|Capítulo 283|

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...

— Sim. Mas eu não sinto mais saudades! — respondi, olhando nela que nem sequer piscou ao me encarar.

— Por quê?

— Porque eu tenho você! E ter você é a mesma coisa de estar com todas as estrelas do universo.

— Ai que lindo! Que menino romântico! — ela sorriu doce, alisando o meu rosto.

— Oitenta e uma vezes é um número alto, hein? — me perguntou. — E suas mãos não tem sequer um calo...

— 40,5... — ela diz dando um passo para o lado e se desviando do telescópio.

— O que têm? — perguntei.

— É o resultado da divisão de 81 para 2. E 40,5 é numero de vezes que você terá que usar as suas duas mãos para aliviar manualmente o seu vicio por sexo. — diz me dando as costas e saindo da ponte.

— E sugiro que comece agora. Aproveite que o céu não tem nuvens e faça olhando para a constelação de Órion. — diz calma e eu já joguei tudo para o alto.

— Aliás, sabia que na constelação de Cepheus, há 1.400 anos luz, existe uma nebulosa de reflexão única com pétalas brilhantes, conhecida como a flor do universo, chamada Íris?! — falei, e quando ela ouviu, parou próxima a margem, e me encarou.

— Ela é uma nebulosa de reflexão porque ela espalha luz! É ou não é coisa do destino? — perguntei e ela apenas fez um gesto obsceno como resposta.

— Bobinha! Até as estrelas contam a história do nosso destino. — sussurrei para mim mesmo, indo atrás dela.

— Não tem como negar o destino, Liz. Você será sempre o meu amor! — falei, contendo o riso com o ciúmes bobo dela.

— A é? E quanto aos oitenta e um sussurros? — foi direta na pergunta.

— Eu faria tudo novamente. Mas agora não é mais preciso, eu tenho você. — respondi diretamente e ela bateu a porta na minha cara.

— Eu sou um louco apaixonado que simplesmente desafia o perigo de diversas formas! — falei para mim mesmo, ao me sentar no gramado próximo a entrada lateral.

— Em breve ela irá ver que sentiu ciúmes dela mesmo, mas terá a plena absoluta certeza que ela sempre foi o motivo dos meus sussurros para as estrelas... — falei em baixo tom de voz e sentindo vontade de fumar, levei a mão no bolso em busca do cigarro. Mas como há semanas que não dou um trago, nada encontrei.

— Com certeza ela trancou até a porta do quarto. É, Carter, será só você e as estrelas! — falei, me deitando no gramado e observando-as.

Fiquei por algumas horas observando as estrelas e quando por um breve momento fechei os meus olhos, ouvi passos próximo a mim. E quando abri, dei-me de encontro com o olhar de Elizabeth.

— Está tudo bem? — perguntei, ainda sentado e olhando para ela.

— Está... — diz sem jeito.

— É... é que mesmo estando morrendo de sono, não estou conseguindo dormir. — diz com tom de voz mais baixo do que o normal.

— Está preocupada com o Eduardo? Trevor? — perguntei, sabendo que ela não irá dar o braço a torcer.

— Não.

— Então, o que há?

— Fica comigo? De conchinha? — perguntou baixinho, desviando o seu olhar do meu.

— Claro. — falei, me levantando e a envolvendo em meus braços a levei para nossa cama.

— Eu não esqueci dos oitenta e um sussurros... — resmungou já com olhos fechados se aconchegando ainda mais nos meu braços.

[CONTINUAÇÃO DA FASE 02] AS ESTAÇÕES DE LIZOnde histórias criam vida. Descubra agora