XIX

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  Nova cidade, novo capítulo.

  Se estivesse em um livro, diria que esse foi um péssimo trocadilho.

  Acho que conheço essa cidade. É a cidade vizinha da que eu moro. Ou melhor, onde localiza minha casa.

—Merda, agora não! —Jack reclama batendo no volante.

—O que ouve? —Arthur pergunta sem entender.

  O carro da pequenos sinais de sua morte. —A gasolina... —O carro para. —Acabou...

—Porra Jack, você tem que ficar de olho se a gasolina está acabando ou não. —Arthur protesta.

—Eu posso ir até o posto, já vim aqui antes. —Falo para ambos.

  Eles olham um para o outro. Jack pega uma caneta e escreve algo em meu antebraço. É um número de telefone.

—Primeiro compre um celular pré-pago simples. Tem naquela loja. —Ele fala apontando para a mesma.

  A gasolina acabou próximo à entrada para o centro da cidade.

—Depois que comprar, adicione esse número e me da um toque. —Assenti com a cabeça.

  Vou até a loja e faço o que foi planejado. Ligo para o número escrito em meu antebraço, olho para Jack no carro, e ele confirma me mostrando um joia.

  Começo a andar. Pelo o que me lembro, não é tão perto indo a pé.

  Não está tão perto do natal, mas as lojas já começaram a por enfeites e comidas natalinas a venda.

  Olho pelas vitrines das lojas de roupas. Uma mais bonita que a outra. Até que vejo um vestido. É com toda a certeza do mundo que digo que esse é o vestido mais bonito que já vi.

—Também amei esse vestido. —A voz de uma menina. Me viro para ver quem era.

  Merda

—Victoria?! —Dou um sorriso sem graça. 
—Nossa, você sumiu. Não vai para a escola já faz um tempão. Aé, já ia me esquecendo, nós tiramos a metade dos pontos, porque você não apresentou junto comigo.

—Ah nossa, me desculpa por isso, eu...

—Sem problemas. Mas então...

  Volto a andar e ela continua ao meu lado.

—Minha prima vai dar uma festa hoje. Eu prometi a ela de que iria, mas eu não quero ir. Por favor, vai comigo?

  Olho para ela e olho para frente de novo.
—E-eu não posso... —Falo apertando o passo.

—Por que não? Vai, vai ser só um dia. —Seus lábios curvaram para cima, tentando me convencer.

  Mary volta a olhar para frente, pegando um folheto que uma moça lhe entregara. —Até parece que se você sair um dia, alguém vai te matar no caminho. —Olho para ela com espanto.

—Calma, é brincadeira.

  Mary fica em silêncio por um momento. Puxa um pouco de ar. —Você tem que ir!

Presa por um amorOnde histórias criam vida. Descubra agora