[...]
Ele sorriu e calmamente começou a dizer quando me encarou ao pegar a bandeja do meu lado:
— Cuidado, você não sabe um terço do que eu sou capaz de fazer. Mas aviso que logo a Megan será a dona disso tudo e farei questão de brincar com você tão igual um gato brinca com o medo de um ratinho medroso que escapou do cativeiro. Seios lindos você tem. — grunhou Edward.
— Mal posso esperar por isso e será muito justo ver esse gato de rua ser pego pela própria ratoeira e traído pela própria dona que o jogou no lixo. — respondi sorrindo enchendo um copo de café para ele levar até a mesa.
— Ratinha ousada. Só não te faço sangrar porque está muito bem protegida. — diz com ousadia.
"Protegida? Por quem além do Kevin?" — me perguntei.
— Respeite, Edward. Aqui não é a sua casa. Pegue a sua mãe e saiam daqui. — Sr. Wilson diz em baixo tom de voz ao se aproximar.
— Eu não sou seu filho para você dar ordens e tome muito cuidado, seu velhote. — respondeu Edward e como não tive mais pedidos a serem feitos na máquina de café, fiquei observando.
— Tem razão, o meu filho só me enche de orgulho. E o nome dele é Kevin Carter.— Sr. Wilson respondeu e foi o estopim para o Edward largar a bandeja e vi o momento em que ele olhou com ódio para Stephanie que desde o momento que chegou está em pé ao lado da porta, totalmente imovel.
— Vamos para o carro, mãe, precisamos ter uma conversa. — Edward diz segurando com firmeza o braço da sua mãe e quando Kevin percebeu, parou de anotar um pedido e ficou observando quando Stephanie parecendo bem incomodada, puxou o braço e após respondê-lo algo que não deu para entender, segurou firme a sua bolsa e sentou-se e quando ela pegou o mini cardápio com muitas variedades de café da manhã e começou a ler, vi quando uma lágrima escorreu.
E fiquei observando ainda mais quando Kevin, após levar um pedido para Alysson, seguiu até a mesa que ela está. Ele começou a falar algo para ela, que sorriu sem jeito, evitou olhar em seus olhos e deu para perceber que ela só escolheu algo do cardápio para fugir do assunto.
— Liz, um café simples sem açúcar para a mesa da mãe do capiroto. E eu vou pegar o muffins. — Aly diz me entregando o pedido.
Rapidamente servi o café e quando percebi que o Kevin ainda estava tentando conversar com a Stephanie, assim que Alysson colocou o muffins na bandeja e estava prestes a apertar o sininho, corri na frente, peguei a bandeja e segui para entregar o pedido.
— Bom dia, dona Stephanie. — falei colocando a xícara em cima da mesa e ela não respondeu.
— Mãe, o que está acontecendo? Eu sei que não está feliz, eu te conheço. Fui e ainda sou teu filho, mesmo que negue isso, eu sou teu filho. — Kevin diz em baixo tom de voz.
— Não está acontecendo nada. E não me chame de mãe porque eu já te falei uma vez e vou tornar a repetir, não sou tua mãe. Meu filho é o Edward. Ele é o filho que eu mereço ter, porque ele é igual a mim. — Stephanie diz firme, sorriu e logo desviou seu olhar do nosso.
E foi então que tive a plena certeza que a Stephanie já estava recebendo a sua colheita, tendo o desprezo do Edward e o amor do filho que ela tanto negou amar.
— Vem morar comigo, mãe. A minha baixinha, a Maga, vai entender. Eu sei que não está feliz. Edward não presta e não é porque ele é seu filho de sangue, que a senhora é obrigada a aceitar tudo. Eu... — Kevin parou de falar quando por alguns segundos escolheu bem as palavras.
— Eu sei que tudo que falou para mim nos seus momentos de raiva é porque a senhora ama o Edward e admiro isso, não a julgo, pois pensava que eu era o assassino do seu filho gerado em seu ventre. E eu sei que a senhora já sabe toda verdade, de quem realmente é o seu filho e sabe que sempre fui um bom irmão. Mas eu seria ingrato de te deixar de lado, pois eu me lembro do seu amor quando eu era um menino, não era muito, mas foi o suficiente para ficar marcado. O suficiente para te querer comigo na minha casa, para cuidar de você, para ter um lar de verdade. Você é a primeira figura materna que eu conheço e mesmo que hoje o meu mundo de amor de mãe é a Margareth que dou a minha vida por ela, isso nunca vai mudar. Pois foi a senhora que esteve comigo no meu primeiro dia de aula. — Kevin falou e eu tive que me conter, pois mesmo sabendo que o cálice de Stephanie está sendo amargo e vai piorar para ela, eu sei que ela está sofrendo, eu sinto, vejo no olhar dela. E sei que agora, neste exato momento, ela está sofrendo ainda mais em receber as palavras de amor do filho extraordinário que durante todos esses anos ela negou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
[CONTINUAÇÃO DA FASE 02] AS ESTAÇÕES DE LIZ
RomancePOR MOTIVO DO OUTRO LIVRO TER ATINGIDO A CAPACIDADE MÁXIMA DE CAPÍTULOS, AQUI IREMOS DAR CONTINUIDADE NOS CAPÍTULOS DA FASE 02 DA AS ESTAÇÕES DE LIZ. AQUI SERÁ POSTADOS DO CAPÍTULO 182 EM DIANTE.