Capitulo 45

30 3 1
                                    


MALUMA

Quem era ele?

Y... en la noche
Hacemo' lo que quiera'... ojo' a-China-o'
Ya tú me conoce'
Ojito' chiquitito', tú me tiene' amarra'o.

Preso em minhas próprias decisões. Amarrado? Sim, até conhecer o chão  em que eu estava pisando, quando eu conseguisse equilibrar os prós e os contras. Quando eu tivesse uma oportunidade de tirar Amanda e Miguel lá sem que eles ficassem feridos. Então não haveria nada - canto meu refrão - nada que me mantivesse em cordas.

Até eu ter a absoluta certeza, eu não estava pondo em risco minha família.

Pero nos tratamo' como enemigo'
¿La quiere' en la espalda o en el ombligo?
Falsa alarma? Prosigo.

_Que porra é  essa cara? Você  esta chamando alguém  para batalhar? - Don Omar invade minha gravação com uma garrafa de tequila na mão - Somos reggatoneros men, no Hip Hop de lá venganza!

Paro a gravação. É  claro que ele pensaria assim, porque apesar  das tranças  e da cara de mal ele era um cara romântico e de bom coração.

_Você está achando pesado? - Sorrio ao dar um gole na dose de tequila que me é  oferecido - Uma mudança de estilo cai bem.

_Mi culo! - ele xinga - Tinham me falado que você tinha perdido suas bolas pela empregada, mas cara, não leve todo mundo pra falência!

_É  a mãe dos meus filhos - corrijo mas ele ignora.

_Hermano, esse pinche cabron. Deixa Lorenzzo que eu explico - Omar coloca uma mão em cada lado de meus ombros enquanto a cara de Lorenzzo do outro lado do espelho no estúdio de gravação parecia muito com a de um cara infartando - Não é  isso que el pueblo quiere. Mujeres. Han? Pechos! Asi de grande - ele abre bem os braços pra dar volume na sua imaginação - Y umas nalgas bem redondinhas e curvas - ele assobia - romance, seduction, sexy, as vezes desilusão  amorosa, um estilo ganhei mios cuernos! Ou traição, tu eras um mestre nisso, tira sua cabeça da vagina - ele dá um tapa na minha cabeça  - e escreva algo decente.

E esse cara é  o único amigo normal que eu tinha fora da criminalidade. Dando um riso sincero, tomo mais uma dose de tequila. Ele estava certo, não posso mudar meu estilo de música e compor daquela maneira. Eu tinha que estilizar isso. Trazer pro reggaeton a minha frustração com meias verdades e deixar somente a entrelinhas.

Eles não querem  ver o Juan, eles querem ver o Maluma. Duas pessoas. Duas vidas diferentes. Eu iria conseguir lidar com isso algum dia?

_Acha que pode fazer melhor? - encho o copo de tequila pra ele que engole balançando suas bochechas como um buldogue.

_Jajajajajaja. Mamacita. Yao, yao, dice.
Atentamente. Los menos querido de la industria y los más querido es por el pueblo. Maluma, baby ¡Don! Don Omar
Yao!

Agora ele estava empolgado, ia ser uma longa tarde.

    
----                               S2                          ----

Quando Don Omar se deu por satisfeito naquela tarde já eram quase oito horas da noite. Sem café  da manhã e sem almoço, eu estava perdendo peso rapidamente. A música não chegou ao brilho dos meus olhos, tudo o que eu conseguia pensar era em ter dois minutos com Balvin e com qualquer um que ameaçava a parte boa da minha vida.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora