Em um lugar no Jardim das Borboletas.
Quando cheguei aqui, não sei dizer por quantos dias ou semanas que eu dormi. Mas, quando acordei, sei que foi tempo suficiente para estar curada de todo o pavor, medo e da agonia que eu senti quando vi a minha borboletinha voando para longe dos meus braços. Mas esse meu tempo foi também o tempo para as dores dos corações de quem me amava e que eu também compartilho o amor fossem diminuídas e as feridas fossem aos poucos sendo cicatrizadas, ficando apenas saudades e as boas lembranças. Eles não compreenderam que, mesmo de forma trágica, o meu tempo findou. E não foram capazes de compreender o trabalhar do destino, mesmo que, às vezes, é preciso ter a dor para o ciclo da vida poder continuar. Que uns vem enquanto outros vão, é um ciclo sem fim.
Embora eu sempre soube e sentia que a minha partida seria precoce, e eu estava preparada para isso, tentei amar mais, perdoar mais, tive mais paciência, tentei ao máximo fazer o certo, porém uma mãe nunca está preparada para deixar os seus filhos. Pois toda mãe sabe que ninguém poderia amá-los, compreendê-los e ter a paciência para corrigi-los na mesma intensidade do que o coração dela.
Por isso quando abri os meus olhos e me vi nesse imenso campo de lavanda, por mais que eu estivesse me sentindo bem e em paz, eu estava confusa. E por um tempo procurei e tentei entender o porquê eu estava aqui. Com isso, caminhei em busca dos meus filhos e andei tempo o suficiente para atravessar todo o campo e chegar ao topo de uma colina. E sentindo o forte vento no alto da colina, olhei para trás e, por um momento, observei o vasto campo de lavanda que eu acabara de atravessar e vi que nele há apenas uma árvore.
Foi algo lindo de se ver. Mas quando deixei de olhar para trás, entre as montanhas à minha frente, dei-me de encontro com o pôr do sol, lindo e único em um mix de cores no céu. Maravilhada com tudo, desci o meu olhar e vi um grande vale. Então, sentei- me em uma pedra, ajeitei o meu vestido e fiquei apenas observando a beleza de tudo isso.
Observei cada detalhe à minha frente, a luz do sol passando em cima das montanhas, tocando na grama do imenso tapete verde, os raios solares vencendo os galhos das árvores e emanando a claridade entre as folhas fazendo da cor delas um verde vivo e incomparável. E, por um momento, duvidei se tudo isso fosse apenas um sonho, porém quando um rouxinol pousou do meu lado e começou a cantar, ao mesmo instante as lembranças em mínimos detalhes, vieram em minha mente:
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"Era uma noite tempestuosa de domingo e, depois de um dia de grande festa em que se comemorou o aniversário da minha borboletinha e do meu Seiya de Pégaso, meu esposo e eu decidimos ter um momento só para nós. Colocamos as crianças para dormir e, mesmo sabendo que eles estavam apenas fingindo e logo estariam brincando juntos, fechamos a porta do quarto de cada um e quando nos encontramos no corredor, descemos para a cozinha onde o observei preparar o nosso jantar romântico.
Apreciei da boa comida preparada pelas mãos do meu amado e já estávamos prestes a comer o delicioso banoffee pie, que é a tradicional torta recheada de bananas e caramelo, quando tentei apenas focar no sorriso do Eduardo e nos momentos que iríamos ter. Mas foi impossível.
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[CONTINUAÇÃO DA FASE 02] AS ESTAÇÕES DE LIZ
RomancePOR MOTIVO DO OUTRO LIVRO TER ATINGIDO A CAPACIDADE MÁXIMA DE CAPÍTULOS, AQUI IREMOS DAR CONTINUIDADE NOS CAPÍTULOS DA FASE 02 DA AS ESTAÇÕES DE LIZ. AQUI SERÁ POSTADOS DO CAPÍTULO 182 EM DIANTE.