Capítulo 61

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AMANDA

Amanhã.

Tantas possibilidades e ainda temos a expectativa de ser o dia seguinte e no dia seguinte, ele não veio. Nos outros que se seguiram, também não.

Um recado? Um aviso? Nada, apenas o silêncio. Meu orgulho me impedia de perguntar para alguém o que estava acontecendo, principalmente... pra ela.

Daniela e eu nos esbarravamos mesmo sem querer. Ela me olhava com culpa e eu não tinha nenhum sentimento pra retribuir, a não ser o ódio. Evitei o andar de baixo apenas por precaução e cai em uma rotina entre cuidar de Miguel, dar sua medicação e ver uma série de Advogados com Isabela.

Os dias foram se passando e as notícias começaram a chegar. Jornais e mais jornais eram deixados quase na porta do meu quarto. Um aviso? Não. Um lembrete. As coisas que ele fez - engulo em seco olhando meu café - eu deveria considerar como justiça?

Sete vezes mais.

Foi o que ele prometeu.

E parte de mim - suspiro pesado - se sentia confortada por saber que o filho da puta que ordenou os ferimentos nos meu filho estava em pior estado. Isso fazia o que de mim? Não deveria estar escandalizada com a situação? Onde estava meu senso de moral?

"....não existem bandidos bons...." Meu coração doia tanto.

Eu só queria chorar, me sentia tão... arrasada. Nem toda mulher sonha em se apaixonar. Mas as que sim, certamente não desejam se apaixonar por um delinquente e as que sim - sempre tem uma - de certa forma, acreditam profundamente que ele será uma pessoa melhor, acreditsm que possuem o poder de fazê-lo mudar, no entanto, uma gota de chuva sempre retorna ao oceano. Não se pode fugir do próprio destino.

A jovem mulher em mim - sorrio com meus olhos cheios de lágrimas - ainda se recorda do sonho do amor a primeira vista. Poderia tudo ser tão simples, um amor de novela, apenas uma estudante universitária comum se apaixonando por um bad boy que muda seu estilo de vida para estar com ela para sempre. Uma família feliz. A realidade é tão simples.

Gritos e palmas me fazem secar meus olhos e me aproximar da varanda no meu quarto. Vários SUV pretos estão fazendo círculos na campina de frente com a entrada da casa. Cada carro buzina enlouquecido e estacionam cada um a onde pode. Meu coração falha - seguro meu peito - ele havia chego?

Maluma desce do carro com a cabeça erguida, seus olhos varrem a parte de baixo procurando - prendo a respiração - vejo seus olhos subindo até a minha varanda. Maluma. Sorrindo ao me ver olhando em sua direção, vejo-o desaparecer da minha vista rapidamente. Ele estava correndo?

_Socorro - murmuro correndo para minha porta. Cadê a chave? - Merda.

Corro para a cômoda ao lado da minha cama e agarro a chave rapidamente. Tropeço meu pé ruim com o bom e chego a quase fechar a porta. Um coturno preto é a única coisa que me impede de concluir minha missão.

_Amanda - a voz rouca de Maluma me causa arrepios - Precisamos conversar. Acaso está pensando em fechar a porta?

Sei que estou tremendo de nervoso. Fosse meus dentes batendo ou meu coração batendo descompaçado, eu não saberia dizer.

_Eu ia...

_Problema no paraíso. Rayaaaa - alguém grita ao passar no corredor afora.

Ouço um toque na porta acompanhado de um suspiro e sei que ele está com a cabeça encostada na minha porta.

_Baby...

_Não me chame assim.

Outro suspiro. _Me deixe entrar, não vou fazer nada - ele pausa - preciso só ver você.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora