Capitulo 35

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MALUMA

Não.

É  o mesmo frio e a mesma sensação de perda. Ela embriaga seus sentidos e fode com o seu subconsciente. Todas aquelas imagens que eu lutei esses anos para esquecer. Todo meu controle mental perdido por um fio.

Eu não conseguiria lidar com a perda dela de novo, pensei.

Não queria nem imaginar isso. Seus punhos  amarrados em algemas, seu corpo suspenso em um galpão escondido, o sangue marcando sua pele e os vergões roxo dos maus-tratos que ela havia sofrido. Por um ato egoísta meu. Então eu não tinha muitos pontos com o cara lá de cima mas, Amanda era inocente nessa história, meus filhos eram inocentes.

Então por que? Por que esse círculo vicioso? Aqui estava eu com meu coração pausando suas batidas. Ela não atendia o telefone. Enzo não atendia o telefone. Eu queria ficar puto e agir como um cão raivoso. Mas eu não saberia o que fazer quando ela atende-se. E ainda assim eu precisava saber se ela estava bem.

Aquilo estava demorando demais.

Era egoísmo esperar que ela voltasse a sorrir e as coisas voltassem a ser como eram antes. Não suportava mais encarar suas lágrimas, seu rosto abatido. Ela estava mais magra do que eu me lembrava. Como foi que eu me coloquei nessa situação? Que porra de amor verdadeiro não tinha um final feliz?

Mas claro essa não era uma história de contos de fada. Na vida real, o príncipe encantado fazia merda. E no caso eu nem deveria ter título de realeza. A não ser se fosse o rei da merda. Ela merecia mais que eu, mas tampouco merecia aquele canalha.

Encaro com ódio Bryan do outro lado da sala escura do apartamento em que estávamos invadindo. O último lugar onde interceptamos a localização dos gêmeos tinha sido deixado a poucos minutos, como se eles estivessem rindo da nossa cara. Como se já soubessem que iríamos lá apenas para sair de mãos vazias.

O lugar estava podre. Cheio de pacotes de comida americana e latas de cerveja barata. Haviam marcas de cigarro nas paredes e uma grande parede pixada  com o que parecia ser uma piada para J Balvin. Um palhaço pintado mamando uma mamadeira de sangue.

Se aquele hijo de puta estivesse vivo. Ele não estaria por muito tempo. Iria garantir pessoalmente que seus órgãos fossem espalhados junto com os cretinos que ajudaram esse idiota a voltar a ativa novamente.

Como as coisas mudaram. Éramos tão amigos, mas eu e Bryan também. Suspiro. Rever as amizades, anotação mental.

_Maluma, Enzo não reprogramou os alarmes como o orientado. Ele não atende o telefone, cabron, minhas bolas estão geladas. Parece um mal presságio cara. - e esse babaca falando era Charles é  claro.

_Como se a gente tivesse que acreditar no pressentimento das suas bolas. - murmurou Jhonas armando sua arma e xingando em alemão. - Cara esses globos moles nem devem estar funcionando direito, quanto mais presentir alguma coisa.

_E mais uma vez eu questiono - reclamou Diego arrumando seus óculos - Por que eu preciso passar um tempo de qualidade com vocês? Sendo que poderia estar rastreando e movendo montanhas digitais e tecnológicas em casa?

_Você precisa vivenciar a vida como um macho wey. Que tipo de macho esconde o pau em casa nos computadores? - reclamou Jhonas.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora