|Capítulo 248|

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[...]

Sábado, 22 de dezembro.

— Eu te amo, Íris... — despertei sonolenta com um distante sussurro e com um beijo, que me fez levar a mão de imediato na minha bochecha.

Com preguiça, abri os meus olhos e vejo Kevin sentado, muito bem vestido com uma camisa e calça social, ambos da cor preta, lendo o jornal e tomando café.

Confusa, sentei-me na poltrona, olhei para os lados para certificar se realmente ainda estou no quarto do hospital e em seguida foquei a minha atenção nele.

— Bom dia, dorminhoca. — ele diz, contendo um riso.

"Será que foi ele quem sussurrou?" — me perguntei.

— Bom dia... — respondi confusa, passando as mãos nas minhas pernas. — É... você falou alguma coisa? — perguntei.

— Sobre? — ele diz sério, ajeitando os óculos de leitura, deixando o jornal de lado e me encarando.

" Ah, não, ele não seria capaz de fazer isso. Não é bobo! — pensei, observando.

— É... nada não. Acho que sonhei. — proferi desconfiada.

Apenas fiquei encarando-o quando ele se levantou como se não estivesse com nenhum ferimento nos músculos abdominais. E quando fui para colocar os pés no chão, senti uma cólica absurda que me fez questionar se o paciente sou eu ou ele.

— O que foi? — perguntou quando coloquei a mão na barriga em um breve resmungo.

— Estou com cólicas, não se preocupe, coisa de mulher. E você nem parece que está ferido. — comentei e ele sorriu, quando segurei em seus braços.

— Eu tive dor, mas me deram medicamento. Agora estou bem. — ele diz e fui logo perguntando.

— Que horas são? — perguntei já olhando em seu relógio de pulso e vejo que são quase dez da manhã. Rapidamente, fui até a minha bolsa e peguei um analgésico para cólicas, pois o dia hoje promete ser longo.

— Uou! Eu dormi mais do que o paciente. Que péssima acompanhante que fui. Por que não me chamou? — indaguei.

— Você estava dormindo tão serena que seria um pecado te acordar. Que sono profundo! — respondeu e a voz do Dr. Morris reverberou na sala quando a porta se abriu.

— E tenho que concordar com ele, mocinha. Você realmente estava com o sono pesado, pois além de eu bater um papo com o Dr. Carter aqui no quarto, veio dois enfermeiros segurar o seu esposo para tomar injeção no glúteo e você nem acordou. — entregou o Dr. Morris e o Kevin ficou o tempo todo fazendo sinal para ele não dizer nada.

— Kevin, dois metros de homem que já fez tatuagem e com medo de injeção?— perguntei.

— Não é medo, é aicmofobia. E tatuagem é diferente. — respondeu o chorão.

— Não o julgue, quem tem fobia não consegue se controlar e pode causar até desmaios. — Dr. Morris entrou na defesa. — E ele só aceitou a medicação intramuscular depois que falei que tinha a possibilidade de supositório anti-inflamatório que faria efeito tão rápido quanto.

— Toda muralha tem a sua fraqueza. — falei, imaginando a cena do Carter sendo segurado por dois homens para tomar injeção e fugindo da segunda opção.

— A minha fraqueza é você, tanto é que por você eu tomaria um milhão de injeção. — respondeu o meu homem.

"Que romântico!"

— Eu tomaria apenas uma em sã consciência as outras eu já estaria no país das maravilhas. — ele completou dando risada de si mesmo.

— Bobão. E o supositório? Colocaria um milhão por mim?— perguntei sorrindo e o riso dele morreu.

[CONTINUAÇÃO DA FASE 02] AS ESTAÇÕES DE LIZOnde histórias criam vida. Descubra agora