Lali Manoban

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“As boas pessoas no mundo nunca serão capazes de entender a maldade de pessoas que nutrem apenas perversidade. Entretanto, depois de algo
ruim há sempre uma luz no fim do túnel, ou no meu caso, um pedido de casamento inesquecível.”

— Como assim? — Eu encarava minha mãe, incapaz de acreditar no que ela dizia através do aparelho.

O vidro nos separava, mas ela estava tranquila, sem demonstrar qualquer arrependimento, para o meu horror.

Achava que ela era capaz de muitas coisas ruins, mas matar alguém e ficar bem com isso, aumentava ainda mais a decepção que eu já nutria por.ela.

— Isso mesmo que eu te disse. Não é uma Park de verdade, é uma Garcia, e me espanta Daniel ainda não ter te procurado. É um babaca e adora
estar certo em tudo. Em breve ele aparece e vai querer fazer alguma coisa, fique preparada.

Eu estava incrédula com a naturalidade que ela dissera tudo. Não conseguia acreditar, isso era possível? Meu Deus! Como uma pessoa como
ela conseguia dormir durante a noite? Como conseguia sequer ficar bem consigo mesma?

Tinha ficado com o meu tio.

Meu tio...

Uma sensação ruim me dominou e eu senti náuseas, com nojo de mim mesma. Me lembrei do jungkook e da sua confiança e me forcei a levar em conta que eu não sabia de nada, que eu não tinha culpa. A única culpada me olhava através do vidro como se estivesse se divertindo com o meu desespero, e apenas ela tinha sua parcela de culpa no meu calvário.

Eu não sabia de nada.

Lutei contra, sempre que pude.

Por que deveria ficar me culpando?

— Você é doente. — Proferi, enojada.

Ainda tremendo de nervoso ao visualizar meu passado rodando como um filme na minha cabeça. As cenas fazendo com que a minha bile aumentasse.

Coloquei as mãos na cabeça, desesperada, sentindo que estava perdendo a linha entre a tranquilidade e o desespero, sendo levada pela consciência de tantos momentos errados.

E ela estava em todos...
Todos...

Fingindo que não sabia a destruição que estava causando.

Se o irmão de Dixon era mesmo uma pessoa boa como ela dizia, não conseguia nem imaginar como ele se sentia, em saber os podres do irmão e ainda descobrir tudo sobre mim.

Estava ficando tonta.

Incapaz de sentir o chão sob meus pés. Respirei fundo, tentando normalizar os meus batimentos frenéticos. Isso não era bom para o bebê, isso não era bom para o bebê, era só no que eu pensava e o que evitava que eu surtasse de vez.

Teria um filho do homem que eu amava e ele me apoiava, me entendia acima de qualquer problema e deveria pensar nele antes de perder todo o controle, sendo mantido apenas por um fiapo da minha vontade.

— Claro que não. Sou vingativa.

— E o que eu tinha a ver com isso? NADA!

— Tudo, por acaso não ouviu a história que te contei? Sempre teve a ver com você.

Simplesmente Complicado (LIskook)Onde histórias criam vida. Descubra agora