[CONTINUAÇÃO DA FASE 02] AS ESTAÇÕES DE LIZ

|Capítulo 215|| Londres|

[...]

— Chuta ele também, Liz. Ainda pintou quadro da Íris, ele já pintou um quadro seu? — Christian tinha que provocar.

— Cala a boca! — Gabi diz entre os dentes.

— Então, Kevin. O que me diz? Quadro lindo que fez para Íris, cheio de borboletas. Que presente de aniversário, maravilhoso. — Liz comentou com um tom meio sarcástico.

Contive um sorriso, Liz é um anjo, mas quando ela quer, ela sabe ser cabeça dura, teimosa e sarcástica.

— Eu pintei e faria novamente. Quantas vezes fosse preciso. — respondi e ela cruzou os braços, arrebitou o nariz.

— Nesse caso, se ela estivesse aqui, eu não estaria com você. — ela diz dando as costas para mim e eu a puxei pelo braço quando olhei diretamente em seus olhos.

— Nesse caso, eu ainda estaria te amando e você seria a minha primeira e única modelo. A mais linda de todas e a minha única princesa borboleta. — digo e ela me encarou.

— Está falando como se estivesse se declarando para Iris. Eu sinto muito que ela tenha ido tão breve, mas não me confunda com ela! Não olhe para mim imaginando como ela seria se ainda estivesse viva. — esbravejou tentando puxar o braço, se desvencilhar do meu toque.

— Pelo jeito você não tem medo de me perder, não é mesmo? — perguntou.

— Você estaria comigo e eu não tenho medo de perder por falta de amor da minha parte. Eu já senti o gosto de como é te perder, e não quero sentir novamente. Você é tão sábia, me ensinou o amor, mas você não está percebendo que desde quando que o universo se formou, que as galáxias se formaram e que as estrelas se tornaram constelações, é você que está no meu destino, Liz. Desde quando o mundo é mundo sempre foi e sempre será você. Não duvide do meu amor, Elizabeth. É só um quadro que um moleque pintou. Mas quem está aqui com você é um homem que nunca deixou de ser seu.

— O amor é paciente, Liz. E eu espero o tempo que for preciso para você entender que ninguém substitui algo que sempre teve posse. — digo e ela me olhou confusa.

— Pára de ter ciúmes de uma menina. — comentei e ela arrebitou o nariz, desviando o seu olhar do meu. E eu sorri quando seus cabelos voaram com o vento.

— É você e eu desde sempre. E não existe um amor melhor do que o seu. — digo e ela respirou fundo.

— É estranho eu ter ciúmes de uma menina, mas ela é única que me faz ter a sensação de como eu me sentirei se um dia perder você. Kevin, diante de qualquer mulher da face da Terra, eu sou segura. Mas eu fico fraca quando ouço o nome da Íris, porque quando você fala dela, seu olhar fica intenso e quando te vi entregando o quadro para ela, o amor que vi no seu olhar, não era um amor de moleque. É um amor que venceria todas as etapas da vida. — ela diz e eu a encaro.

— Não vou negar que se alguma mulher chegar em você e se insinuar, eu sentirei ciúmes, óbvio, você é um homem que toda mulher gostaria de ter. Mas jamais ficaria paranóica com medo de te perder para esta mulher. Mas se essa mulher fosse a Íris, eu sei que te perderia. — ela diz e eu a abraço.

— Jamais me perderia. — afirmo.

— Eu respeito o amor, e jamais ocuparia um lugar que não é meu. — diz olhando em meus olhos.

— Não se ocupa um lugar de que sempre foi seu, Liz. E se tudo fosse diferente, se a Íris estivesse viva no nome, ainda seria a mesma coisa, porque é você está aqui. É você que sempre vai estar aqui. — digo e ela respira fundo.

— E até arrisco dizer que o nosso amor é de outras vidas. Porque agora eu sei que existe uma força maior, uma vida além dessa. E se um dia chegar o meu dia de partir, e eu tiver a chance de voltar e escolher quem irei amar, eu direi que quero amar você. Direi que quero amar a menina de nariz arrebitado e de olhar doce. A menina de que quando está triste chove, de que quando está feliz o sol brilha como nunca. Tenho certeza que quando fui para viver esta vida, eu escolhi amar você. Apenas você. — digo e ela deita a cabeça em meu peito.