Capítulo 56

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AMANDA

Sinto que estou quebrando.

Cada membro do meu corpo ficou mole e parecia latejar conforme a sujeira ia saindo da minha pele. Maluma foi extremamente gentil e cada toque era de forma delicada  como se eu fosse desmanchar a cada momento. E será que eu não iria? Eu não conseguia chorar. Me sentia tão frágil  que eu só sabia gemer de dor e jogar meu peso naquele homem.

Maluma me deu banho praticamente segurando-me dentro do box do chuveiro e por um momento ele estava mais molhado do que eu.

Me recusei a comer por mais que Maluma tenha insistido. Estava tão cansada que só  conseguia piscar e murmurar palavras incoerentes até pra mim mesma. Para mim seria a primeira vez, a primeira  vez que em muito tempo eu poderia  verdadeiramente dormir. Estava tudo bem agora não é  mesmo? E foi assim que me entreguei naquela noite.

Quando acordei a primeira  sensação que tenho é da pressão ao meu redor. Abro meus olhos lentamente e encaro o lustre acima da minha cabeça. Tiro uma mecha de cabelo do meu rosto e olho para o corpo dos meus filhos ao meu redor. Meus olhos enchem de lágrimas, parte de mim acredita que estou sonhando e não consigo se quer me mexer com medo de acordar.

Isabela está agarrada do meu lado esquerdo e Miguel dorme do meu lado direito. Suas pernas estão com um curativo limpo e ele tem o semblante tranquilo em seu sono.

_Quando ela soube que você estava aqui - escuto a voz de Maluma e meus olhos o procuram pelo quarto até encontra-lo sentado em uma poltrona distante da cama - ela insistiu em vir para cá. Miguel da mesma forma. Eles choraram por um tempo quando se viram e então prometeram um ao outro que não iriam te acordar.

Passo a mão na cabeça de Isabela  e sorrio com lágrimas nos olhos. Eu sonhei com o momento de revê-la. E agora ela estava aqui agarrada a mim em seu sono, com medo que eu fosse embora. Meu coração deu uma pequena batida irregular e vejo os olhos dela abrindo de devagar.

_Mamãe? - ela pergunta assustada e pula na minha direção. Sinto a pressão do meu corte no abdômen e reprimo minha dor para abraça-lá o melhor que eu posso.

_Estou aqui meu amor - respiro profundamente seu cheiro. Ela ainda tinha aquele cheiro leve de baunilha - Nunca mais deixarei você.

_Hum?  - Miguel  murmura abrindo os olhos - Já é  dia?

_É  claro que já é  dia... dã - respondeu  Isabela. Mas logo ela passa por cima de mim e coloca uma mão na testa de Miguel - Você ainda está com febre.

Isso desperta meu lado materno. Tento me ajustar para virar meu corpo em direção a Miguel na cama. Mas a dor da ferida e  o peso extra de Isabela em cima de mim, não facilitam o processo.
Vejo a sombra de Maluma pairar sobre nós e ele substitue a mãe de Isabela pela sua maior. Seu semblante é  de preocupação.

_Está um pouco febril - sua voz é  quase um sussurro - Fiz algumas ligações, alguns médicos estarão  chegando em algumas horas.

_Que médicos? - questiono um pouco surpresa.

_Todos que vocês possam precisar - seus olhos param sobre os meus e existem muitas coisas não ditas entre nós.


_Ainda não consigo mexer minha perna - Miguel murmura com um pouco de dor. Eu não vou chorar, não aqui e não agora. Vejo maluca fechar a mão  no lençol  da cama e seu pomo de Adão  mexer em sua garganta. - Eu vou  andar?

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora