abre um grande sorriso amarelado, dizendo "seja bem-vinda". Parecia estar feliz por estar indo clientes na loja depois de bastante tempo. Pago e vou até o quarto sem ver o que os meninos faziam no momento.

Presa por um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora