Capítulo 27

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AMANDA

Sabe quando um filme passa pela sua cabeça e você não é capaz de reagir. O chão é tirado de seus pés e o ar não entra em seus pulmões, eu não sei exatamente quando a noticia caiu em mim. Se foi no momento em que os gritos explodiram ou quando eu acertei os polícias. Eu não queria um bilhete de "estamos fazendo o melhor", eu queria meus filhos eu queria meus filhos agora.

Mas os dias se tornaram semanas e Maluma seguiu a vida dele como ele sempre faz. O maldito homem não tinha uma reação. Ou ele estava lutando boxer ou estava correndo, ou estava me deixando louca para socar a cara dele.

_Você precisa comer - lembrou-me Lorenzzo - Estamos investigando Amanda.

_A culpa é dele é sempre dele - levantei-me do carpete ao qual eu me jogara.

_Você precisa se acalmar - diz Maluma entrando na sala seguido de seus cachorros.

_Me acalmar? - gritei - Meus filhos Maluma, podem não significar nada pra você, mas são a única coisa que eu tenho nessa vida, eles estão lá fora há semanas e eu não sei nada sobre eles.

_O que você quer que eu faça? - disse ele ao jogar sua garrafa de água na pia - A policia já está atrás disso, investigadores particulares também. O que você quer de mim?

Seus olhos parecem determidos, ele sabe o que eu quero. Ele sabe o que esta implícito.

_Eu quero que você vá buscar os meus filhos - implorei com os olhos, ele sabia o que eu estava pedindo.

Vejo-o balançar a cabeça.

_Não Amanda. Eu parei com essa merda.

_Você mais do que ninguém sabe que isso é coisa da Máfia. Eles levaram os meus bebês Maluma, eles podem estar machucados, são os meus gêmeos eles só tem 5 anos.

Deixo meu corpo cair ao chão em soluços extremos, eu não acredito que estava passando por isso, eu preferia estar sendo torturada, subjugada, despedaçada, do que ter meus filhos nas mãos desse povo. Sem noticias, sem pedidos de resgate, sem nada, por 34 semanas, eu não iria aguentar.

_Eu não posso fazer isso - diz Maluma saindo da cozinha.

_Você sabe muito bem o que essa vida causou a ele Amanda, como você poderia se quer pedir? Voce não sabe o tanto que ele perdeu... o que lhe custou... - julgou-me Lorenzzo, saindo atrás de Maluma também.

O que era uma mãe sem os seus filhos? Aquela tarde eu e Maluma não conversamos mais. Nosso relacionamento já era bem difícil, eu não iria resistir muito, sabia que tinha que ser forte, mas não sabia o quanto. Quanto o telefone tocou, o investigador conectou os aparelhos para fazer a escuta e as palavras que soaram pela casa arrepiaram-me.

La ley es dura pero es la ley,

La sangre por la sangre,

Mi lucha por tu lucha,

El principio para el fin,

La venganza es dura,

Hasta que la muerte termine.

Maluma desconectou os fios e atendeu o telefone. Não conseguia piscar meus olhos nem perder o semblante que o rosto de Maluma estava se tornando, eu conhecia o rosto daquele homem, eu sabia das coisas que ele poderia fazer.

A veia saltou na testa de Maluma e seu punho apertou-se enquanto seu rosto transbordava a raiva que ele estava sentindo. Ao terminar a chamada, Maluma arremessou o aparelho contra a parede e fiquei estática encarando as migalhas no chão. As perguntas começaram a soar de todos os lados, mas Maluma desapareceu para a parte de cima da casa.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora