🍃🍁🌪|Capítulo 203| 🌪🍁🍃

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***ATENÇÃO: CONTÉM GATILHOS PARA A FASE 03**

[...]

— Hoje estou com sentimentos estranhos. Eu não gostei do que falou, Kevin. Eu sou eu e não sou a Sara e nem a irmã do Trevor. Talvez eu esteja errada, mas, neste momento, eu sinto que as pessoas estão confundindo as saudades que sentem por elas, pela a minha aparência. Quando me olham quem eles me vêem? A Liz, Sara ou a Íris?— ela diz passando ainda abraçada com seu próprio corpo como se estivesse se protegendo de algo.

— Aqui está só a Liz, somente eu e mais ninguém. Não quero me sentir como se eu estivesse invadindo um espaço que nunca foi meu. Eu quero ser a sua princesa borboleta pelo o que eu sou, não por causa da minha fisionomia. Você já foi o ursão da Íris também? — ela pergunta.

— Quando éramos crianças, como eu era apai... — neste momento, parei de falar e a observei.

— Eu sinto ciúmes, mas não sou idiota, Kevin! Seja sincero. — proferiu e mal sabe ela que eu sempre serei sincero com ela gostando ou não.

— Eu era apaixonado por ela, uma menina muito linda e meiga. E como ela sempre esquecia o meu nome, eu ensinei ela a me chamar de ursão. — mudei as palavras, quando na verdade, eu a ensinei a me chamar de senhor pandinha, que era o próprio nome do urso que ela nunca se separou. E eu, como sempre, um bom observador, desde a primeira vez que a vi com aquele urso, eu quis ser ele.

Eu sei que se eu falar a real para ela aqui e agora, posso causar sérias consequências. E tudo que não quero é que ela tenha uma nova confusão mental.

— Eu era um moleque, Liz. As pessoas mudam o tempo todo, eu mudei e mudei mais uma vez depois que você chegou em minha vida. Você é a mulher que eu sempre amei e eu não quero ter outra a não ser você. Se eu pudesse mudar o nosso passado, eu mudaria. E eu seria o menino que roubaria os doces das festas para te ver sorrindo. Mas se você quiser, hoje e sempre eu posso ser até mesmo o seu senhor pandinha! — proferi olhando para o seu velho urso em cima da cama e ela arregalou os olhos.

— Você já me falou isso! — ela diz pensativa e eu fiquei observando.

"Eu disse isso apenas uma vez, apenas quando éramos crianças!" — pensei.

— Não, meu amor, eu apenas me ofereci para ser o seu ursão quando lhe entreguei os ursos gigantes, que ainda estão na casa do tio Joshua, lembra? — perguntei e ela olhou para o chão confusa.

— Eu acho que sonhei, ou associei com isso, não sei... — ela diz séria e confusa ao extremo.

— Eu sou teu protetor, Liz. Mas vou te falar uma coisa, todos aqui te amam pelo o que você é. Não com quem você parece. Eu respeito os seus pais, a sua história. Mas há algumas coisas que me incomodam, Liz. E você nem se deu conta. — proferi sério olhando em seus cabelos.

— O que? O meu jeito? O meu ciúme? — perguntou se olhando.

— O seu passado. — proferi e ela me encarou já meneando a cabeça e foi logo falando:

— Se eu não me lembro de nada é porque não tem nada bom... Sou muito grata pelo amor dos meus pais adotivos, me deram todo o amor que os meus pais biológicos não me deram. — ela diz confusa.

— O seu passado me incomoda, assim como as cicatrizes que você tem em seu corpo, assim como essa cicatriz que você tem em sua cabeça. — proferi e ela tirou o seu moletom.

— Mas são as cicatrizes de quando eu me tratava do câncer, essas na barriga são de quando o Edward me sequestrou, e as outras... — neste momento ela se engasgou. — As outras foram porque entrei na frente da minha mãe para defendê-la quando meu pai estava bêbado.

[CONTINUAÇÃO DA FASE 02] AS ESTAÇÕES DE LIZOnde histórias criam vida. Descubra agora